Capítulo 4 - Não te metas connosco

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Após nos afastarmos peguei na minha mala com a carteira já dentro.
- Desculpa, preciso sair. - quando ia abrir a porta o Matthew colocou a mão sobre a mesma para me impedir de sair.
- Primeiro beijas-me e depois sais? - ele fixa o meu olhar no dele.
- Eu não posso...
- Não podes o que?
- Não pode acontecer... - digo encostando-me na porta.
- O que não pode acontecer? - ele diz colocando as duas mãos sobre a porta.
- Isto, entre nós. - fixei os meu olhos nos dele.
- Ivy, tu queres, eu quero, ambos queremos.
- Mas Matt...
- Podem até te ter magoado muito, mas eu quero-te, quero mesmo! Ou achas que foi por acaso que tenho andado a meter conversa contigo?
Eu puxei-o para mim e beijei-o, ele retribuiu o mesmo, atirei a mala ao chão e quando dei por mim, já estávamos em cima da minha cama, mandei também o meu carderno e a mochila para o chão e se as camas falassem, estávamos todos fodidos.
Eu troquei as posições e fiquei em cima dele, sentei-me no colo dele puxando-o para mim e continuando a beijá-lo. Comecei a puxar a camisola dele.
- Achas que devemos fazê-lo? Pode aparecer alguém Ivy. - ele diz tirando a minha camisola também e começando a beijar cada parte do meu corpo, já ofegante.
- Se estivesses com tanto medo assim, não me tinhas tirado a camisola... - disse sussurrando no ouvido dele, já rindo, enquanto ele apertava a minha bunda.
- Tens razão. - ele sussurrou ao meu ouvido e sorriu dando continuidade ao que estava a fazer.
No momento em que ele me ia tirar o sutiã, alguém bateu à porta e entrou logo em seguida.
- IVY, VOU ENTRAR. - não acredito que isto me está a acontecer - Ups, o que eu fui fazer... - a Stacey começou a coçar a cabeça - Desculpem, eu não sabia, nem sequer sabia que vocês se conheciam...
- Pois, é... - eu sai do colo do Matthew e vesti a minha camisola, enquanto ele fazia o mesmo - Desculpa Stacey, é que nós... - comecei a coçar a cabeça e a pensar o que haveria de dizer - Nós...
- Nós gostamos um do outro. - disse o Matthew a sorrir de orelha a orelha.
Eu mandei-lhe uma cotovelada.
- Vocês não precisam de se desculpar, a vida é vossa, vocês fazem o que querem. E não precisam de se preocupar, os meus pais não estão em casa até à semana que vem, vocês estão há vontade connosco. Deixem-me dizer-vos que  fazem um belo casal.
- Deixa de lhe dar ego Stacey, vamos às compras? - digo dando um sorriso
- Mas e vocês? - ela perguntou preocupada.
- Já perdemos o clima, não te preocupes. - o Matthew diz sorrindo.
- Pronto, então vamos, vou só buscar a mala. - diz a Stacey saindo a correr do meu quarto.
- Mas e nós? É que me deixaste com uma tesão... nem te digo, nem te conto...
- Nós falamos mais logo, acredita que não foste o único a ficar assim. Ainda temos muito para falar e fazer. - digo piscando-lhe o olho e roubando-lhe um beijo de seguida, o mesmo que ele retribuiu.
Peguei a minha carteira do chão e ao sair sorri, sei que neste momento fi-lo perder a cabeça, mas graças à minha querida amiga fiquei com uma grande tesão também, fodasse.
- Estás pronta? Pensava que iam à segunda ronda ali, desculpa por te interromper. - a Stacey diz preocupada.
- Estou pronta. Não te preocupes amiga. - digo abraçando-a de lado.
- Bem, hoje o Liam empresta o carro, vamos passear no carro dele. - ela riu
- Amiga, lembra-te que ele só te empresta o carro porque fazes anos, isso não vai voltar a acontecer.
- Eu sei, mas deixa-me ser alegre por hoje.
- Sê há vontade! - rimos juntas.
- Hoje vou acabar com o Charles.. - diz enquanto saímos para a rua.
- Hoje? - digo surpresa.
- Sim, tenho de dizer ao Joe o que sinto realmente.
- Mas tu sabes que o Charles vai discutir bastante contigo certo?
- Estás preocupada com isso?
- Sim Stacey, realmente estou, hoje ninguém deveria estragar o teu dia!
- Se eu não acabar com ele hoje, antes mesmo da festa, ele não me vai largar a festa toda... Tenho umas coisas para te contar.
- Calma lá! Ele magoou-te? - pergunto enquanto entramos no carro.
- Sim, ele bateu-me, mas depois daquilo que me disseste hoje, encorajaste-me a acabar ainda mais rápido com ele.
- ELE O QUÊ? EU VOU-ME A ELE, FILHO DA PUTA! - digo já nervosa.
- Foi uma vez apenas, só que ele tem sido super controlador.
- Amiga, manda-lhe agora mensagem, para ir connosco ao shopping.
- Mas Ivy... agora?
- Agora sim! - reforço o meu nervosismo.
Ela assim o fez, após mandar a mensagem, seguimos para o shopping.
- Não podes contar nada ao Liam, muito menos ao Joe, eles desfaziam o Charles.
- Eu não sou o Liam, muito menos o Joe, mas ele vai levar um soco naquela tromba!
- Ivy, não sejamos assim...
- Ele já demonstrou que não tem medo de bater em mulheres, então já é um começo que vamos ter luta!
- Ivy, não, não sejas tão violenta, nada se resolverá assim...
- Acredita que sim!
Peguei no telemóvel e abri o bloco de notas, enquanto a Stacey continuou a seguir o caminho para o shopping.

