O Duque Wriothesley

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- Você tem certeza disso, Monsieur Neuvillette...?

Quem havia feito essa pergunta hesitante foi o Duque Wriothesley, o Chefe da Prisão de Fontaine, a Fortaleza Meropide.

A Fortaleza Meropide é uma prisão autônoma de Fontaine que abriga todos os criminosos considerados culpados pela Justiça. Este lugar se encontra debaixo das águas da nação gloriosa, impedindo a fuga dos criminosos devido a alta vigilância dos guardas da equipe do Duque. Apesar da alta vigilância, ainda havia certos conflitos de interesses que não era do desconhecimento do Duque, que acabava por apaziguar a situação ao seu modo.

Afinal, como era o Duque Wriothesley?

Wriothesley era um homem alto de cabelo escuro bagunçado com algumas mechas grisalhas, olhos cinzentos claros e pele tão clara que parecia não ver a luz do sol em dias. Ele tem algumas cicatrizes pelo corpo, sendo as mais marcantes localizadas abaixo do olho esquerdo e os riscos que se estendem do pescoço em direção ao peito coberto pela roupa. Ele é visto com um casaco cinza escuro com botões prateados por cima dos ombros, complementando bem com o colete e a camisa de botões de tons cinzentos, deixando em destaque uma gravata vermelha. Em um dos bolsos da calça, era possível ver um par de algemas de ferro guardado.

Se havia algo que chamava mais atenção no Duque era a sua visão Cryo com Ousia pendurada nas costas de seu casaco, aparecendo diante dos olhos de qualquer um, mas apenas um insano tentaria roubar a visão do Chefe da Prisão.

Wriothesley se encontrava em seu escritório, sentado em sua cadeira vermelha acolchoada enquanto deslizava os olhos repetidas vezes pela carta em sua mão direita. Quanto mais lia o conteúdo, mais confuso ficava ao tentar entender o porquê o Chefe da Justiça de Fontaine veio vê-lo para lidar com um possível caso de stalking.

Por que ele precisava da ajuda de um mortal para lidar com algo tão trivial?

Neuvillette tomava uma xícara de chá dos cinco tipos de chá que Duque Wriothesley o fizera experimentar alegando que eram novos sabores fabricados em Sumeru. O juiz aparentava uma postura tranquila e confiante sem deixar a elegância e a frieza de lado ao recostar as costas em uma poltrona de couro.

Wriothesley havia voltado os olhos para o homem relaxado que estava aproveitando uma xícara de chá. Além da estranheza em ver esse imortal elegante de cabelos brancos sentado em uma sala fria e metálica, a sua postura tranquila era mais sinistra para uma vítima de stalking.

Bem, Neuvillette não era uma pessoa comum.

"Para começo de conversa, a questão que fica se é possível considerar um stalking...", pensou Wriothesley para si mesmo.

- Monsieur Neuvillette, com todo o respeito – falou Wriothesley, colocando a carta em sua mesa -, mas é realmente necessário investigar essa carta?

- Por que não? – perguntou Neuvillette de forma genuína.

- De verdade? – falou Wriothesley, suspirando – Esta carta me parece que é um caso de uma admiradora secreta apaixonada por você, Monsieur Neuvillette, e, também, não pensa muito sobre as próprias palavras.

- De fato, não pensa nenhum pouco. - concordou Neuvillette, deixando uma xícara vazia na mesa a sua frente e pegando uma próxima – Entretanto, eu gostaria de investigar mais sobre a dona dessa carta antes de ter um veredito decidido.

- Hã... Neuvillette, você me escutou? – perguntou Wriothesley tão incrédulo ao ponto de deixar as formalidades de lado – Você tem uma admiradora secreta apaixonada por você.

- E o que tem? – indagou Neuvillette, bebendo o chá sem mostrar qualquer alteração em seu humor calmo.

Wriothesley não sabia se ria ou não e acabou bufando diante do olhar interrogativo do homem a sua frente.

O Caso de NeuvilletteOnde histórias criam vida. Descubra agora