Tudo começa por causa de um barulho. Mas tudo dá errado quando Lisa decide descobrir quem é o responsável pelas suas noites sem dormir e bate na porta errada.
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Benjamin Moss
"Amor, talvez seja esse olhar nos seus olhos. Eles me dizem que ela quer sair. Ela tem dançado com o diabo a noite toda. É como se o inferno fosse onde ela quer estar."
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Eu nunca havia colocado duas vezes a mesma garota dentro do meu carro.
Tudo bem, isso foi babaca, mas é a verdade.
Eu nunca havia levado uma garota para assistir ao jogo de hóquei, todo sábado a noite.
E, por incrível que pareça, eu nunca havia pensado tanto em uma garota como eu penso nela. Talvez por ela ser enteada do meu tio, talvez por ela ser a minha vizinha e talvez por ela estar ao meu lado, me acompanhando para o jogo.
- Você não vai mesmo me contar para onde estamos indo? O que te faz pensar que eu quero ir? - Depois de minutos de silêncio, Lisa pergunta novamente.
- Acredite, Lisa, todo mundo que mora em Los Angeles queria estar no seu lugar agora.
- Você diz isso porque sabe para onde está me levando. E "todo mundo" é muita gente, eu não teria tanta certeza.
- Estamos quase chegando, espera só um pouco.
O percurso durou cerca de dez minutos e, então, quando Lisa viu as luzes acesas do lado de fora do ginásio, seus olhos brilharam mais do que as próprias luzes.
- É o que eu estou pensando? - Ela diz, sorrindo para as luzes.
- Eu não sei o que você está pensando - Estendo a minha mão e ela segura, um pouco receosa.
Nos sentamos na arquibancada, nos lugares reservados. Estamos tão perto do gelo que meus pelos se arrepiam.
- Por que me trouxe aqui?
- Assistir à um jogo de hóquei no inverno é a melhor experiência que você vai ter. Eu não pude perder a oportunidade, o inverno está prestes a terminar.
- Acredito que esse não foi o único motivo de você me trazer aqui - Ela semicerra os olhos para mim e sorrio.
- É um programa que tenho comigo mesmo, vir assistir aos jogos todo sábado. Na real, isso costumava dar gatilho, mas superei.
- Como assim?
- Eu jogava hóquei desde os quatro anos de idade. Quando eu tinha dezesseis anos, sofri um acidente na pista de skate e não pude mais jogar e nem andar de skate - Suspiro. - Eu não conseguia encarar a pista de gelo. Eu ficava frustrado e deprimente - Digo encarando a pista de gelo e volto meu olhar para Lisa, que olha fixamente para mim, prestando atenção em cada palavra. - Ai, meu Deus, me desculpa, eu não queria fazer isso.
