O porão.

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  Tivemos um dia comum depois daquilo e estava tudo normal até a noite quando escuto meu pai levantar e ir em direção ao porão, por curiosidade eu o sigo e escuto ele se trancar lá dentro, em seguida escuto ele arrastando algo pesado, sons de correntes e um gemido de dor tão baixo que seria inaldivel em condições normais, mas como estava investigando eu ouvia tudo, inclusive os passos da minha mãe vindo até mim, a decisão mais sabia foi ir para a cozinha e fingir está bebendo água.

-Joseph, Bryan está acordado! - ela diz batendo uma vez a porta como aviso.

- Já estou acabando querida- ele falou ofegante consegui ouvir por estar muito concentrado mas esse pequeno diálogo deles foi muito baixo.

- Não consegue dormir querido? - mamãe me abraça.

- Eu só vim beber água! - respiro fundo - Papai não se cansa de lhe dar presentes aposto que está fazendo mais coisas pra você.

- Lindo né o banquinho? - ela sorri gentil.

- Sim! Que bom que você gostou! - Falei forçando um bocejo. - Vou voltar para cama mãe, boa noite!

- Boa noite, querido! - Ela sorriu tão gentil que até hoje é difícil acreditar que ela estava envolvida naquela nojeira.

  Subi para o meu quarto, naquela noite não consegui descansar pensando no que haveria naquele porão. A única coisa que eu sabia é que eu deveria ser rápido em descobrir o que estava acontecendo lá em baixo. Na manhã seguinte meus pais me levaram para a casa dos meus avós alegando que eu teria uma chance melhor de vida na cidade grande, o fato é que eu não sei bem o porquê mas simplesmente esqueci tudo isso e a vida continuou eu fiz 18 anos, isso mesmo 6 anos se passaram, eu me arrependo tanto de ter equecido, passei esses últimos anos com meus avós e por um lado foi até bom ter ficado longe deles.
Então em uma manhã acordo e desci para tomar café mal sabia que iria receber a notícia que para muitos de vocês seria a pior notícia , mas para mim foi um alívio. Após o abandono repentino dos meus pais, tive pouquíssimo contato com eles mas soube que minha mãe adoeceu muito.

- Bom dia, vovó - Falo confuso ao ver ela chorando

- Oh netinho... Ontem a noite seu pai saiu às pressas com sua mãe para o hospital... E acabaram soferendo um acidente. - Meu avô me abraça após me da essa notícia.

  Eu a princípio fiquei sem reação, eu finalmente descobriria o que acontecia naquela casa. Depôs que eles me tiraram de lá sem mais nem menos era evidente que tinha algo errado.

- Sua mãe faleceu imediatamente, mas seu pai está em estado crítico no hospital.

- Eu tenho que ir para la... Para cuidar dele - Mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda.

- Infelizmente não podemos ir com você, ms você se provou bem responsável consegue resolver isso sozinho? - o mais velho perguntou.

- Não só consigo, como organizarei o funeral da minha mãe e trarei as cinzas dela para vocês. - Sendo bem sincero ela não tinha muitos amigos isso seria fácil.

- Se precisar de qualquer auxílio financeiro pode nos pedir.

  No mesmo dia peguei meu carro e parti. Cheguei ao hospital no final da tarde, a situção do meu pai era realmente grave. Fiquei algumas horas mas decidi ir para casa deles, chegando lá era pelo menos 10 da noite.

-Quanto tempo eu não venho aqui... - Meus pais me visitavam mas eu não pisava aqui desde o dia que me levaram a cidade, hoje eu finalmente descobri o motivo de morarem longe de tudo. Caminhei até o porão, respirei fundo e abri a porta, lentamente desci os três pequenos degraus, acendi a luz. Aparentemente precisa um porão comum, mas lembrei do barulho de móvel arrastando, avistei um grande armário abaixei a cabeça olhando para o chão vejo marcas que sinalizavam o movimento constante do móvel, meu coração acelera, sem pensar eu arrasto o mesmo.
Na mesma hora sobe um cheiro forte e desagradável, vejo um buraco na parede e me abaixo para ver melhor, ligo a lanterna do meu celular e fico chocado com o que eu vejo.

Continua...

Morando com estranhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora