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HUGO | HG 🎭

Baile tava uma uva, gosto muito... Quem vive do crime sabe que essa vida de luxo fácil, mulher, reconhecimento em prol da favela enche o olho do homem, papo reto.

Madrugada tava rendendo, toda hora uma novinha diferente querendo patrocínio, mas agora não era o momento, tava era curtindo minha liberdade mermo e se mais tarde gerar, levo uma pra treta só pra matar a vontade mermo.

Atração no palco, e eu descendo água de bandido que não era segredo, se bobear eu fico louco rapidinho, muito tempo sem beber, chega até estranhei.

Thaina: — Fala comigo preto, maior saudade de tu! — Disse a morena que apareceu do meu lado sem que eu percebesse, me tirando dos meus pensamentos.

HG: — Voltei pô, pronto pra matar a saudade que eu tava de tu também — Puxei a morena pra perto, dando um cheiro no pescoço dela e um abraço em seguida.

Conheço a Thaina a um tempão, além de rolar um lance é minha amiga pra caralho, irmã de um parceiro meu de crime, crescemos juntos e os caralhos... Fiquei três anos sem ver ninguém, mas bateu mermo saudade dela, me ligava quando eu tava na tranca, era o óbvio que o parceiro não ia deixar ela cair lá dentro pra me visitar.

Thaina: — Três anos é tempo demais! Fiquei sem ninguém pra fofocar sobre esse morro aqui, Hugo. — Dei risada e passei a mão na barba, encarando ela.

HG: — Tem todo tempo do mundo pra me atualizar, mas ai, quero saber mermo é se no fim da noite tu vai ser minha? — Meti serinho mermo, sem tempo ruim, sou besta nada.

Thaina: — Ainda, acha que eu vim na sua direção atoa? Final da noite tu sabe aonde me encontrar, vou te esperar.

Deixou nem eu responder, saiu saindo, me deixou ali sorrindo de cantinho enquanto ela voltava pra pista com as amigas dela. Gosto da Thaina por isso, além de ser uma mina bacana, rola um sexo sem compromisso e sem cobrança, bagulho bom, não é emocionada.

Fiquei um tempo ali, jogando conversa fora com os crias e assim que o DJ começou a tocar os proibidões, caímos pra pista de bonde, joguei o fuzil pro alto e sai guiando com a minha tropa, falando com quem falava comigo, e mantendo sempre a postura.

Segui os menor que tava fazendo a minha contenção, enquanto atravessávamos o baile, até notar de longe aquela jogada de cabelo e o jeito de andar que eu reconheceria de longe, mesmo se passasse 50 anos.

Queria saber oque aquela desgraçada tava fazendo aqui, senti o ódio corromper minha onda, tava vendo bicho já. Tirei meu radinho da cintura, já soltando o verbo, queria ela na minha mesa, filha da puta.

HG: — Vizão, pelo visto tá todo mundo sabendo que aquela desgraçada voltou, se ela fugir, todo mundo vai ser cobrado nessa porra! Papo tá dado! — Coloquei o radinho na cintura e guiei da pista, cheio de neurose na mente.

DESENCONTROOnde histórias criam vida. Descubra agora