Fugindo de seu ex marido agressor, Dandara foge para o Rio De Janeiro com sua irmã mais velha e sobrinha. Em busca da liberdade, viver uma vida melhor, enfim ela consegue confiança para seguir seu sonho de cursar medicina. Mas um encontro inesperado...
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Conrado ☠️
Desci da moto entrando na casinha com tudo. Poucas vezes Tito aparece na porra da comunidade e não da pra trocar qualquer tipo de ideia. O arrombado sempre cai na cadeia no mesmo dia que sai.
Joguei o boné pra trás e traguei o cigarro soltando a fumaça pelo ar. Cumprimentei os menorzin que ficava nos arredores e já sai entrando na salinha da cocaína. E de relance já avistei Tito encostando enfiando os dedos na gengiva, querendo sentir o gostinho da pura.
—Fala aí parceiro. —Me aproximei dele fazendo um toque.
—Ta maluco! Onde achou dessa? É das boas. —Balancei a cabeça concordando e soltei uma risada.
—Faço meus corre né Tito? Não fico que nem tu ciscando dentro de cadeia. —Recebi logo sua encarada firme. —Vou pegar a carga do Alemão amanhã. No caso agora, minha carga.
—O que vai ter lá pra tu tá fixado nisso? —Balancei os ombros e balancei a cabeça negando.
Papo que eu nem sei que porra tem lá. Não sei direito se é droga ou armamento, mas seja o que vim é lucro. Obviamente que o bagulho não é bagunça, vou ser cobrado por roubar a carga, mas quem tá na pista é sempre cachorro louco. E eu duvido muito que aquele velho vai vir bater na minha porta querendo cortar minhas mãos, é mais fácil eu enfiar meu pé no meio do cu dele e mandar pro cemitério logo.
—Vou meter o pé pra São Paulo, tenho que resolver uma parada lá. —Balancei a cabeça concordando e apaguei o cigarro. —Quer da um pulo lá na entrada antes? Tenho uns menor que entrou agora e queria que tu passasse a visão.
—Ih, num fode Tito. Só passa a visão das regras e que se pisar em falso eu cobro em presença física que nenhum deles vai vacilar. —Tito soltou uma risada no mesmo instante. —Tenho uns bagulho pra resolver da minha mãe, tu já sabe como é né?
—Oh se sei... Aquela lá é dureza. Como ela e a Lica tá?
—Lica tá cheia dos namoradinhos como sempre e minha mãe tá a merma veia cabeça dura de sempre. —Mais uma vez ele deu risada pela forma que falei da Lica.
—Não sei como tu não fuzila os caras que chega perto dela, ainda mais que tu é maluco da cabeça. —Me aproximei tocando a cocaína e enfiando na minha gengiva também, só pra sentir o gosto já que eu parei de cheirar essa merda há alguns anos.
—Já deixei avisado que é só ela me pedir, faço sem nem questionar. Mas vou proibir pra que? Pra ser feito de otario? Num fode! —Balancei a cabeça negando. —Depois tá que nem tua filha, fazendo tudo por baixo dos panos.