Sabem? Amar é igual a sentimo-nos muito felizes e depois todos estilhaçados... Quer seja pela casa, na cozinha, na sala, no quarto, no terraço... somos peças de puzzles incompletas... sem amor, com muito rancor...
Se eu um dia soubesse que amar ia doer tanto, muitas vezes nunca pensaria em me apaixonar, no entanto é o que dizem, "os sentimentos não podem ser ligados e desligados como um interruptor", não temos um botão para realizar esse tão precioso desejo.
Sinto-me a casa dia mais completamente, incompleta, perdidamente, perdida... a remar contra a maré, mas sem forças, pois, foram todas perdidas, sem mais palavras, pois além de já as achar aborrecidadas, começo já a ficar deprimida, estou eu aqui num vazio, sem um vácuo para a minha vida...

19/02/2024
Ivy Clarke

Fiquei perdida em pensamentos, sabem que ter a minha melhor amiga a quase 3 horas de distância é completamente horrível, conseguem acreditar, isto já parece Portugal! Da Covilhã a Lisboa também se demora o mesmo, e muito sinceramente é quase ao lado uma coisa da outra, aqui é o mesmo. Mas agora tenho tanta coisa em que pensar, o ensaio para a tutora, a minha melhor amiga e o namorado abusivo dela, o que o meu irmão fará quando souber ou até mesmo o Liam?
E o mais importante, o Matthew... isso sim agora é o maior dos meus problemas, o que se estará a passar entre nós? Como vou resolver isto? Muito sinceramente não há nada para resolver, aconteceu e agora tenho de levar com as consequências, mas ele é tão, mas tão desejável... O que me está a acontecer? O que foram aquelas borboletas? Estão a imaginar se me apaixono outra vez? Vai ser um desastre, como sempre!
- Ivy, chegámos, podes dizer-me em que tanto pensas? É que já chamei por ti 3 ou 4 vezes e continuas na mesma. - ela diz preocupada
- Desculpa, não te preocupes.
- Sabes que se tu não falares, qualquer dia os teus pensamentos vão comer-te. - diz preparando-se para sair do carro.
- Já comeram... - digo em forma de resmungo, entre os dentes e saio do carro.
- O quê? - ela diz após sair do carro também.
- Nada, nada. Vamos. - digo entrelaçando o meu braço no dela.
- Hm, hm e achas que eu vou acreditar? Depois falamos então, já que agora não queres.
- O teu dia é mais importante que eu.
- Não, aí é que te enganas! O meu dia é tão importante como tu! És a minha melhor amiga!
- Sabes que vou estar aqui sempre, right? No matter what!
- Eu sei disso, faço das tuas palavras as minhas! - diz enquanto me abraça no meio do estacionamento.
Caminhámos até à entrada do shopping e logo em seguida avistámos o Charles a beijar uma rapariga. A verdade disto é que ele só esperava pela Stacey por volta das 7.30 pm e claramente, nada disso aconteceu, nós viemos uns minutinhos mais cedo e graças a isso, o mentiroso foi descoberto.
- CHARLES?!? - a Stacey grita indo na direção do mesmo.
- Amor, ela é que me beijou.
- Ela o que seu monte de merda? - mandou-lhe grande estalo.
Fiquei chocada ao ver aquele cenário, nunca pensei que a Stacey, a miúda que desde sempre conheci era capaz de bater a alguém.
- Não perdes pela demora. - ele ia levantar-lhe a mão para lhe bater e a rapariga com quem ele estava fugiu a tempo de não levar um estalo também
Coloquei-me na frente da mesma e mandei um murro ao Charles.
- Soube mesmo bem. Se tentas voltar a tocar-lhe com mais um dedo, desfaço-te, não tenho mesmo medo de ti. Por mim batia-te até ires parar ao hospital, só não o faço por respeito à minha melhor amiga. - digo encostando-o a uma parede super nervosa.
- Eu também não tenho medo de ti. - diz rindo-se enquanto limpava o sangue que lhe escorria pelo nariz.
- Psicopata! Se não quiseres ficar sem focinha é melhor não o tentares ser.
- Não é por o teu pai ser rico e ter das melhores empresas do país que me metes medo, não é por teres um pai rico, que alguma vez me vais meter medo.
- O meu pai não é para aqui chamado, mas se quiseres aparecer morto numa valeta, tenho imensos contactos. - digo sussurrando-lhe ao ouvido.
A expressão facial dele ficou completamente diferente, ali percebi que me consegui impor e que desta vez ele tinha ficado cheio de medo.
- Não precisas de ter medo. - digo sorrindo.
- Tu sim, és uma psicopata!
- Sim, por isso não voltes a tentar tocar em alguma de nós novamente. - digo sorrindo - Volta à tua vida novamente e não tentes pisar esta noite na festa da Stacey.
- Está tudo acabado, nojento de merda. -  a Stacey diz passando para a minha frente após me puxar para trás e mando-lhe novamente outro murro.
Depois de isto se suceder, fomos fazer compras, como se nada tivesse acontecido.

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⏰ Última atualização: Feb 05 ⏰

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