CHAPTER FOUR

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EU ESTAVA COMPLETAMENTE PERDIDA. Desde o dia que encontrei Embry, não conseguia fazer mais nada além de chorar. Nem ao menos tinha forças, parecia que minha energia tinha sido sugada. Paul ficava cada vez mais preocupado e perdido, sem saber o que fazer. Bells, todos os dias vinham até a minha casa, assim como Leah, Seth, Jake e Quil, tentavam de todas as formas me animar, mas eu não conseguia nem olhar para eles.

Passei a ter pesadelos recorrentes. Sonhava com uma mulher ruiva de olhos vermelhos que me perseguia pela floresta. Seu olhar era selvagem como o de uma predadora e eu claramente era sua presa. Em todos os sonhos, eu nunca era rápida o suficiente para escapar das garras da mulher ruiva e em todos os sonhos ela me agarrava pelo pescoço e então me mordia, o que fazia com que eu acordasse assustada com uma sensação péssima. E então quando paul entrava no meu quarto alarmado pelos meus gritos, eu só conseguia chorar.

Passaram-se duas semanas desde o dia, e finalmente decidi reagir com muito esforço. Me arrumei e dirigi em direção à casa dos Clearwater. Precisava ocupar a minha mente com alguma coisa que não fosse Embry. Talvez, com o tempo, a dor sumisse e eu conseguisse ser eu mesma novamente. O caminho não foi nada longo, era um sábado, então Leah estaria em casa. Quando cheguei na residência, desci do carro e toquei a companhia.

"Já vai", escutei o grito mau humorado de Leah, e assim que a mesma abriu a porta, pude ver a sua cara perplexa. "Júlia?"

"Oi", sussurrei, dando um sorriso tímido. "Você quer ir à praia comigo?"

"Claro, eu só preciso avisar ao Seth", ela praticamente correu para dentro de casa e depois de alguns minutos voltou. "Vamos."

No carro, nós duas estávamos em completo silêncio, apenas escutando a música que tocava no rádio. Podia sentir o olhar de Leah às vezes no meu rosto, me observando descaradamente.

"E então, o que fez você de repente sair do seu quarto?", ela perguntou, me encarando mais uma vez.

"Eu só percebi que precisa parar de pensar nele. Por mais que doa, eu preciso viver", senti meus olhos arderem pelas lágrimas, mas eu tentava me acalmar para elas não caírem.

" se serve de consolo, os rumores dizem que paul deu uma surra nele" não pude deixar de sorrir pela primeira vez em semanas

O silêncio reinou outra vez no carro, afinal Leah tinha consciência do que eu passava; além do mais, ela sentia a mesma coisa. O caminho para a praia também não foi longo, fazia um sol não muito quente, o que ajudava, já que seria péssimo ir à praia na chuva. Eu e Leah caminhamos em direção à água em completo silêncio, apreciando o som do vento e das ondas quebrando nas pedras. Assim que meus pés tocaram o líquido, toda a tensão do meu corpo foi substituída por uma calmaria.

"Eu vou embora", falei, fechando os olhos e apreciando a água fria.

"O quê?", Leah falou, e ao abrir os olhos, pude ver sua expressão incrédula.

"Uma amiga me falou sobre uma universidade que dá a oportunidade de um estágio. Eu me inscrevi, fiz a entrevista e fui aceita... vou para Londres quando terminar o colégio."

"Paul sabe disso?"

"Não, você é a primeira", um tempo se passou em silêncio, e então pude sentir braços quentes me envolverem por completo. Leah me abraçava fortemente.

"Tenho muito orgulho de você, garota", e com essas palavras me permiti chorar em seus braços, botando tudo para fora.

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𝐑𝐔𝐌𝐎𝐔𝐑 𝐇𝐀𝐒 𝐈𝐓² | 𝙉𝙀𝙒 𝙈𝙊𝙊𝙉Onde histórias criam vida. Descubra agora