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Harry tossiu e olhou cansado para seus amantes e irmão. Doeu. Como o inferno em uma cesta de mão. Pela primeira vez na vida, ele estava eternamente grato por ter alguém ali para ajudá-lo em meio à sua dor. Ele gemeu baixinho e esfregou a garganta, sem perceber os olhares felizes que Severus, Draco e Tom compartilhavam.

"Funcionou!" Draco exclamou e puxou Harry para um abraço apertado.

Severus, embora igualmente emocionado, apenas revirou os olhos e bagunçou o cabelo de Harry. Tom sorriu com ternura para o irmão.

"Vamos, otouto, fale um pouco mais para eu saber que funciona e depois você poderá passar um tempo com seus amigos."

Harry corou e se aconchegou mais perto de Draco.

"Cale a boca T-Tom. Porra, isso dói. Era para doer?" ele disse asperamente, sua voz vacilante e fraca.

Harry estava feliz por poder falar, então não iria reclamar que provavelmente nunca mais falaria normalmente. Tom notou com muita diversão como ambos os companheiros estremeceram ao ouvir a voz de Harry pela primeira vez em meses. O temido Lorde das Trevas lançou um feitiço de diagnóstico em seu irmão e sorriu de satisfação. Tudo funcionou perfeitamente. Harry agora podia falar. É claro que haveria momentos em que ele teria que ficar em silêncio... mas...

"Vai ficar dolorido por alguns dias. Mas fora isso foi um sucesso. Harry. Agora você pode falar apenas com uma necessidade ocasional de silêncio."

O sorriso de Harry valeu todos os momentos agonizantes de ouvir os gritos de dor do bruxo mais jovem.

"Obrigado, Aniki." ele fez uma careta e Tom pegou sua varinha.

Ele convocou um frasco de Poção Calmante e entregou a Harry. Agradecido, o lobisomem engoliu a poção e depois enxugou o rosto. Tom fez desaparecer o frasco.

"Melhorar?"

"Muito."

"Bom. Agora, embora eu tenha mais do que certeza de que você ainda está cansado, gostaria de discutir com você o encontro que Severus e Draco acabaram de suportar."

Harry assentiu e olhou de um companheiro para outro. Os olhos de Draco se estreitaram e o rosto do mestre de poções tornou-se estóico.

"O que aconteceu? Vocês dois não ficaram feridos, não é?"

Ambos os companheiros foram rápidos em tranquilizar seu pequeno lobo e gentilmente acariciaram cada lado de seu rosto.

"Estamos bem, pirralho. Ele nunca nos tocou."

"Mas queríamos matá-lo ainda mais."

Harry sentiu a raiva saindo de seus amantes e se encolheu externamente. Mesmo tendo certeza de que seus companheiros não iriam machucá-lo, esse tipo de raiva o assustava. Isso o lembrava muitas vezes dos tempos que passou tentando escapar da ira de seu tio. Tom fez um gesto para que Harry se aproximasse dele, o que ele fez rapidamente. Foi só então que os outros dois sonserianos perceberam o efeito que estavam causando em seu amante.

"Merda." Draco praguejou e rapidamente controlou seu temperamento. Ele não pretendia perder o controle daquele jeito.

Severus desviou o olhar da forma encolhida de Harry, sentindo-se extremamente culpado. Ele sabia o que era temer os parentes. Temer a raiva deles e nunca confiar na raiva de outra pessoa. Mesmo que não tenha sido direcionado a você.

"Sentimos muito, Harry. Não estávamos zangados com você. Foi apenas o que o diretor disse que nos irritou tanto. Ele queria fazer experimentos com você, Ry. Ele queria pegar suas habilidades como uma Ninhada e usar para fazer com que seu primeiro filho matasse você e qualquer um que fosse contra ele, incluindo seu irmão." Os olhos de Draco pareciam duas partes irritados e tristes. Era quase como se ele estivesse tentando persuadir Harry a voltar para eles.

Murchando até a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora