Prólogo

12 3 0
                                    

– Depressa Arthur! Eles já devem estar lá ­– disse a garota ruiva, avançando cada vez mais com seu cavalo.

– Relaxa Nyra, eles devem estar se preparando para a competição de quem consegue fazer você corar primeiro – disse Arthur rindo e tentando acompanhar a velocidade da irmã, desviando-se dos cipós caindo das árvores mais altas.

Os dois seguiram ao norte de Malum. Após mais cinquenta minutos em seus cavalos, chegaram a uma parte no fundo da floresta do norte, onde árvores com formatos tortos e engraçados se espalhavam aos montes em torno da bela cachoeira, os distintos tons de verde mesclavam-se com o alaranjado indicando o começo do outono. As lendas diziam ser o lugar que costumava ser o Coração do Reino. E lá sentados nas pedras úmidas e musguentas estavam Drakon e Jahar com garrafas de hidromel em mãos.

– Olha só quem resolveu dar as caras, estava começando a achar que Drakon e eu terminaríamos de beber sozinhos – disse o garoto de cabelos escuros e pele bronzeada.

– Ora meu caro Jahar, se você quer alguém para culpar pelo atraso, pode falar com meu irmão que parecia estar com medo de cair do cavalo de tão devagar que estava – respondeu Nyra de forma divertida descendo do cavalo e o deixando rés a árvore.

– Olha ainda restam duas garrafas para vocês – disse Drakon, o jovem de cabelos negros e olhos azuis que pareciam brilhar de tão intensos, ainda deitado de forma relaxada nas pedras.

– Pensei que a este ponto os dois emocionados já teriam acabado com a nossa bebida – indagou Nyra se virando para ver o rosto de Arthur logo atrás dela.

Se aproximando, Nyra abraça Jahar, que dá um tapa brincalhão em Arthur, então ela chega perto de Drakon dando um beijo singelo em sua bochecha, o fazendo abrir um sorriso convencido.

– Tão novos e já estão virando alcoólatras – falou Arthur se aproximando dos garotos pegando uma garrafa e se sentando.

– Então... – disse a ruiva bebendo seu hidromel – tem alguma coisa interessante acontecendo?

– Se você acha aula sobre governos antigos algo interessante, posso tentar te dar uma – respondeu Jahar abrindo um sorriso e com olhar galanteador.

– Eu passo! Já estou cheio das aulas ou qualquer coisa relacionada a governo por hoje – Arthur rindo ao passar a mão por seus fios ruivos.

– Eu tenho buscado mais sobre os antigos, suas lendas e principalmente o poder que eles tinham na palma das mãos, totalmente sob seu controle – Drakon comentou animado se inclinando para se sentar – imaginem o que fariam com todo o poder que eles tinham.

– Eu faria um estoque de cerveja infinito – disse Jahar jogando-se para trás aos risos.

– Nossa que desperdício de magia! Eu usaria o poder para viajar por todos os continentes – Comentou Nyra, com um olhar sonhador que encantava os amigos.

– Eu só usaria para fugir da responsabilidade do trono quando começar a me irritar, o que não está muito longe de acontecer – disse Arthur dando mais um gole de hidromel.

Os amigos ficaram conversando por horas sobre seus sonhos e também conversas banais, quando de repente uma melodia doce e tentadora começou a fluir, parecendo vir de dentro da cachoeira. Todos se calaram, levantando, se entreolhando e se aproximaram cada vez mais para perto da água cristalina que refletia a luz do sol em seus rostos curiosos.

– Que diabos é isso? – indagou Jahar.

– Talvez tenhamos bebido demais e agora estamos escutando coisas – Nyra fala em um tom levemente divertido.

O Reino do AlémOnde histórias criam vida. Descubra agora