me and you are destined to die.

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Perda.

Segundo aos dicionários a palavra perda pode ter alguns sentidos.

1 - Ato de perder.
2 - Falta de algo que se chegou a possuir.
3 - Ausência de alguém com quem se convivia, por falecimento.
4 - Privação da presença de alguém.
5 - Ruína total.

— Meu amor, nem posso acreditar que conseguimos. - Irene murmurou em meio aos beijos que trocava com o marido.

— Eu disse que iríamos nos livrar de todos eles, ninguém pode chegar até nós. Somos eu e você pra sempre. - Antônio sussurrou para a esposa. — Vou lá em cima resolver uma coisa.

— Tudo bem amor, depois te acompanho.

A fuga perfeita. A imperatriz e o imperador de Nova Primavera conseguiram sair de todo aquele caos. Uma fuga de pura paixão onde nenhum deles iria se permitir ir sem o outro, eles estavam seguros em Petrópolis.

Localizado no Rio de Janeiro que por surpresa era conhecida por ser a Cidade Imperial, há mais de cinco messes o casal estava compartilhando uma vida discreta. Onde a desgraça ou a ruina não toma conta de algum deles, o amor tomava conta de cada cômodo daquela casa.

Depois de tantos conflitos, decisões inacabadas, tragédias anunciadas...eles estavam ali. Livres de qualquer tipo de segredos, Antônio sabia tudo que Irene tinha feito e Irene sabia tudo que Antônio tinha feito. A escolha foi uma nova chance, um novo romance. Antônio e Irene estavam seguros. Pelo menos pensavam que estavam.

Pouco depois dele subir, Irene ouviu passos pela casa.

— Antônio? Não ia ficar lá em cima? - ela disse se levantando da mesa e indo até a sala.

A mulher passou os olhos por toda sala mas não encontrou o marido, teve a percepção da janela meio aberta e decidiu ir até lá. Quando fechava a janela notou uma respiração logo atrás dela, não era do seu marido pois ela conhecia melhor do que ninguém seu cheiro.

Eles tinha sidos descobertos ou alguém tinha invadido a casa.

Irene sentiu seu corpo ficar rígido, seus olhos encheram de lágrimas mas nenhuma gota sequer caiu. Ela estava em pânico, qualquer movimento errado e ela poderia temer por sua própria vida. Uma respiração descompensada podia se ver na mulher. Ela olhou ao lado e seus olhos foram diretamente a uma pequena estátua de metal, em um movimento rápido ela segurou o objeto e golpeou na pessoa que estava atrás.

— Você não vai conseguir fugir da polícia Irene, acabei de acionar reforço. Todos chegam em pouco tempo. - o homem disse colocando a mão no corte em seu rosto.

Aquela voz. O delegado tinha chegado neles, ele estava em sua frente com uma arma apontada para ela. O pânico nos olhos dela podiam se vistos mas não iria se entregar tão fácil, ela poderia morrer ali mesmo.

— Acontece delegado que eu não tenho medo nem da polícia e nem de você. - Irene se aproximou do homem com um sorriso no rosto quando algumas de suas lágrimas caíam, deixando a arma no seu pescoço.

Ela deu um chute entre as pernas dele e saiu correndo em direção ao fundo da casa.

— Antônio, pega a arma! - ela deu um grito agonizante em tentativa de alerta o homem.

Irene trancou a porta da cozinha antes que o delegado pudesse chegar até lá, ficou por alguns instantes atrás da porta pensando no que fazer. Um disparo foi feito e atravessou a porta.

— Desgraçado, que inferno de dor. - Irene falou olhando sua mão que levou um tiro de raspão.

— Irene abre essa porta ou eu vou derrubar ela! - o homem disse.

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