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Marília POV

A entrada era escura. Passamos por alguns homens vestidos de terno preto, seguranças da boate, é claro. Eu já podia ouvir a música alta e frenética preenchendo meus ouvidos, até que adentramos o lugar. Sem dúvida era surpreendente, o lugar era enorme e esbanjava luxuria, era pouco iluminado com alguns focos de luzes vermelhas ou rosas por todos os lados. Em pontos estratégicos podia se ver mini palcos com postes de pole dance, mulheres praticamente nuas dançavam sensualmente para homens ou mulheres que encaravam de forma atenta.

— Você me trouxe a uma boate de strip-tease? — Sussurrei no ouvido de Lau.

— Demais né? É a melhor de Goiás, Marília. — Ela falou tão animada e continuou a andar.

Neguei mentalmente pela loucura que estava fazendo.Caminhamos entre as pessoas, sendo guiada pela loira, até chegarmos perto do palco principal, ali parecia ser uma espécie de área vip, pois nem todo mundo podia adentrar. Luíza nos entregou uma pequena pulseira de cor verde, para entrarmos naquela parte.

— O melhor lugar, para as melhores clientes. — Luíza falou sorrindo.

— Por isso gosto de você! — Prado falou abraçando a mulher.

— Aproveitem bastante, hoje temos a melhor dançarina da boate. Espero que gostem!

— Obrigada, Luíza.

A mulher apenas assentiu e se retirou.

— Eu vou matar você! Vou matar! —Esbravejei para Lau.

Lauana soltou uma gargalhada divertida.

— Do que você está rindo? — Meu nervosismo era notado a quilômetros.

— Da sua agonia, Lila, porque está assim? Até parece que nunca veio a uma boate de Stripper antes!

— Eu não sou mais aquela irresponsável, Lauana! As pessoas me conhecem! O que vão falar de mim ao me verem nesses lugares?

— Que você está se divertindo?! Pare de ser tão chata! Acha mesmo que os empresários vão falar algo de você? Não seja tola, você é uma das maiores, ninguém vai te desafiar assim.

Olhei para o ambiente, onde nitidamente só haviam pessoas importantes, com um alto poder aquisitivo.

— Eu preciso beber!

— É isso ai! — Falou Lau de forma animada — Ei!

Uma ruiva de corpo esbelto se aproximou, vestindo um pequeno traje que mal cobria seu corpo, ela era bonita e muito sexy.

— Desejam beber alguma coisa? — Sua voz saiu arrastada e sensual.

— Duas tequilas para começar — Lau se adiantou, a ruiva assentiu e se retirou para pegar as bebidas — É bom ter você de volta, Mendonça! — Ela falou sorrindo.

Minutos depois a mesma ruiva que a pouco estava conosco voltou com dois pequenos copos onde nossas tequilas estavam.Encarei o líquido transparente no recipiente, provavelmente tomando coragem para ingeri-los de uma só vez. Olhei para Prado que fez um sinal indicando que deveria ser agora, eu assenti pegando o pequeno copo, levando até os lábios onde de uma só vez virei. O líquido passou rasgando em minha garganta, o ardor foi descomunal até aquecer meu estômago, mas a sensação tinha sido boa, tinha gosto de velhos tempos.

Eu estava com medo de alguém importante me ver ali, não seria nada bom acordar lendo manchetes com "Dona da Mendonça's Industry passa noite em boate de Strip-tease" isso seria o fim! A ruiva dançava sensualmente em nossa frente, fazendo posições com pole dance invejáveis, mas por algum motivo ela não prendia tanto minha atenção como fazia com Lau. Será que eu não gostava mais de mulheres? Indaguei a mim mesma, mas no mesmo instante percebi que aquilo era uma opção sem nexo, nunca em toda minha vida eu estaria desejando um homem. "Argh!", pensei. Talvez fosse os anos que eu estava sem me divertir, sem estar com uma mulher que realmente me atraísse, viver em função de suas indústrias não era para qualquer um. Para isso, era preciso abrir mão de muita coisa, não era a toa a visão de infeliz que as pessoas taxavam em mim, mas a opinião delas pouco me importavam.

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