Morte aos Humanos

capítulo 02| lana🧬

Quando a gente chegou no refeitório eu fui direto para a fila da cantina pegar alguma coisa pra eu comer, tô morta de fome e pra piorar eu tinha acordado quase uma hora depois do alarme -culpa minha por ter ficado até tarde mechendo no celular- tendo que fazer tudo correndo, eu nem tinha comido ainda.

Como se já não bastasse, aquela rapariga oxigenada entrou na minha frente me empurrando, se não fosse o Adryan eu teria caído com tudo no chão. Dá pra acreditar nisso?, ela quer guerra não é?! Então é guerra que ela vai ter.

- ei, oque você acha tá fazendo? - me refiro a ela que estava parecendo um S na minha frente, se eu não tivesse puta com ela com certeza teria caído na gargalhada. Mas como nem tudo são flores, deixei pra zoar ela num outro momento

- aí, desculpa eu não tinha te visto -se faz de sonsa- mas acredito que você não iria se incomodar comigo aqui, não é mesmo?!

- eu sei muito bem que você me viu aqui, afinal eu não sou transparente, não é mesmo ?! - fiz uma imitação horrível dela, juro que eu tô quase arrancado os cabelos dela

- escuta aqui, você sabe muito bem quem eu sou e o que eu posso fazer, acho melhor você conter essa sua língua na boca ou se não eu te expulso dessa escola

- nossa como eu tô morrendo de medo de uma puta oxigenada metida -zombei da cara dela

- oque você falou sua vagabunda?! Repete se você tem coragem -ela tá com fogo nos olhos, bufando pelo nariz

- oh não -debochei- além de puta você é surda agora?

- isso não vai ficar barato - disse indo pra cima de mim

- vamos ver putinha -eu revidei cada golpe que ela tinha me dado.

Em um piscar de olhos as duas estavam no chão, ela tava em cima de mim me dando vários tapas no rosto. Eu tava deitada no chão tentando apertar o pescoço dela, num pulo eu derrubei ela no chão e me coloquei em cima dela, diferente de Ana eu não estava dando só tapas e sim socos também, e porra como eu tava estressada.

Não demorou muito pro diretor e alguns professores chegarem ao local, um professor me tirou de cima dela e o diretor -como sempre não é- foi em direção a loira estatelada no chão toda descabelada. Eu ainda tava muito ofegante e com o cabelo desarrumado.

- oque acha que está fazendo senhorita
Franco? - a voz do diretor se direciona a mim com autoridade

- como se só eu tivesse brigando - resmungo olhando para o lado

- oque disse? - olho para o diretor incrédula

- que eu não sou a única que estava brigando, então pq você só está brigando comigo e não com ela? - bufo e solto as palavras disparadamente - olha oque ela fez comigo - aponto para o meu cabelo que provavelmente está todo desgrenhado.

- olha como se refere a mim senhorita Franco! - me advertiu- isso não é desculpa para oque você fez, vá agora para minha sala! - ordenou a mim

- e ela? Não vai também? Afinal eu não sou a única a brigar - claro que tem um tom de deboche na minha fala.

Depois do que eu disse o local começou a se encher de burburinhos e fofocas, os alunos nos olhavam e olhavam entre si. O diretor parece ter ficado um pouco intimidado com o povo comentando.

- a senhorita Romaro também, prfvr, as duas venham até minha sala, agora! - ele parecia desconfortável com aquilo, e sinceramente, eu amo quando causo isso nas pessoas, gosto disso em mim.

Depois do que o diretor disse o sinal tocou e todos os alunos que estavam ali em volta do "showzinho" foram para suas salas. E que merda, vou ter que passar fome por causa daquela vaca oxigenada.
Quando estava indo em direção a sala do diretor vejo adryan ainda na cantina. Porra eu quase fiz picadinho de puta e ele preocupado em comer?! Que ótimo melhor amigo que eu tenho viu.
Fiquei parada por alguns segundos observando aquela cena, impressionante, quando saí do transe vi que ele estava vindo em minha direção com um sanduíche e um suco na mão.

- eu sei muito bem oque você pensou, e não, eu não estava preocupado só em comer - valha, como que ele sabia que... ah que se foda - toma - esticou a mão que estava com o sanduíche para mim, fiquei um pouco confusa mas aceitei

- como que você... como? - dei uma bocanhada no lanche e nossa, que delícia, soltei um leve gemido quando o sabor adentrou meu paladar.

- assim que eu vi no que aquilo ia dar eu fui pra fila da cantina, que por sinal ficou vazia com o show de vocês duas, e peguei um lanche pra você - nem esperei ele continuar e dei um abraço nele

- muito obrigado adryenito, você é o melhor - solto dos braços dele e ando em direção a porta do corredor - ah e obrigada pelo lanche, tava ótimo.

- não me chama de adryenito, nana. de nada é boa sorte lá

- valeu - asceno de costas para ele e continuo meu caminho.

Eu espero do fundo do meu coração que aqueles dois não tenham aproveitado a minha demora para terem uma "conversa a dois", eu sei muito bem que você sabe o que eu tô dizendo.
Com esse pensamento eu desacelero os meu passos e quando chego a sala, bato três vezes antes de entrar - eu definitivamente não quero me traumatizar - ouço um " pode entrar" provavelmente sendo do diretor.
Adentro a sala com um leve "licença" e me sento de frente a mesa.

- vocês sabem que fizeram besteira não sabem?! - não sei pq mas me pareceu uma afirmação ao invés de pergunta

- sim diretor - a loira ao meu lado se pronúncia, em reação eu concordo com a cabeça

- eu não vou poder fingir que isso não aconteceu - fez uma pausa - as duas na detenção por duas semanas após o término das aulas.

- Oque?! - eu e Ana falamos em conjunto

- Sem mais nem menos, a decisão já está tomada!

- sim senhor - digo com os olhos fixos nos dele - senhor será que poderia me dar um papel para que possa entra na sala?

- hmm- suspira - claro, afinal estão aqui para estudar, não é mesmo?! - deu ênfase no "estudar" e abriu uma das milhares de gavetas e pegou um papel, anotou alguma coisa que eu não identifiquei e depois carimbou - aqui está senhorita Franco, pode ir.

- Obrigada senhor, já vou indo -pego o papel e saio da sala.

Eu não me afastei muito da porta quando sai, estava tentando ler oque estava escrito - que letra de médico da porra, meu deus- não demorou muito e eu escutei a conversa entre Ana e o diretor. E como sempre era só na minha frente, aquela vaca se livrou e eu?! Quem se importa. Vou perder tempo por duas semanas, DUAS SEMANAS. Desgraçados.