EVEN IF I DON'T ADMIT IT. . .

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2006
o vento estava agitado assim como o albino ao seu lado. não saberia o que houvera de errado, mas sabia que estava ali. bem ao seu lado. ansioso para abrir a boca e iniciar uma conversa que provavelmente duraria horas e ficaria marcada em sua cabeça depois. isso o irritava. e muito.

- suguru geto.

sua agitação para por um instante, como se finalmente houvesse dito o que passou muito tempo segurando. mas ainda suava.

- satoru gojo.

parecia que seu nervosismo foi passado a diante. geto sentiu brevemente sua voz falhar. talvez ele estivesse preocupado mas sabia que não era grave. ou era?

- me pergunto se daqui dez anos ainda pronunciará meu nome como faz agora.

cheque mate. foi pego desprevenido. sempre fazia isso; iniciava uma situação não apropriada e deixava o clima, de certo modo, estranho. odiava isso também.

- não é hora para isso. nunca é.

- acha que daqui um tempo vai mudar de ideia?

- não entendi.

- acha que ainda vai querer sair em missões comigo? você pretende exorcizar maldições até o fim de sua vida?

observava atentamente o suor escorrer. e as sobrancelhas levemente franzidas. e o engolir a seco.
sabia que o outro tinha medo e pensava demais.
e sabia que odiava ficar sem respostas.
mas o moreno não gosta de entrar em detalhes. não gosta de dar atenção a satoru. não gosta de pensar sobre o (seu) futuro. não gosta da escola técnica de jujutsu. suguru não gostava de nada. e preferia manter assim.

- você tem medo de morrer, geto?

- não. se eu tivesse, não estaria fazendo todas essas missões. com você.

- as vezes você parece um estranho vestido de mocinho.

gojo conseguia ofender as pessoas com suas palavras ditas sem pensar.

- e as vezes você parece um mocinho que de fato é um estranho, gojo. você me cansa. você fala demais. e me faz pensar em coisas das quais não quero pensar.

gojo estufou o peito e abriu o maior sorriso que pôde. sentia orgulho. orgulho porque suguru geto estava completamente caído por ti. e sabia bem disso.

- nós poderíamos dominar o mundo se quiséssemos. poderíamos construir algo novo, algo que mudaria tudo para sempre. poderíamos ser só eu e você.

não havia "eu e você". era o que o moreno pensava. era o que ele queria. era o que era para ser.

- não. você me tira do sério, e muito. nós devíamos estar trabalhando agora. mas você só sabe me atrasar.

então por que ainda tá aqui?

- suguru, acha que nos conhecemos em todos os multiversos existentes?

satoru não sabia quantos multiversos existiam.

- multiversos são infinitos, na teoria.

- não me respondeu.

- eu não sei. de que isso importa??

- porque eu espero que sim. e espero que sejamos o que somos em todos eles. eu não seria eu sem você.

. . .

por que o que era tão fácil para satoru gojo era tão difícil para suguru geto?

- você pode só falar simplesmente que me ama. seria menos irritante.

mesmo que eu não admitisse; suguru amava satoru. geto amava gojo. o portador da técnica de manipulação de maldições amava o portador dos seis olhos. e vice-versa.
geto era como o vazio roxo de gojo e gojo era como o uzumaki de geto.
mas nenhum dos dois admitiria isso.
os olhos azuis pairaram-se sobre os olhos negros.
e nada mais foi dito por um curto período de tempo. mas ainda sim, nada foi dito.

- espero que nunca mude de ideia. espero que fique aqui e que ainda exorcize maldições daqui 10 anos. ou até sua morte. mas, caso seu caminho tome outro rumo, por favor, me inclua nisso. promete pra mim que vai me incluir nisso. promete.

- eu não faço promessas, satoru.

- então faça. por mim.

- não.

mais uma vez gojo suava e dentro de si havia uma criança birrenta implorando pelo brinquedo que tanto queria. mas não obteria uma rápida resposta. isso o frustrava mais que tudo; não ter a maldita segurança de que aquele que ama estará lá quando ele precisar. e quando não precisar também. mas não se pode mostrar fraqueza na frente de ninguém. satoru gojo não é dessas coisas. não poderia ser.

- acha que vai lembrar de mim quando estiver prestes a morrer?

- eu espero que não, satoru. eu realmente espero. seria uma maldição pensar em você quando eu estivesse prestes a morrer.

his name sticks out. satosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora