Cristianopólos, Goiás - 08:34min
Eu já havia esquecido como Goiás podia ser quente. Acostumada com o frio da Europa, aquele clima para mim agora era estranho, pensei tirando o terninho que usava naquela manhã. Caminhei entre as pessoas que andavam de um lado para o outro, grudadas aos seus aparelhos celulares ou em conversas entretidas. Ajeitei meus cabelos, colocando meu RayBan aviador no rosto, enquanto me dirigia até a saída do aeroporto de Goiás. Do lado de fora, vi a Mercedes preta à minha espera.
— Bom Dia, Sra Mendonça! — O motorista falou de forma educada.
— Bom Dia, Alfredo. — Falei entrando no carro.
Entrei no carro que estava com uma ótima temperatura graças ao ar-condicionado milagroso.
— Por Deus! Quando Goiás foi tão quente?
Resmunguei largando meus pertences sobre o banco.
— Sempre senhora, o clima aqui sempre foi quente — ouvi Alfredo dizer em meio a um riso baixo. — Desculpe perguntar, mas como está seu pai?
— Tem razão, eu que já estou esquecida daqui — falei calmamente enquanto me acomodava no banco do carro. — Ele esta bem, esta em L.A. com a minha família
— Isso é ótimo, gosto muito do Sr. Mendonça! Para onde devo levá-la? — Ele perguntou olhando pelo pequeno espelho.
— Ao meu novo apartamento, Alfredo, siga caminho por essa rua, que eu lhe darei as coordenadas.
O senhor assentiu, saindo daquele lugar.
Olhando pela janela do carro as ruas de Goiás, eu podia recordar dos meus tempos vividos ali, e que belos tempos eu diria. Conhecia aquela cidade como a palma de minha mão. Afinal eu nunca fui apenas essa Marília que só pensava em trabalho. Eu já tinha aproveitado um pouco da vida. Um pouco não, muito. Meus pensamentos vagaram por lembranças de todas as coisas que aprontei, mas aquilo agora havia ficado no passado. A Marília imatura e irresponsável não jazia mais aqui.
Vire à esquerda no próximo quarteirão Falei para o senhor que obedecia minhas coordenadas perfeitamente bem.
Finalmente chegamos ao prédio onde agora eu iria morar. Alfredo rapidamente saiu do carro caminhando em passos largos até a minha porta, onde em um gesto a abriu.
— Obrigada — eu falei com um sorriso.
Alfredo era meu motorista desde quando era mais nova e morava com meus pais. Ele era um senhor de idade muito prestativo por sinal. Sempre estava disposto a trabalhar, não importa quando fosse.
Caminhei para dentro do saguão do prédio, onde rapidamente os funcionários se colocaram em seus devidos lugares. Era cômico como eles se portavam em minha presença, as pessoas geralmente se acuavam comigo. Talvez seja o jeito rude e arrogante que eles imaginavam que eu teria, e eu não fazia questão de desmanchar essa imagem. Hoje para ser respeitada, as pessoas tinham que temer sua presença.
— Bom Dia, Sra. Mendonça, nosso funcionário vai colocar suas malas no seu apartamento, é o 308, o único da cobertura.
Eu nada falei, apenas assenti em um breve aceno e segui para o elevador. Chegando ao meu apartamento, o rapaz ruivo entrou logo atrás de mim empilhando todas as malas perfeitamente bem em meu quarto.
— Mais alguma coisa senhora? - ele perguntou.
— Pode se retirar. — apenas disse.
O apartamento era grande. Uma enorme área com estilo contemporâneo e sofisticado, repleto de moveis de cor branca e marrom, nas paredes cores claras e algumas escuras, com quadros de lindas pinturas, tudo estava a meu gosto. Caminhei até a sala onde descansei sobre o sofá, tirando o sapato alto que estava maltratando meus pés, deixando que, por uma fração de segundos, meu corpo amolecesse sobre o estofado. A viagem tinha sido longa, ou melhor, a vida estava sendo dura demais. Levantei novamente, seguindo para a enorme sacada de meu apartamento.
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The stripper
RomanceVocê já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver havia uma distância muito grande, acredite nisso. Imagine... Maraísa, mulher doce e dedicada, Carla, sexy e imponente, qual você escolheria? Q...