CHAPTER THREE

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Meu relacionamento com embry foi completamente aleatório. Lembro-me como se fosse ontem, nunca fui muito próxima dele, Jacob ou Quil. Vivia grudada em Leah, mesmo que a ela fosse alguns anos mais velha. E então tinha Seth, éramos inseparáveis, e eu tinha um carinho imenso por ele, certamente o amava assim como amava Leah. O garoto call, certo dia, decidiu me provocar para chamar minha atenção e assim ganhou seu primeiro nariz quebrado, mas estranhamente começou a me seguir como um cachorrinho.

Engatamos uma amizade estranha e formamos um quarteto, eu, ele, Quil e Jacob. Quando tínhamos quatorze anos, começamos a namorar. Em um dia ensolarado, fui pedida na praia e então eu, que antes não suportava dias ensolarados, comecei a suportá-los pela lembrança que me traziam, e desde então a minha vida não podia ser mais feliz. Quando Paul soube, Embry teve seu nariz quebrado pela segunda vez. A sua sorte foi Jared, que segurou meu irmão a tempo de não causar mais estragos, claro que não de boa vontade, já que naquela época Jared era como um irmão para mim.

Há uma semana, quando fomos encontrar Bells e Jake na garagem do Black, Embry começou a passar mal, super quente e tremia muito, não tenho mais notícias do mesmo desde então. Eu ligava todos os dias, mandava mensagens, tentava encontrar o mesmo em sua casa, mas Tiffany, sua mãe, me dizia que Embry tinha adoecido e não poderia ter contato com ninguém. Eu tentava ocupar todo o meu tempo, já que na maioria das vezes a preocupação ocupava a minha mente. Teorias rondavam a minha cabeça, acima de tudo, talvez eu fosse uma pessoa paranoica ou eu estava ficando maluca.

Era aula de história, desde que Jazz havia indo embora, eu não conseguia prestar muita atenção nas aulas, talvez estivesse começando a odiar história, justamente porque me lembrava dele e eu sentia a esmagadora saudade que apertava o meu peito de um jeito nada bom. Enquanto tentava me focar no conteúdo escrito na lousa, pude sentir meu telefone vibrar. Ao olhar, pude ver o nome de Quil na tela. Pedi ao professor permissão para ir ao banheiro, assim que saí da sala, atendi.

"Eu preciso te contar uma coisa urgente", ele não havia me deixado falar, sua voz parecia ofegante, como se tivesse corrido uma maratona, mas também parecia sofrida, como se algo o tivesse afetado. "É o Embry."

"O que aconteceu com o Embry?" Pergunto assustada, temendo que algo grave tivesse acontecido. Ele não tinha sumido só para mim, mas para os meninos também.

"Júlia, ele... ele veio para escola hoje...com seu irmão e o Jared."

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Era quase noite. Eu saía do trabalho com a mente longe. Eu não era burra, muito pelo contrário. Assim que quil me contou sobre Embry, pude entender que o meu namorado havia se juntado a gangue, assim como meu irmão. Nem sabia se podia ao menos o chamar de namorado. Já podia sentir as lágrimas embaçando a minha visão. Eu precisava vê-lo. Precisava que as coisas fossem esclarecidas. Eu odiava esse escuro. Odiava não ter respostas. O clima parecia estar condizente com a situação. Chovia forte. Estava muito frio. Era um clima extremamente mórbido.

Vasculhava minha mente em busca de algum local onde pudesse encontrar Embry, mas nada vinha à mente e eu começava a me sentir cada vez mais frustrada, não deixando de pensar que talvez eu tivesse feito alguma coisa errada. Talvez eu não tivesse sido o suficiente. Sem nenhuma solução, dirigi em direção à praia. Não me importava com o frio ou a chuva. Eu só queria me sentir confortável em algum lugar. Mas assim que desci da caminhonete, pude vê-lo parado no nosso lugar.

"Embry?", sussurrei incrédula. Eu sabia que era ele, mas não podia acreditar. Seu cabelo, que antes chegava até os ombros, agora era curto como o de Paul. Suas costas tinham tantos músculos, e ele definitivamente era bem mais alto do que há uma semana atrás. "Embry, o que aconteceu?" Eu perguntei, chegando cada vez mais perto.

