Ella Agostini
Raios de sol batem ao encontro do meu rosto, enquanto desperto, tento localizar em que lugar estou, e acabo por perceber que estou em meu antigo quarto na casa de meus pais, em Montreal. Assim que desperto por completo, começo a organizar em minha mente tudo que há de ser feito hoje.
Ainda na cama, abro o Instagram e faço uma postagem da cobertura do evento da Miumiu que compareci na noite anterior. Antes de continuarmos, tenho que contextualizar quem eu sou, me chamo Stella Pompei Agostini, mais conhecida como Ella Agostini, influencer de moda em tempo integral e herdeira nas horas vagas, e faço algumas aparições sazonais no ramo de engenharia mecânica.
Sempre fui apaixonada por moda, mas especificamente pelos tecidos, modelagens e caimentos nas peças, sempre fui aficionada pelos bastidores das grandes marcas e hoje trabalhando com isso, é isso que mostro para o meu público o que está por trás dos grandes desfiles e suas peças modeladas, a parte da engenharia é o pequeno espaço da minha vida que não pode ser mudada, vindo de uma família proprietária de uma empresa do ramo de motores de carros e caminhões, seria inevitável não ter pelo menos um terço de conhecimento na área e apesar de ser apaixonada por carros, mais especificamente os modelos antigos, e ter trabalhado dois anos na área, a minha paixão por moda falou mais alto e aqui estou eu, trabalhando há três anos com isso e conquistando cada vez mais espaço na área.
Escuto as incontáveis batidas na porta diminuíram o ritmo e em seguida o bufo impaciente de meu pai ressoa, me olho no espelho de corpo inteiro checando se todas as peças de roupa estão em seu lugar e caminho até minha cama pegando a bolsa com todos os equipamentos necessários para hoje e em seguida abro a porta encontrando o rosto de expressão desgostosa de papai.
Ângelo Agostini, o empresário canadense top um no ramo de engenharia mecânica, ou mais conhecido como meu pai, ou também o fã número um das mulheres de sua vida, mamãe que o diga.
- Até que fim, Stella, já estava criando raízes em frente a essa porta - o mesmo indaga e logo após me oferece o braço para seguirmos caminho até a sala de estar para tomarmos o nosso dejejum.
- Não seja exagero, senhor Agostini, eu não demorei tanto assim - retruco.
- Sinto muito, meus amores, mas não consegui os esperar, vocês demoraram demais e estou atrasada já - mamãe diz assim que chegamos até a mesa de café da manhã.
- Sem problemas, querida, você sabe como sua filha é- papai a cumprimenta com um beijo casto em sua mão.
Olhando para as duas pessoas responsáveis por minha existência, penso no amor deles e como tudo ocorrei, papai sempre nutriu uma paixão por fórmula 1, em específico nos carros e seus motores, em um acompanhamento de uma corrida que aconteceu em Interlagos, resolveu estender sua estadia e conhecer mais o país em que estava, em Fortaleza acabou conhecendo mamãe em um esbarrão na praia e desde lá vem estando juntos e cada vez mais apaixonados. Tenho para mim que, se um dia eu viver um amor, quero que seja igual ou até mais intenso que o deles.
- Queria ficar mais com vocês, mas tenho que ir - mamãe se levante e beija nossas testas em despedida.
- Também temos que ir, já estamos em cima da hora - prospero assim que avisto o horário no relógio em meu pulso, apanho uma fruta qualquer na fruteira e puxo meu pai em direção à garagem junto à mamãe.
Estacionamos em uma das várias vagas do estabelecimento, o clube Golf Executif Montreal, descemos e adentramos o lugar procurando os anfitriões do evento anual de golfe, que em minha sincera opinião é só um disfarce para os velhos ricaços fazerem negócios nas férias sem que suas esposas reclamem que os mesmos trabalhem demais.
Assim que meu pai localiza seu pequeno e seleto grupo de companheiros, os mesmos se acomodam em seus carrinhos e vamos em direção ao primeiro campo.
Apesar de praticar o esporte desde que me intendo por gente, não sou a melhor e nem chego perto de ser boa, apenas o faço para passar mais tempo com papai, já que graças as nossas rotinas agitadas perdemos cada vez mais momentos da vida um do outro.
Após observar minha bola fazer uma curva ridículo e parar a metros do lugar onde devia ter adentrado, me recosto no taco e observo os homens competindo entre si com suas piadinhas disfarçadas de cutucões, perdida em pensamentos sou despertada com o forte latejar na parte de trás de minha cabeça, até aquele momento o fato de não ser tão fã de golfe assim era uma dúvida, mas a partir do momento que percebo que fui atingida por uma bola passo a ter certeza de meu desgosto.
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29/12/2023
814 palavras
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Golf Boy - Lance Stroll
FanfictionQuem diria que uma pequena bola de golfe poderia juntar dois mundos diferentes, e quem poderia imaginar que esses mundos poderiam dar tão certo juntos.