Perla Samaras
Acordo com uma dor de cabeça enorme e uma coceira em meu corpo inteiro, olho para os lados em busca de Atlas mas sem sucesso, olho para o relógio e marca 6:30 da manhã, minha aula começa às 9 horas, então fecho os olhos tentando pensar o por que de eu ainda suportar isso e sobre ontem, o que tanto eles estão escondendo de mim? Nunca passaria pela minha cabeça que as duas pessoas que mais amo estão mentindo para mim e por que? Preciso pensar em algo que façam eles abrirem o jogo logo e de uma vez.
Ao levantar vou direto para o banheiro, pego um sabonete facial e passo em meu rosto e enxaguo, ao me olhar no espelho vejo que tem algo errado com o meu cabelo e meus braços, em meus braços parecem ter escamas, escamas azuis, meu cabelo, parece estar se mexendo, quando levanto parte de meu cabelo consigo ver a cabeça de uma cobra, ao dar o meu primeiro sinal de grito a cobra se enrola em mim, tampando a minha boca para abafar o grito, eu caio para trás e tento me apoiar na prateleira mas ela também se encontra no chão.
- Quieta! - Ouço a cobra falar, a cobra falar, eu estou mesmo dizendo isso? Meu Deus eu estou mesmo dizendo isso, eu só posso estar ficando louca, é isso, Valentina tinha razão, eu sou uma aberração, eu sou louca - Você não é uma aberração e muito menos louca, então fique tranquila a isso, e sim, eu falo, eu sou parte de você, sempre estive com você, eu sou uma herança de sua mãe, assim por dizer, a hora está chegando Perla, esteja pronta, pergunte a eles - Duas batidas roubam a minha atenção
- Perla? Está tudo bem? Eu ouvi um barulho de coisas caindo- Atlas, o que eu digo? Meu deus, o que eu faço? Me dá um sinal
- Fale alguma coisa - A cobra fala revirando os olhos, eu nem sabia que cobras reviravam os olhos, como ela consegue revirar os olhos? - Ande!!
- Ehhh... Sim, estou bem, eu, eu já saio - Falo meio gaguejando
- Perla, abre a porta, deixa eu te ver - Fala tentando abrir a porta
- Atlas, está tudo bem, eu já desço, fica tranquilo - Tento o tranquilizar mesmo que eu que esteja precisando ficar calma
- Ok, vou esperar na cozinha, não demore - Fala e consigo ouvir o som abafados de seus passos ficarem cada vez mais longe até não houver nenhum barulho e é nesse momento que eu percebo que eu não estava respirando
- Ok, pensa Perla, pensa, isso é coisa da sua cabeça, isso é coisa da sua cabeça, cobras falantes não existem, não existem, não existem, não existem, você não pode estar ficando louca, não pode, você não pode, some, some, some, isso vai sumir por que é coisa da sua cabeça, isso vai sumir- falo pressionando minha cabeça, isso não pode estar acontecendo, isso só daria razão para Valentina e todos os outros idiotas, eles teriam razão sobre mim? Todos os anos- Some, some, some, por favor some - Pressiono meus braços fortemente, sinto as lagrimas escorrerem por meu rosto, cada segundo mais presentes, abro os meus olhos novamente percorrendo por meu corpo, as escamas que estavam presente sumiram juntamente com a cobra e volto a respirar normalmente, tomo um banho rápido, passo uma maquiagem de leve para disfarçar o choro, coloco meu uniforme e desço - Bom dia
- Bom dia minha pérola - Atlas vem de frente a mim beija minha testa e me abraça, e é esse abraço que me faz esquecer todo o resto, respiro fundo e apenas o abraço novamente
- Preciso conversar com você - Digo bem baixinho para que apenas ele escute que me olha sério mas concorda em seguida
- Bom dia minha flor - Ouço minha tia - Quer panquecas? Estão fresquinhas
- Não estou com fome, mas tenho certeza que estão uma delícia
- Precisa comer alguma coisa - Minha tia insiste - Vai passar mal se ficar o dia inteiro sem comer
- Não se preocupe Niedisa, vou levar ela para o colégio, vou fazer ela comer algo no caminho - Minha tia sorri e assente - Vamos? - Atlas pega a minha mochila e me espera na porta e eu concordo indo em direção do carro, por uns 5 minutos ficamos em um total silêncio, até ele quebrar - Então o que queria conversar?
- Para o carro
- O que? - Atlas indaga
- Para o carro
- Perla, estamos em uma rodovia
- Atlas, eu só vou pedir mais uma vez, para o carro - Peço e ele anda por mais uns segundos e encosta em um local seguro, assim que ele desliga o carro eu desço imediatamente, indo para a frente do carro, andando de um lado para o outro
- O que foi isso? - Me questiona
- O que vocês estão escondendo de mim? - Pergunto direta
- Não entendi
- Entendeu sim Atlas, entendeu sim, você e minha tia estão escondendo alguma coisa de mim e eu quero saber o que é
- Não estamos escondendo nada, da onde tirou isso? - Ele olha o céu e em seguida olha para o chão, nem se quer consegue olhar para mim quando está mentindo
- PARA! PARA DE MENTIR PARA MIM! - Grito por mais que eu não queria gritar, eu queria esperar, eu queria descobrir sozinha o que é que estão escondendo mas eu não aguento, o que aconteceu hoje não é normal - Atlas - seguro o seu rosto firmemente fazendo o olhar para mim - Me fala, eu ouvi sua conversa com a minha tia ontem, eu sei que estão escondendo alguma coisa de mim mas não sei o que é, e coisas andam acontecendo, eu não sei explicar, ela disse para mim perguntar a vocês, vocês saberiam dizer o que é, então por favor Atlas, se você me ama, e eu sei que me ama, não mente para mim, olha no meu rosto e diga o que é que estão escondendo, por favor... - Peço com os meus olhos lacrimejados
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A Filha Proibida
Teen FictionDesde o princípio dos tempos, os deuses do Olimpo caminharam entre os humanos, mas alguns amores proibidos foram mantidos em segredo. No auge dessa história, Poseidon, o senhor dos mares, e Medusa, a mortal cujo olhar transforma tudo em pedra, tiver...