- Você tá simplesmente terminando comigo?
Jihyo respirou fundo enquanto se afundava no assento do carro.
A voz pelo telefone não mostrava muita emoção, era como se apenas esperasse esse momento.
- Eu fiz algo errado?
- Não! Claro que não, você foi perfeita.
A risada irônica fez o coração de Jihyo se apertar.
- Mas não perfeita o suficiente pra você.
- Eu...
- As pessoas não são perfeitas Jihyo, nada é. Você precisa parar de buscar perfeição nas coisas senão nunca vai ser feliz.
Um silêncio desconfortável enquanto o tão conhecido barulho de fim de chamada soava em seu ouvido.
Jihyo não tentava ser perfeita, ela sabia que isso era impossível.
Ela tinha uma vida confortável, uma conta cheia pelo sucesso de seus livros e ela amava ver o gigante "sold out" nas prateleiras das livrarias.
Ela tinha bons amigos, um diploma reluzente na parede, sua casa era bonita e aconchegante, sua noiva era alguém incrível e ela se dava bem até com os vizinhos.
Tudo perfeito...demais.
Jihyo não sabia em que momento do dia ela tinha surtado, mas aqui estava ela após encher sua mala com roupas e aparecer no apartamento de Sana pronta pra terminar com ela.
Foi uma conversa...acalorada, então ela preferiu sair pela porta e parar seu carro no meio da estrada apenas pra atender a chamada da ex.
Bem, o resto da conversa você já sabe.
O carro voltando a acelerar e Jihyo tomava seu rumo para a sua cidade natal.
Ela acreditava fielmente que algum tempo naquelas ruas que ela conhecia de ponta a ponta e algumas semanas na fazenda de seus pais resolveria o vazio que tinha em seu corpo.
Às 14h da tarde o carro estacionava e Jihyo estava batendo na porta de forma ansiosa.
Eles já sabiam que ela estaria ali após uma ligação onde ela chorava enquanto tomava o café da manhã.
Sua mãe a abraçou forte e seu pai carregou sua mala até o seu antigo quarto.
Muito choro depois e ela estava com uma caneca bem quente de chá enquanto assistia um filme de romance qualquer.
Romance.
Jihyo escrevia muito sobre o amor, não que ela entendesse sobre ele.
Ela gostava de Sana, o sexo era bom e a conexão delas era melhor ainda.
Mas ela não amava Sana, não foi tão doloroso terminar com ela, muito pelo contrário.
No primeiro dia Jihyo descansou após chorar muito sobre como ela se sentia uma merda pelo jeito que tratou Sana e pelo vazio que tinha dentro de si.
No segundo ela estava ajudando seu pai com os cavalos, vacas e porcos.
No quarto ela estava ouvindo sua mãe sobre a vida das pessoas, muitas noticias sobre seus amigos da escola e vizinhos que ela ainda via todo Natal.
Então no sexto dia Dahyun bateu na sua porta.
- Jiji!
Ah, o apelido de infância ainda fazia Jihyo se sentir estranha.
A mulher com o sorriso bonito estava em sua cozinha comendo o bolo de milho que ela havia feito no dia anterior.
- Quanto tempo Dahyun.
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Clichês de natal e outras merdas • DAHYO
RomanceSer escritora de romances e não acreditar no amor era contraditório, mas essa é a realidade de Park Jihyo. Uma vida e um relacionamento perfeito demais fizeram Jihyo dar um tempo e fugir para sua cidade natal. Ela só não contava que sua amiga de inf...