|| The Light In Your Eyes ||

Capítulo 2 - Matthew Smith

Assim que cheguei a casa, entrei na mesma, dirigi-me à cozinha, o relógio do meu telemóvel já marcava as cinco e meia da tarde. Era estranho não haver ninguém em casa ainda, mas de seguida deparei-me com um papel em cima da mesa "fui às compras com os avós, não sei a que horas volto, pois ainda tenho um jantar da empresa", pois, estou a ver que hoje estou por minha conta, bem que podiam deixar uma mensagem em vez de escrever um papel, mas porque não, não é?
Oiço a porta de casa a bater, provavelmente será o Joe.
- Cheguei! - disse ele com a sua voz grossa.
- Muito cedo, deves andar a faltar às aulas. - digo intrigada.
- Se falto ou não, não é da tua conta maninha. - ele sorriu de lado sentando-se de seguida numa cadeira da mesa da cozinha. 
- Não é, mas não acho justo, só isso.
- Não tens nada que achar, o curso de economia não é fácil maninha, enquanto a ti te deixaram tirar o que querias, eu não tive a mesma opção.
- O pai quer que tu sigas os passos dele, para que possas gerir a empresa.
- Podia escolher-te a ti para o fazeres.
- A mim? Eu sou a mais nova, não quero ter essas responsabilidades.
- És 3 anos mais nova, não iria mudar nada.
- Se tu o dizes.. Bem vou preparar-me, vou sair, se quiseres vai jantar a casa dos avós, o pai não janta em casa.
- Primeiro de tudo onde vais? A esta hora? Segundo, vou ter uma festa, portanto janto com uns amigos hoje.
- Vou até Dublin e vou dormir lá, em casa da Stacey, ela faz anos, além disso vai fazer uma festa.
- E como voltas para as aulas de amanhã?
- Só tenho aulas da parte da tarde, volto durante a manhã.
- Que sorte, que tu tens!
- É, eu sei! Até já.
- Antes de saíres avisa.
Joe Clarke, o meu irmão mais velho e único de 23 anos, está atualmente a seguir economia, para seguir os passos do meu pai na empresa um dia mais tarde. Bastante popular pelas redondezas, tudo isto por ter uma incrível reputação. A empresa, o curso que faz, a universidade onde estuda.. Loiro, olhos verdes, adora fazer ginásio. Claro que tem imensas raparigas atrás, por isso também se acha um grande engatatão.. A vida é assim.
Assenti com a cabeça e subi até ao segundo andar, entrei no quarto e fui tomar um duche na casa de banho que tenho no mesmo.

- Vou sair mano, adeus mano. - digo perto da porta do quarto dele.
- Quando chegares lá, avisa. 
- Yes sir! - desci e saí de casa.
Fui em direção à paragem do autocarro e sentei-me à espera do mesmo.
- Acho que é o destino a dizer-me algo. - reconheci a voz.
- Matthew, por aqui?
- É, vou para Dublin.
- Aí sim? Então? - ergui a sobrancelha.
- Tenho a festa de anos da irmã de um amigo meu e tu?
- Tenho uma festa de anos de uma amiga minha.
- Hmm coincidência, por acaso ela chama-se Stacey Pitt?
- Sim, o que conheces o Liam?
- Sim, somos amigos desde bem pequenos.
- Muito bem, então parece que vamos juntos. - sorri de canto.
- Sim, vamos ter mais tempo para nos conhecermos então. - ele sorriu.
Assenti e após isso o autocarro chegou. Ambos entrámos depois de apresentarmos os bilhetes e sentámo-nos lado a lado.
- Então, podes começar a apresentar-te, já que eu apenas sei o teu primeiro nome e tu sabes mais coisas sobre mim que eu de ti.
- Então, eu chamo-me Matthew Roberts Smith, tenho 21 anos, vivo na zona de Galway, mas apenas me mudei à 3 meses para cá, até então vivia em Dublin.
- E qual foi o motivo para te mudares?
- O principal, foi que o meu pai fez-se sócio de uma empresa daqui de Galway, começou a trabalhar para a empresa dos Clarke, não sei se conheces.
- Sim, para o meu pai, claro que sim. - comecei a rir.
- A sério? O senhor Michael Clarke é teu pai?
- Sim é. Por acaso não sabia que o senhor Lewis Smith era teu pai.
- Sim, pelos vistos vamos ver-nos mais vezes. 
- Parece que sim, acho que vai ser bom.
- Achas? Queres assim tanto conhecer-me?
- Sabes qual é o teu apelido?
- Diz-me lá Clarke.
- A última bolacha do pacote.
- O quê? Que raio de apelido é esse?
- Não se nota logo? - comecei a rir-me.
- Não digas isso Ivy. - ele fez beicinho.
- Cala-te é um bom apelido.
Ficámos a conhecer-nos melhor e a conversar durante as restantes horas da viagem e pelos vistos o apelido que eu lhe dei, não tem nada a ver com ele, pelo o que conheço até agora, veremos daqui para a frente...