Em vermelho sangue

O começo do fim

"O que é o medo?, segundo a Psicanálise,o medo é nada mais é que um meio de defesa que o cérebro dispõe para nos proteger de perigos  reais ou imaginários."

  Ainda não tenho ideia de onde começar, no ano passado, passei por uma das experiencias mais traumaticas e loucas da minha vida, descobri mais  sobre mim mesma nesse caos vermelho-sangue do que na mononiedade da minha vida, cabe a você que está aqui lendo esse relato a acreditar ou não.

O sol saiu cedo como o de costume, de qualquer maneira, nada nunca mudava, depois do café e toda aquela rotina tão repetitiva que até desanima levantar da cama, fui a caminho da faculdade observando os pássaros pretos nas folhas das árvores altas e com folhas verde-escuro, não era comum esse tipo de pássaro nessa região, fiquei surpresa em observar seu comportamento enquanto ouvia o barulho de cascalho no qual eu caminhava. Sem duvidas nunca gostei de sair de casa, sempre ficava sozinha nos lugares e em qualquer coisa que fazia, era como se as pessoas não gostassem da minha presença, como se vissem um monstro em mim na qual eu mesma não podia ver, sempre fui fora de eixo e tempo, simplesmente era quebrada e não funcionava

  A aula foi a mesma coisa de sempre, depois de 30 minutos prestando total atenção, minha cabeça simplesmente desligava e não conseguia focar mais em nada a não ser no cenário que eu criava na minha cabeça, clichês de adolescentes do qual eu nunca havia conseguido viver.Minha infância e adolescencia foram marcadas por perdas e traumas, desde meus pais mortos até meu pulso totalmente marcado por cicatrizes de cortes, talvez eu tenha medo de mim mesma.

Naquele  dia, fui para casa desanimada, já estava cansada de toda aquela rotina repetitiva, não havia pedido pra nascer e nem para viver aquela vida, mas eu tinha que fazer, não gostava daquilo, não suportava a ideia de ter que repetir tudo aquilo de novo, tomar aqueles remedios de novo, eu não era de verdade, sem remédios eu sou apenas uma marionete vazia e quebrada. 

- Barbara, Barbara! Acorda!.

Sinceramente, aquela voz estridente me irritava, nunca fui próxima da minha avó e nem da minha familia,  me considerava a ovelha negra, mais uma vez repeti aquela maldita rotina que me engolia viva.