— Zoro! Vão acabar nos achando aqui! — Sanji disse, um sorriso contido nos lábios enquanto observava o esverdeado procurar algo nos bolsos.
— Você está gostando da adrenalina, loirinho de merda. — Respondeu, pegando uma sacolinha e abrindo-a, revelando dois colares. — Eu comprei eles… Como não sabemos o que vai acontecer, achei que seria uma boa forma de estarmos um com o outro independente de qualquer circunstância.
As jóias eram correntes em ouro, uma espessura fina e delicada, nos pingentes, um livro e um pincel. Sanji é um pintor amador, mas muito bom no que faz, já pintou inúmeros quadros para o Roronoa. Todos eles continham declarações de amor anônimas, coisas que só eles iam entender. Zoro é poeta, um hobby que descobriu gostar quando tentou escrever algo romântico para o loiro.
Fazia meses que eles tinham se descoberto homossexuais e começado um romance escondido de todos. A sociedade atual não é a mais perfeita quando se trata de homossexualismo, religiões distintas e qualquer coisa que envolva o sexo feminino no poder.
Esse namoro podia acabar muito mal e os dois sabiam disso, o pai de Sanji é extremamente homofóbico e planeja o casar com uma das filhas de Linlin, esposa de Kaido, um amigo íntimo. Não era o melhor cenário para confessar os sentimentos por outro homem e dizer que o ama. Quis, por todos os meses que se passaram, se assumir para seu pai e oficializar o amor deles para o mundo.
Mas como ter coragem de fazer isso quando todos os homens que se declararam gays, morriam por espancamento, tortura e queimados? Ele não queria morrer, mesmo que isso significasse amar alguém verdadeiramente. Tudo parecia errado e ele só queria que o mundo virasse realmente um lugar justo para todos, porém, não seria uma realidade.
— Marimo… Quando isso acabar, porque vai, ainda vamos nos amar, certo? — Questionou, sem conseguir esconder o tom choroso do outro, afundando-se no pescoço do esverdeado em busca de conforto. — Porque nosso amor é tão errado que não podemos ficar juntos?
— Amar não é errado, Sanji, o mundo está errado. O amor é puro, um sentimento muito bonito. Você não está errado de sentir isso, eles que estão errados por condenarem que sente. — Respondeu, sua voz calma e baixa, acalmando o loiro nos seus braços. — E sim, o amor vai sempre existir, mesmo que você esteja com outra pessoa. Eu prometo.
Uma promessa. Prometer isso a alguém quando não se sabe o que acontecerá no futuro, é irresponsabilidade, ele reconhecia. Mas ele precisava acreditar que eles continuariam juntos mesmo que separados.
Eles ficaram ali, abraçados no telhado da casa do Roronoa quando chegaram a um consenso que, se um dia a sociedade em que viviam mudasse, voltariam um para o outro. Porém, até lá, a arte seria a única ponte para chegar um no outro. Seu único meio de declaração.
— Certo, eu também prometo. Acho que é isso… Acabou? — Perguntou receoso, pegando o colar com pingente de livro.
— É, loirinho. Acabou.
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— Papai! Papai! Porque você tá chorando? Se machucou? — A pequena Misa perguntou, preocupada.
A cena mostrada no jornal era triste, sombria. Zoro estava morto. Decidiu que iria se assumir para o mundo, depois de ter virado um poeta famoso. Escreveu um livro dizendo o quanto amava um homem loiro, de olhos azuis belos e charmosos. Não revelou seu nome, mas Sanji sabia que era ele. Antes de morrer, foi dito que ele chorava, abraçado aos poemas que tinha feito, repetindo para si mesmo que ele tinha conseguido.
Na dedicatória do livro, dizia:
“Nosso amor é arte, Prince.
Nos vemos na próxima vida, que ela seja menos injusta que essa.”Sanji estava destruído. Seu amor tinha partido por suicídio, mas ele continuava ali, casado com uma mulher e com uma filha. Ele tinha a vida perfeita. Zoro ficou sozinho até não aguentar mais.
Ele era patético, sequer tinha coragem para dizer ao mundo o quanto amava esse homem.
— Um poeta que o papai gostava muito morreu, filhota… O que você acha que assistirmos um desenho depois? — Falou, a voz embargada. Ele agarrou o colar com as mãos, frustrado. A garota estava assustada, seu estado não era dos melhores para a menina ver. Ele precisava acalmar e consolar ela, mesmo que quem precisasse disso era ele.
Fim.
Notas do autor:
Oiê! Fico feliz que tenha lido! Amo muito esse casal e quis escrever algo deles, tentei trazer algo fofo, espero que tenha dado certo kkkk
Até a próxima história?
Willy, =)
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Nosso amor é arte. - Zosan.
FanficSinopse: Em uma sociedade homofóbica e julgadora, um amor surge. Incapazes de fazer esse romance dar certo sem consequências esmagadoras, prometeram expressar esse amor em anonimato da forma mais bela; em arte.