Soraya.T.__Leila, me ajuda a colocar essa mesinha ali no canto?.-havia 2 meses que tinha me divorciado do meu marido, e por sofrer muitas ameaças dela após o término, decidi me mudar de cidade junto de minha amiga.
Agora eu me instalei em uma casa localizada em uma boa região, com vizinhos educados, pelo menos os que vinheram até minha porta ajudar na mudança.
__Mocinha, não quer que eu te ajude com isso ai?.-Rodrigo, marido da vizinha da frente me ofereceu ajuda.
__Eu iria adorar!.-Sorri sem graça, e junto a ele veio sua mulher, Eliziane. Uma mulher de cabelos negros e pele bronzeada, pela pouca conversa, ambos são da igreja.
Passamos o dia inteiro organizando a casa, e quando acabamos, ja se passava algumas horas do horário de almoço. Minhas coisas e de Leila eram poucas.
O dia hoje estava um pouco nublado, então Leila se ofereceu para fazer um café para o casal que nos ajudou na mudança, mas ambos negaram, dizendo que teriam que ir para casa, que os dois filhos ja tinham chegado da escola.
__Eu os acompanho até a porta!.-Me ofereci e seguimos, eu parei na entrada, analisando que nenhuma casa havia muros.
__Meninas, estamos indo, ta bom? Se precisarem é só chamar.-Eliziane me deu um beijo fraterno na testa.
__Ah, espero que os outros vizinhos sejam tão receptivos quanto vocês.-Estava profundamente grata pela recepção que eu e Leila tivemos dos nossos vizinhos de frente, foi muita gentileza assim que o caminhão de mudança parar eles virem ajudar.
__Garanto que são! Por favor, jante com a gente quando quiser.-Agradeci o convite e eles foram embora.
__Eles são tão gentis, ne, abelhinha?.-Leila estava colocando bolos na mesa.
__Quando esses bolos chegaram aqui?.-Perguntei confusa.
__Trouxemos no caminho, não lembra?.-Franziu a testa.
__Estou tão cansada que esqueci!.-dei risada com ela.
__Vai comer agora?.-Ofereceu, já se sentando em uma das cadeiras de nossa pequena mesinha.
__Queria tomar banho e descansar um pouco, não consigo sentir fome de tão cansada que estou.-Suspirei, me sentindo um pouco mal por tanta mudança em minha vida.
__Oh, soso, não fica assim...Aquele canalha do César não te merecia.-se levantou e me abraçou.
__Não é? Como os homens de hoje não perdoam apanhar?.-Brinquei, por que na realidade eu sofria muitas agressões de César.
__Você é jovem, sol, logo arruma alguém ao seu nível.-Passou as mãos em meu cabelo.
__Não espero encontrar alguém, chega de sofrimento!.-Forcei uma risada.
Estou com 25 anos, me casei com César aos 19 por pressão do meu pai, quando descobriu que eu tinha interesse por mulheres também.
__Não diga bobagens, você merece muito amor!.-Me deu um leve tapinha no braço.
_Quando estávamos vindo, notei uma sorveteria próxima aqui, o que acha de irmos lá? Melhor não ficar presa em casa!.-Tomei coragem, não podia me trancar em casa e me afundar na tristeza.
__Claro, vai lá!.-Leila se sentou de novo para tomar seu café, e eu fui até o quarto.
A casa não era muito pequena, era até espaçosa para duas pessoas. Tinha uma grande cozinha, uma sala consideravelmente grande e 4 quartos. Eu não entendia para que tantos cômodos para duas pessoas, mais foi escolha de Leila e a casa não estava tão cara.