Capítulo 3 - Agosto

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Kim Seungmin

Jogamos cartas no decorrer daquele dia e eu ganhei três das cinco rodadas de Hwatu que rolaram, eu sabia que Chan estava insistindo em criar mais e mais rodadas para aumentar suas chances de vencer, uma vez que ele tinha estabelecido que caso se saísse como o grande campeão daquele jogo, o seu prêmio seria a anulação do encontro de julho e eu teria que remarcar durante o mês para resgatar a borboleta referente àquele baralho de cartas. Se ele tivesse sorte, poderia ter mantido essa mesma estratégia eternamente, batendo-me no jogo e arrebatando no amor, mas pelo visto nenhum dos dois estava a seu favor e por isso eu levaria o Hwatu embora comigo. Eu amava ganhar competições, mas dessa vez não estava feliz em derrotá-lo, até porque eu tinha sido muito humilde com relação ao meu desejo de vencedor, deveria ter almejado algo mais interessante que o jantar daquela noite, mas eu não sabia escolher direito quando estava sob a pressão de tomar uma decisão rápida.

Eu tinha noção que todo o nosso plano poderia ser desfeito, como ele próprio havia dito, era só uma brincadeira entre adultos, mas por mais que se tratasse disso, não tinha como fugir de recordar que havíamos iniciado aquilo como uma solução para o peso em nossas consciências por nos relacionarmos em meio profissional e pelo medo de que isso levasse nossas emoções longe demais e interferisse nas nossas obrigações ou até mesmo no grupo. Por hora, ainda me parecia mais prudente manter aquela ideia ativa, então só o que pude fazer foi encurralar Bang Chan algumas vezes em seu quarto, para garantir que havíamos nos beijado o suficiente antes de sairmos para jantar naquela noite, pois... sabe-se lá quando íamos conseguir fazer isso de novo, ainda faltavam trinta dias para chegar agosto.

Após o jantar, Chris me levou de volta em seu carro e quando estacionou em frente à minha casa, segurou a minha mão por alguns minutos.

- Tem certeza que você quer dormir aí hoje? Amanhã é domingo, ainda podemos descer para a minha casa.

Ele apertou levemente os meus dedos com os seus e acariciou a minha pele com o polegar, dificultando ainda mais que eu tomasse aquela decisão.

- Se ficarmos nos dando esses luxos, você sabe muito bem que os questionamentos vão voltar a pairar na sua cabeça. Eu te conheço, Chan, não quero que venha a se sentir mal por minha causa. A saudade vale mais a pena do que a culpa.

Christopher baixou o olhar, deixando de me encarar naquele instante.

- É, você já me conhece bem demais - admitiu em um tom lamentoso. - Está certo, Minnie, até o mês que vem então.

- Até segunda - corrigi, uma vez que recomeçaríamos os ensaios naquela semana.

Chan umedeceu os lábios e então estampou eles com um sorriso consternado, que partiu o meu coração. Era terrível fazê-lo ter que se sentir daquela forma, mas era para o nosso bem e eu tinha certeza de que ele sabia disso.

Eu fui tentar abrir a porta do carro, mas Bang Chan não largou a minha mão e deu uma puxadinha nela, como se quisesse chamar a minha atenção de volta para si.

Quando eu o encarei de novo, ele apenas seguiu me fitando com aquele olhar de cachorro sem dono, sem falar absolutamente nada, então eu mesmo resolvi quebrar o silêncio.

- Eu te amo, okay? - falei, acreditando que era isso que ele devia estar esperando ouvir durante todo aquele dia.

Finalmente pude vê-lo sorrir com menos tristeza.

- Eu também te amo - respondeu.

- Agora me deixe ir, antes que sejamos flagrados pela Dispatch.

Chan riu baixinho e assentiu.

Um Passo de Cada VezWhere stories live. Discover now