PRÓLOGO

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**Lili**

1808

Os dois países estão em guerra por território, meu país contra nosso país vizinho. Brasil tem um sistema Monarca que é cobiçado por muitos. Várias terras frutíferas, gados, territórios onde a abundância de água e todo o luxo que os impostos e o trono podem dar.

Nossos vizinhos estão insatisfeitos, querem nos derrubar. O Brasil é farto em riquezas Naturais, porém, nosso rival colonizou bem antes que a gente, ou seja, eles tem mais guardas, mais armas, mais civilização, mais ruindade e ambição! Se estamos a dois passos a frente eles estão a seis.

As vezes tenho uma lembrança. Fico lembrando várias e várias vezes dela, passa tantas vezes na minha cabeça que me pergunto se não é apenas um sonho, um pesadelo na verdade. Estou com meu pai e minha mãe dentro da carroça, a gente viajava porque tínhamos coisas importantes pra resolver, me lembro de estarmos fugindo também. Olhava a todo momento para a pequena janela ao lado, a sensação de perigo me dominava a cada instante mesmo com meu pai dizendo que era só a noite escura e gélida que me assustará, eu sabia que não era só isso. Nossas hierarquias e deveres tem a maior culpa do meu medo.

Não precisei ser advinha pra acontecer oque temia. Escutamos barulhos altos de tiros, em sequência a carroça tombou. A porta da carroça havia sido amassada, mas dava pra passar um por um, olhei para os meus pais que estavam tão tontos quanto eu.

Pai – Vai você! Corre!

Lógico que não fui, ele tá louco?

Pai – Sua mãe passará logo em seguida e por último eu! – completou parecendo ler meus pensamentos.

Só depois de escutar isso que me movi, sai de dentro da carroça mesmo escutando o som do nosso condutor do cavalo sendo degolado vivo e passos ligeiros em meio ao barro laranja. Sim!! Eram os estrangeiros nos atacando, tinha vários deles com as espingardas, mataram nossos homens e estão querendo nos matar!

- Vem logo mãe...

Falo pra jovem senhora que passará com dificuldade pela porta. A estrada era de barro e em volta era tudo mato, mato e mais mato. Um dos homens me agarrou, tentei me soltar desse infeliz, só que esse vestido comprido dificulta a minha vida.

- Me solta!!

Os outros riram da minha cara. Se aproximaram da carroça e terminaram de puxar minha mãe, do outro lado outros homens já apontavam suas armas para meu pai. Minha mãe no instinto louco dela se livrou das mãos do homem e avançou no cara que me segurava, caímos os três no chão. Os outros já se aproximavam da gente falando alguma coisa, mas só prestei atenção no que mãe dizia:

Mãe - Sai correndo!! Vai embora!!

Isso é uma ordem ou petição? Meus olhos enchem de água e revolta.

Mãe se levantou deixando o cara que tentava se levantar com dificuldade por causa do barro. Segurou minha mão me ajudando a ficar de pé e apontou para a pequena descida inclinada que dá acesso a mata.

Mãe – VAI! EU ESTOU MANDANDO! – grita.

Continuei imóvel. O homem conseguiu se levantar, minha mãe vendo isto me empurrou forte, tão forte que cai em direção a descida. Tentei me levantar, mas ao ficar meio em pé escorreguei em meio ao barro e rolei no pequeno desfiladeiro de barro, fiquei um tempo rolando. No rolamento bati a cabeça em algumas pedras, o corpo também, até chegar no final onde me choquei com uma árvore. Bati a cabeça tão forte que na quelé momento desmaiei, não vi mais nada.

Acordei do meu sonho novamente, tive a mesma lembrança. Só que ao acordar pra realidade percebo que estou de baixo de um homem desconhecido. Um rapaz totalmente peladão em cima de mim me chamando.

- ACORDA PORRA!! SUA MALUCA! VAMOS!!! – diz rápido.

- AAAAAAAAAAAAA!! SOCORRO!! – Grito.

Ele tampa minha boca rápido.

- Tá doidaaa!! Cala a boca!! A gente tem que ir!

Estou no quarto de uma casa. A cama está afastada até a parede e tem uma entrada no chão.

- Entra aí rápido!

É um tarado! Vai me sequestrar e me estuprar!

- Tá bom! Vou entrar!

Ele me solta, começou a colocar uma cueca tampando as coisas e na distração desse maluco corro até a porta do quarto, consequentemente o homem correu atrás de mim.

- Oque você está fazendo!?

Sai num corredor e no final dele já avistava a sala. Escutei um barulho de alguém batendo forte na porta.

- LILI!!

Escuto ele gritar.

- SOCORROOOO!! – grito.

Comecei a correr pelo corredor, só que o cara deu um pulo e se jogou em cima de mim. Fomos ao chão, e pela cara do infeliz estou bem perdida.

- Gosta do perigo né! – segura meu pescoço com uma mão – Da pra ver que não teve medo de nada que te fiz até hoje! – passou a mão na minha coxa e foi subindo meu vestido.

Tentei arrancar a mão dele do meu pescoço, quanto mais força eu colocava mais ele apertava, suas mãos começaram a aparecer as veias pela força, enxergo meu fim.

- ÚLTIMO AVISO! ABRAM A PORTA OU VAMOS ARROMBAR!!

Ele olha pra sala e volta sua atenção em mim.

- Quando nos pegarem agora e nos levarem para o quartel, eu juro que... – sinto sua mão subir até minha parte íntima.

- M-moço.. – falo com o resto de ar que tenho.

- Eu juro que quando me darem a sentença vou fazer da sua vida um INFERNO até o dia da minha morte!! – Aperta minhas partes íntimas com raiva.

Nesse momento escuto um barulho alto, era a porta de entrada que acabaram de derrubar. Muitos homens fardados entram na casa, um deles barbudo olha pra gente e diz:

- Te achei seu merdinha! – diz olhando para o homem em cima de mim – levem os dois! – ordena para os outros soldados.

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