"Pare", ele falou. Sua voz era grave e rouca. Eu paralisei, assustada. O que tinha acontecido com o meu Embry? "Você não deve ficar perto de mim."

"O que você quer dizer com isso? Você sumiu por uma semana, cortou o cabelo e fez uma tatuagem. Você é meu namorado ou se esqueceu disso?", minha voz já estava embargada, e eu não conseguia segurar as lágrimas que, felizmente, se misturavam com as gotas de chuva.

"Eu não... eu não tenho escolha. Não quero machucar você", ele também tinha uma voz estranha, agora carregada de dor. "Você precisa ficar longe de mim, Júlia."

"Não, não, por favor, não faça isso! Não jogue tudo fora. Por favor, eu amo você, quero uma vida ao seu lado. A uma semana atrás, tudo era diferente, você disse que queria construir uma vida comigo. Por favor, não destrua tudo isso, não me abandone. Por favor, você prometeu." Minha voz estava embargada, eu esperei uma resposta mas tudo que pude ouvir foi o barulho da chuva. "Ao menos olhe nos meus olhos e termine isso de uma vez por todas, se é isso que você quer", ele virou.

Os olhos de Embry sempre exalavam tranquilidade, mas agora estavam diferentes. Estavam carregados de dor, quando encontraram os meus, pareciam que procuravam alguma coisa. Ele parecia vasculhar a minha alma, mas então pude ver a decepção e a dor em seu olhar. As lágrimas brilhavam e se misturavam com a água da chuva. Ele chorava, assim como eu.

"Acabou, Júlia. Eu não amo mais você e quero que fique longe de mim", ele falou e se virou correndo em direção contrária a minha, enquanto eu sentia meu coração afundar no peito.

Era como se o vento e a chuva estivessem levando embora todas as lembranças felizes que tínhamos compartilhado. Eu me sentia despedaçada, incapaz de entender o que tinha acontecido para que Embry se distanciasse tanto de mim. Virei para vê-lo enquanto sumia do meu campo de visão. Eu já não tentava segurar mais as lágrimas. Os soluços dolorosos escapavam da minha boca. A chuva se tornava cada vez mais forte, e tudo que eu sentia era dor. As memórias passavam pela minha mente, e só me causavam mais agonia. Eu queria que parasse. Eu só o queria de volta. Caí de joelhos na areia, enquanto chorava cada vez mais.

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Eu não me lembrava de muita coisa, tinha a vaga lembrança de Jared Cameron me encontrando na praia, deitada na areia molhada. Eu tremia de frio e estava encharcada, mas não tinha forças para me levantar, ele me carregou até a casa de Emily e Sam. Pude reconhecê-los pela voz, era uma mistura desconexa, mas eu ainda sabia que eram eles. Fui passada para os braços do meu irmão, que tinha um olhar preocupado. Lembro-me apenas de pedaços: estar no carro de Paul, subir as escadas ainda sendo carregada, ele me secando enquanto eu permanecia paralisada, e então sendo colocada na cama.

"Eu sinto muito pelo que aconteceu", disse Paul, visivelmente preocupado. "Eu queria que não tivesse sido assim, pirralha, mas certamente foi o melhor." Eu não tive forças para responder, muito menos para processar suas estranhas palavras.

Paul ficou comigo por um tempo e depois saiu, mas eu não me importava. Só queria chorar até dormir. A dor so piorava, assim como todos os pensamentos. Então, puder compreender Bella; a dor era tanta que eu nem conseguia fingir. Um pensamento bobo passou pela minha cabeça. Com muita dificuldade, me levantei em busca do meu telefone e disquei um número conhecido. Após algum tempo sem resposta, estava prestes a desistir quando ouvi a voz suave que me fez reconsiderar.

"Olá, querida" disse Alice.

𝐑𝐔𝐌𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐀𝐒 𝐈𝐓² | 𝙉𝙀𝙒 𝙈𝙊𝙊𝙉Onde histórias criam vida. Descubra agora