Capítulo 7

9 0 0
                                    

A viagem até o aeroporto foi em completo silêncio, Carter não dirigia a palavra a mim em nenhum momento, Sebastian me orientou apenas com relação ao necessário, quando embarcamos no jato notei que Carter não foi embarcou conosco, olhei para Sebastian questionando, ele soube na hora o que significava e disse.

-Ele não tem autorização para estar aqui, por favor senhorita Zorkin siga o protocolo assim podemos decolar o mais rápido possível.

Eu olhei para a comissária de bordo e disse

-Peça ao piloto para aguardar alguns minutos.

Fui em direção a saída do avião, quando desci na pista vi que ele já estava se aproximando de um carro, corri até ele, quando me aproximei ele parou e disse.

-Volte para o avião senhorita Zorkin, sua mãe vai achar estranho se você se atrasar

-É só isso que tem para me dizer? Não vai me contar porque de repente decidiu ser frio comigo? - Ele respirou fundo, e continuou andando em direção ao carro, fui atrás dele, e disse. - Ou talvez tenha sido só pelo sexo, afinal deve ser muito bom transar com a copia da esposa morta.

Ele parou, se virou e se aproximou de mim até nossos corpos estarem se tocando, e com toda a frieza que podia, disse.

-Nunca mais, fale da minha esposa, porque diferente de você, ela jamais falaria algo assim para me atingir só porque se sente insegura, ela jamais escolheria viver a vida com um transtorno apenas para chamar a atenção da mãe que é extremamente ocupada. -Eu sabia que tudo aquilo ele estava dizendo para me atingir. - Ou melhor ela nunca arriscaria a própria vida bebendo, se drogando ou se envolvendo em um relacionamento sem amor apenas para tentar sentir alguma coisa.

Aquilo foi a gota d'água, dei um tapa no rosto dele que fez minha mão arder, então disse.

-Tem razão, eu nunca seria tão sem sal quanto a vadia da sua mulher.

Virei as costas e sai, eu sabia que não devia se ofender os mortos, pois eles não estavam aqui para se defender, porém tudo que ele jogou na minha cara foi com o objetivo de me atingir, só que ele não sabia que atingindo esse objetivo ele acabou confirmando todas as dúvidas que o Tomás plantou na minha cabeça, eu jamais seria boa o suficiente para ele, especialmente porque ele sempre me compararia a esposa dele.

******

Quando chegamos no Brasil de madrugada, eu havia tomado cafeína demais durante o voo para me manter acordada, só para poder chegar cansada o suficiente em casa e cair na cama sem me preocupar com nada. Quando acordei pela manhã, eu sabia que precisava colocar a minha vida no lugar, esquecer o que aconteceu em Positano, e começar a tratar o Carter como ele realmente somente um segurança e amigo da família, precisava pensar com atenção, voltar a me concentrar em conseguir de volta as ações da empresa, e em preparar a coleção de primavera para o desfile que iria haver em setembro.

Desci para o café da manhã e encontrei minha mãe na mesa, ela estava pronta para ir trabalhar, porém algo parecia diferente nela, ela estava vestida como se fosse para um velório, então ela olhou para mim e disse.

-Ainda bem que você acordou, tome seu café rápido e se vista, estamos indo para a mansão dos Evans, eles decidiram fazer uma homenagem a esposa do Carter, infelizmente acharam o corpo dela, o Carter vai estar ausente durante alguns dias, mas os Evans sempre foram muito próximos da gente, seu pai e o Henry se apoiaram bastante, e eles nos deram muito apoio quando ele faleceu e eu só queria retribuir a cortesia, mesmo nunca tendo conhecido a esposa dele.

Me sentei na mesa e comecei a comer, eu sabia que provavelmente iria colocar tudo para fora assim que subisse para o quarto, mas não tinha como aguentar aquilo de estômago cheio depois do que aconteceu em Positano.

A Herdeira e o Guarda CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora