Eu e meu desprazer

traiçoeira

- juro que foi sem querer, eu estava mechendo no celular e derrubei meu café em você.- falou me encarando.

- tá de boa.

Falei saindo de perto dela quando vi os mesmos caras de mais cedo.

- a sua sacola tá no chão e também deixa eu te pagar uma camiseta nova.- falou segurando meu braço.

Peguei minha sacola e joguei a minha camisa dentro dela.

- não precisa, minha casa é aqui pertinho, relaxa!

- não, eu insisto, vem!- falou me puxando pra dentro dentro da loja.

- clarice isso é necessário? Estamos atrasados!- um homem que nem tinha notado a presença dele falou.

- melhor você ir, eu vou pra casa.

Tava quase saindo da loja quando pegaram no meu braço.
Já ia xingar a mulher por ser tão insistente até ver que era o homem que acompanhava ela.

Ele tirou o blazer e me entregou.

- melhor não andar por ai só de sutiã, sabe como é né, o mundo anda muito perigoso e você é só uma mulher.

Arquiei a sombrancelha e olhei bem pra ele, ia dar uma lição de moral mais vi os mesmos caras que estavam me perseguindo indo para os fundos da loja.

Ótima hora pra ir correndo pra casa!

- ah sim, valeu!

Sai correndo da loja e entrei no primeiro taxi que vi.

(...)          

- senhora, chegamos.

Acordei assustada, falei um "obrigada" e desci do carro.
Peguei minhas chaves no bolso da calça e abri a porta, antes de entrar em casa dei uma olhada na rua e vi uma van preta no final dela.

Entrei em casa e tranquei a porta.

Corri pro quarto e peguei minha arma, coloquei na cintura e abotoando os botões do blazer pra esconder a arma.
Peguei meu celular e enviei uma mensagem.

A cabeça dele tá dentro da van preta no final da rua. Deixa a grana lá.

Abri a porta de casa e deixei a porta aberta.
Fui caminhando em passos lentos até a van. Um homem saiu dela e veio até mim.

- sem enrrolações, me dá logo a bolsa com o dinheiro e eu vou embora, ninguém sai machucado!

Ri sem humor.

- o dinheiro era seu se você fosse a porra de um homem de palavra e matesse aquele rato, você não fez nada do que prometeu então sem dinheiro!

- mais eu fiz o que prometi, dei o tiro e ele ficou desacordado no chão, agora como eu iria saber que ele tava com colete?!

- como? Você ligou avisando pra ele que eu tinha oferecido uma grana na cabeça dele, ai ele ofereceu uma quantia maior e você, a porra de um rato, aceitou!

- sabe como é né, o que a gente não faz por dinheiro.

- sabe o engraçado? Também me ofereceram dinheiro pra trair sua confiança.- peguei a arma.

Mirei nele.

- e você acha que pode me matar? Você não consegue, é fraca igual seu pai, não é atoa que tem o mesmo sangue correndo nas veias!- falou me dando um soco.

Me levantei e encarei ele sorrindo.

- sabe no que também puxei a ele? O poder de ser traiçoeira ao ponto extremo! Acha realmente que eu tinha confiado no seu papo? Mesmo sabendo de toda sua fama? Ah qual é Marcus, você já foi mais esperto!

Engatilhei.

- você não tem coragem, é fraca!

Atirei.

- como eu disse, eu sou traiçoeira.

Arrastei ele até a van e tirei o blazer colocando por cima do corpo, fechei a porta e fui pra casa.

Sentei na calçada e vi uma moto parando lá.

A pessoa abriu a van, mecheu no corpo e deixou uma bolsa lá.
Olhou pra minha casa e acenou com a cabeça, logo saindo e indo embora.

Fiquei sentada olhando o céu até perceber que já era muito tarde.
Fui até a van, peguei a mochila e voltei pra casa correndo.

Continua...