Meu pulso estava inteiro, acho que enlouqueci de vez, me pus a andar em direção a aquela loucura.Os predios e casas sem duvidas eram os mesmos.
-Não imaginava que o além seria assim, sinceramente achei que iria pro inferno, qual a punição mais justa pra alguém que não aguentava a propria vida qual não pediu?- exclamei.
Minha cabeça ainda tinha dificuldade em assimilar o que havia ocorrido, talvez eu estivesse sonhando ou quem sabe estava no purgatório, pagando meus pecados em uma cidade vazia, como se tivesse muitas pessoas na minha vida. Passei horas caminhando e não havia encontrado ninguém, podia observar o quão bizarramente era parecido com o lugar em que vivia, até a cor do prédio da faculdade á as letras que arranhei na árvore da praça, "B", normalmente colocam uma segunda letra mas eu nunca pensei em ter algum tipo de companhia seja amizade ou uma cara metade, eu não era o suficiente para mante-las. Frustramente parti em direção a minha casa, pensei em dormir e acordar daquele sono maluco ou terminar o que eu havia começado, caminhei algum tempo e cheguei ao que deveria ser a minha casa, é até era se ignorar o fato de estar acabada e cheio de musgo, entrei e fui ao meu quarto, a casa estava toda desarruma e suja por dentro, tinha vários moveis quebrados e jogados por toda parte.
-Espero que ao menos a minha cama esteja inteira.
Ao entrar no quarto me deparei com uma penteadeira, nunca fui uma garota vaidosa então me perguntei o que raios estava fazendo ali, era de madeira clara, totalmente quadrada como uma mesa e contava com um espelho que cobria toda a parte da frente da penteadeira. Me olhei no espelho, nunca gostei do que eu podia ver, todas aquelas memorias e sensações voltando como uma bola de neve que não podia ser freada e ia destruindo tudo no caminho até estourar em alguma montanha, eu simplesmente explodi,não pude conter o que sentia e soquei o espelho. Alguns segundos parada enquanto o sangue escorria pelo meu punho, sempre tive certa tendência a ficar mais calma quando via sangue, talvez pela automultilação, tirei a mão do espelho e me arrepiei com o que eu via. Não era só um espelho quebrado com marcas de sangue escorrido, meu reflexo sorria pra mim, juro que meu reflexo sorria pra mim, como um psicopata gargalhando da dor de sua vitima atirada ao chão.
-Mas que porra! "gritei enquanto me afastava do espelho, estava arrepiada dos pés a cabeça"
Meu reflexo, ou melhor, uma versão distorcida de mim, olhos vermelhos, um sorrido medonho e uma aura que paralisaria até o maior marmanjo que eu poderia conhecer, era como se um predador estivesse observando sua presa com o olhar de alguém que está imaginando várias formas diferentes de matar, era talvez o meu maior medo. Seja lá o que fosse essas bizarrices que aconteceram até agora, eu estava longe de entender e já estava ficando desesperada com o rumo que isso poderia tomar, eu estava ficando louca.
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Em vermelho sangue
HorrorUma matança andante pelo confins de uma mente perturbada onde o começo deveria ser o fim.