Era a merda do ano novo, e sim, o meu aniversário é justamente no maldito dia 1 de janeiro. Estava tudo bem, para se dizer, há um ano atrás a minha mãe havia falecido, então, algumas dores passaram. Dentro do meu quarto, só conseguia pensar na seguinte ação: me suicidando.
Isso parece triste, não é? Bom, eu até concordo com você. Acredito que seja normal pensar desta maneira em pleno século XXI, ou quer dizer, antigamente tudo era horrível, mas, os genes de sobrevivência superavam a vontade de querer morrer. Apesar que sou apenas um jovem-adulto típico de ter 20 anos no momento e ser um desleixado do caramba. Que merda, não é?"Ethan, você não vai comemorar? É ano novo, esqueceu?" Minha prima diz, ainda não entrando em meu quarto.
"Eu já vou." Eu digo, claramente desanimado.
Ela sai, percebendo o quanto o seu primo não é como antes.
Sinceramente, eu queria ser diferente, só que depois dos meus 13 anos, parece que tudo começou a decair. Por exemplo, como eu fui de uma criança feliz para um fudido mental e físico? Isso é possível?! De qualquer maneira, apenas me deito em minha cama e fecho os olhos, querendo imaginar um mundo onde tudo pudesse ser diferente.
Uma mensagem chega em meu devido smartphone:
Zack: Eu sinto sua falta ♡
Eu agarro meu celular quase que instantaneamente e vejo. Meu coração se alivia um pouco, liberando a oxitocina. Zack é meu namorado, sim, eu sou gay. Talvez isso seja meio complicado, mas, isso não é algo que você deve se intrometer.
Eu digito:
Ethan: Amor, eu também sinto.
Eu vejo ele respondendo minha mensagem, minha ansiedade me deixando nervoso, eu quero saber o que ele vai dizer!
Zack: Amanhã eu vou estar de volta.
De repente, um sorriso aparece em meu rosto. Um milagre? Eu pareço um defunto que nunca está feliz, ele é a única coisa que me consegue fazer mudar. Espera, estou lembrando de quando nós dois beijamos entre si pela primeira vez. Tipo, nunca havíamos beijado antes, então foi constrangendor, só que foi romântico ao mesmo tempo. Ele me faz sentir vivo, sem ele eu irei morrer.
E eu dormi, finalmente, esperando ansiosamente pelo dia seguinte onde poderia ver minha alma gêmea de volta depois de duas semanas horríveis para nós dois. Inclusive, que semana, "hm". O pior de tudo é que nem está de noite, são três horas
da tarde.Enquanto dormia, mesmo assim escutava pessoas pela sala-de-estar dizendo:
"Pai, o maninho não está bem." Diz.
"Eu sei filha, mas o que eu posso fazer?" Diz.
No começo, eu não conseguia identificar quem estava dialogando, só que ao longo do tempo consegui perceber. Eu sei, eu preciso arrumar um emprego ou começar a faculdade... raiva de estar perdido em um mundo tão grande! O que é estranho são os fatos que mesmo assim eu me disponibilizei para arrumar alguém que fosse igual a mim, me dá conforto saber que meu namorado compartilha os mesmo neurônios que eu próprio. Me sinto orgulhoso, não por existir, e sim por não estar sozinho.
As nove horas da noite, eu acordei. Barulho de televisão, mas, também estava tudo silencioso. Me senti em um filme de terror de classificação indicativa +14, onde o filme é broxante. Eu me levantei da cama e decidi ir ao banheiro, quando cheguei lá, no reflexo do espelho eu só conseguia ver um monstro, adivinha quem? Eu próprio.
O meu passado é obscuro, quase matei uma criança no ensino fundamental II por ela estar fazendo "bullying" comigo, isso me deixou "puto". Cortei o braço dela, foi engraçado e ao mesmo tempo horroroso, porque depois de alguns segundos, eu comecei a sentir a mesma dor que a própria sentiu.Enfim, voltando, no banheiro, tentei escovar os dentes só que acabei não conseguindo. Meus dentes estavam apodrecendo e sério, vocês podem achar nojento só que isso é um sintoma claro da depressão. Falta de higiene sempre foi um problema para mim, mas isso só começou a me afetar mesmo quando eu tinha 12 anos para frente, a época onde o corpo começa a ser controlado por hormônios idiotas e se "masturbar" parecia a quinta maravilha do mundo, além de namorar. O incrível é que eu nunca tive religião, então como não acredito em nada eu poderia ter sido uma criança muito pior na infância, caralho, que doido, por que pensei nisso só agora?
Decidi apenas lavar minhas mãos e voltar ao quarto, peguei novamente meu celular e digitei no GOOGLE:
"Como saber se sou um adolescente problemático?"
E em um piscar de olhos, vários resultados da pesquisa, desde de sites até números de telefone para hospitais psiquiátricos. Isso me deixou surpreso, só que não chocado. Quer saber? Que se foda. Eu desligo o meu telefone novamente e fico sentado em minha cama de pernas cruzadas, só imaginando quando que lançaria a nova temporada da minha série favorita. Isso é até errado se pensar em um momento deprimente desse.
Ao mesmo tempo, eu escuto um barulho de tiro e automaticamente fico assustado, eu acabo saindo de meu quarto e descendo as escadas, o que vi foi o seguinte:
Era literalmente uma caixa de som com o volume no máximo ao lado do meu primo, Daniel, uma criança de 10 anos que é problemática.
"Trolagem!" Daniel grita, exalando felicidade por ter supostamente me enganado.
Minha expressão facial demonstrava que isso me deixou sem graça, enfim...
"Cadê seus pais?" Eu próprio pergunto.
"Todos estão no quintal." Daniel diz.
"Ah, ok." Ethan diz.
Me sento ao sofá e Daniel já havia saído do cômodo, liguei a televisão e continua ali, vendo o que se passava nas telas televisivas.
Enquanto estava no quarto, bem, perdi mais de 50 ligações de Zack, algo havia acontecido, e foi do nada. Era tarde, eu já havia cochilado novamente no sofá e absolutamente nada poderia me acordar a não ser um presente muito caro como uma mansão luxuosa. Eu me odeio, eu definitivamente me odeio.
FIM DO PRÓLOGO.
**NOTA DO AUTOR: Existe várias contradições na escrita, me desculpe, no próximo capítulo esses erros serão minimizados o máximo possível!**
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EXCLUSIVO (VOLUME 1)
Roman d'amourEthan acaba de fazer seus vinte anos, e bem... ele está perdido, talvez ele apenas precise de alguém para encontrar um caminho.