III

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Era óbvio que Jisung nunca tinha pisado em uma festa de verdade, mas aquela não parecia tão ruim quanto seu pai fez parecer. Não haviam pessoas bêbadas e drogadas para todos os lados, nem pessoas copulando feito animais. Claro que havia pessoas bebendo e rindo alto, algumas se beijando e outras fumando alguma coisa. No entanto, não era como o senhor Han dizia.

— Você pode me dizer quando quiser ir para o dormitório, e não saia de perto de mim nem beba nada que alguém te oferecer. Na verdade, beba apenas refrigerante e só se eu te entregar. — Jisung assentiu mas não entendeu, e Minho percebeu a confusão do ômega. — É que por mais que a festa esteja tranquila, sempre tem alguém querendo fazer merda, então não é seguro confiar em qualquer um. Pessoas podem fazer o que quiserem se colocarem GHB no copo de alguém.

— Meu pai já me falou dessa droga.

— Ótimo, fique longe de copos de pessoas aleatórias e não perca o seu de vista. — Parando para analisar a situação, era engraçado Jisung ser o único usando roupas fofas e nenhuma maquiagem ali, além de ser pequeno em comparação aos outros ômegas dali. Minho parecia até mesmo um alfa lupus comum, alto e com uma presença marcante, o que mostrava sua espécie era o cabelo branco e a voz que parecia sempre ser altiva, mesmo que em uma “dosagem” estimulante. — Quer andar por aí ou você prefere ficar por aqui?

— Podemos dar uma volta? — Minho assentiu. Não era como se tivesse alguém além de Jisung querendo ficar perto de si.

Não havia muito para se ver além de vários quartos pela fraternidade, mas Jisung apenas não queria ficar parado ali vendo as pessoas se divertindo. Minho parou no meio do caminho, em uma cozinha e começou a preparar alguma coisa para beber.

— O que é isso?

— Vodka, leite condensado e morangos. Clássico. Vou bater tudo no liquidificador. — O alfa começou a fazer a tal mistura enquanto Jisung observava as xícaras bonitas que tinha ali, mas que pareciam intocadas. — Voilà!

— Ficou da cor do meu cabelo. — O pequeno riu, olhando Minho despejando o líquido rosa no copo grande. — Posso provar? Parece bom.

— É alcoólico. Tem certeza?

— Tenho. O máximo que já bebi foi licor de menta. — Fez um biquinho sem perceber e Minho acabou entregando o copo para o menor, que primeiro bebeu um gole pequeno e logo depois um maior. — Nossa, isso é muito bom! E é doce.

— Por isso é perigoso. Você fica bêbado rapidinho porque bebe muito achando que não vai dar nada. Agora me devolve esse copo, ômegas ficam bêbados muito rápido e eu não quero que você fique.

— Só mais um pouquinho? — Minho revirou os olhos, mas acabou deixando. Jisung acabou bebendo metade do copo e sorriu da forma mais meiga que pôde, evitando receber um sermão do alfa.

— Daqui a pouco você vai estar tonto. Só não me coloca como vilão, ok?

[…]

Dito e feito. Mas somente após Jisung beber mais um copo, enquanto o alfa tentava achar uma foto em sua galeria. Por fim Minho não quis brigar com o ômega, ele já havia passado a vida inteira trancado em casa, então um pouco de diversão não ia fazer mal.

Agora estavam sentados no sofá, Jisung jogando algo no celular enquanto Minho apenas observava as pessoas em volta. O alfa notou como Jisung estava sentado sobre o sofá, as pernas em posição de lótus, as roupas claras e larguinhas… Não sabia de onde estava tirando tanto controle. Isso talvez seja porque sabia que Jisung era bastante ingênuo, mas isso não vinha ao caso.

— Ei! — Ouviu alguém chamar e olhou em volta, vendo que Jisung falava com o alfa de cabelos pretos com um undercut baixinho. — Você é o Jisung, certo?

Unshuld » minsung | ABO Onde histórias criam vida. Descubra agora