O orçamento de doze meses

Março

Fiel à palavra de Potter, eles se encontraram novamente pouco mais de uma semana após o primeiro encontro. Embora Potter estivesse extremamente ocupado com o trabalho, ele o convidou para um café rápido na hora do almoço. O café onde eles se conheceram ficava na esquina do St Mungos e era administrado por trouxas. Foi agradável e barato, o que significa que Severus mal teve que gastar o dinheiro de suas economias. Dessa vez ele insistiu em comprar o café de Potter por uma questão de princípio. O homem aceitou graciosamente. Eles conversaram por quase uma hora sobre alguns dos casos atuais em que Potter estava trabalhando. Severus lhe deu conselhos sobre uma das poções em que estava trabalhando, sugerindo que ele solicitasse uma troca de ingredientes. O homem fugiu quando seu intervalo estava quase acabando, prometendo que iria mandar uma coruja e agradecendo pelo conselho.

Potter enviou uma coruja alguns dias depois, agradecendo pelo conselho e informando que funcionou e que seu paciente recebeu alta. Ele não havia sugerido outro encontro - Severus se perguntou se talvez fosse a sua vez de fazê-lo. O outro homem havia iniciado todo o contato entre eles até agora, talvez ele estivesse dando um passo para trás para garantir que Severus não se sentisse obrigado. A verdade é que ele não se importava com a companhia de Harry - e sim, era Harry de vez em quando. Ele respondeu dizendo que estava feliz por poder ajudar e que deveria mandar uma coruja para ele se algum dia pensasse que havia um problema com alguma das poções com as quais ele estava trabalhando. Ele ainda não havia recebido uma coruja de volta.

Agora eles estavam em março – era sexta-feira. A primeira compra do mês era sempre a pior, pois era quando era mais provável que ele tivesse falta de suprimentos domésticos essenciais. Papel higiênico (sete foices), pasta de dente (três foices e quatro nós), desinfetante (cinco foices e dez nós) e a lista continuava. Severus estava com medo de tentar orçar sua loja de alimentos hoje ainda mais, pois precisava de uma faca nova para seu kit de poções. O dele havia sido embotado e afiado tantas vezes que ele estava preocupado se afiasse novamente, ele quebraria.

Ele se lançou sobre Slug e Jiggers entregando a lista de ingredientes ao vendedor da loja, Proust e ex-aluno dele. O garoto lançou-lhe um olhar insolente, mas Snape o ignorou marchando até as facas sabendo que o garoto prepararia o pedido para ele, embora não gostasse dele. Ele havia orçado um máximo de dez galeões para uma faca - uma faca decente custava pelo menos 20 galeões, mas ele estava usando apenas os galeões extras que economizou em fevereiro, recusando-se a aceitar mais de suas economias do que tinha. Ele atualmente tinha quatro galeões de 12 nós no caldeirão em casa, mas ele decidiu manter aquele invólucro. Potter o convidou para sair novamente em breve. Ele não queria o constrangimento de ter que recusar por falta de dinheiro.

As facas estavam dispostas sobre uma longa almofada vertical de veludo verde na janela. O mais barato eram três galeões, que ele tinha certeza que a maioria dos alunos de Hogwarts comprou no primeiro ano, trocando por um de melhor qualidade quando começaram o segundo. O que ele provavelmente iria conseguir era nove galeões e sete foices. Ele nem sequer pegou no começo, um pouco invejoso com a qualidade. Ele olhou mais abaixo na prateleira para as facas mais caras. O mais caro custava 35 galeões - uma linda faca incrustada de rubis e esmeraldas.

Severus não pôde deixar de pegá-lo da prateleira para examinar o intrincado padrão no punho, virando-o lentamente, mas ao fazê-lo notou uma sombra sólida aparecendo na janela. Olhando para cima, ele viu Harry Potter observando-o com curiosidade do lado de fora da loja. Quando o homem percebeu que havia sido localizado, ele rapidamente levantou a mão em saudação. Severus acenou de volta, voltando para a prateleira quando o homem entrou na loja.

"Oi." Ele disse em saudação enquanto se aproximava de Severus. “Nova faca?”

Severus percebeu que ainda segurava a faca cara. Ele colocou-o de volta na prateleira. “Um pouco elaborado para o que eu preciso.”