5. jealousy

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De repente, Kimhan estava se inclinando para ouvir o que a garota queria confidenciar no seu ouvido. E de repente, foi demais. Porchay sabia muito bem qual era o seu problema, porra, é claro que ele sabia.

Ciúme.

Ele estava morrendo de ciúme, sempre que eles estavam juntos, quando se tocavam, quando Kimhan deixava de olhar para ele para dar atenção a ela. E francamente, se odiava por não conseguir disfarçar. Kimhan era seu amigo, o seu melhor amigo. Se Becky era mesmo a namorada de Kim, ele não devia se sentir assim, não devia incomodar tanto vê-los juntos. Exceto que incomodava.

Ele precisava botar a cabeça no lugar. Com um olhar arrependido para a mesa de bebidas, pensou que a ideia de beber nem parecia tão ruim agora. Mas melhor do que isso, decidiu que precisava ir embora.

- Che, não me sinto bem, eu preciso ir. - Porchay disse para o irmão, dessa vez um pouco mais alto para que ele escutasse. O grupo na mesma hora ficou silencioso, lançando-lhe olhares preocupados, em um piscar de olhos Kimhan estava ao lado dele.

- Eu levo você.

Chay comprimiu os lábios e se forçou a olhar para ele, depois olhou para Becky. Quase se sentiu mal pela expressão preocupada no rosto dela. Quase.

- Está tudo bem Phi, a sua festa ainda não acabou, você não pode simplesmente sair, eu vou...

- Chay! - Porchay piscou para o tom inesperadamente alto, e ficou em silêncio. - Eu levo você, não tem problema, vamos.

Sem mais protestos, sentindo-se idiota e atordoado, ele deixou que Kimhan pegasse sua mão e o conduzisse até a porta.

- Espera aqui, eu vou buscar um carro.

- Eu podia pedir para Porsche me levar. - Porchay resmungou.

- Porsche bebeu, sem chances que eu deixaria isso acontecer. - Kim respondeu, soando como se estivesse falando com uma criança boba. Ele já estava caminhando para longe, a procura do carro. Porchay encarou suas costas sentindo-se irritado.

- Então eu pediria para um motorista! - Exclamou, pouco se importando se estava falando alto, Kim estava longe afinal. Só que então ele parou, e se virou.

- Por quê? - O tom de voz dele era sério, Porchay engoliu.

- O quê?

- Por que está agindo assim? - Falando mais moderado dessa vez, Kim suspirou e andou alguns passos para alcança-lo de novo. - Por que não posso te levar? Eu quero fazer isso.

Porchay ficou em silêncio. Ele queria dizer alguma coisa, mas tudo que pensou em dizer soava péssimo. Alguns segundos se passaram em um silêncio estranho, eles não se encaravam. Até Kim voltar a falar.

- Você não me contou que tinha se mudado.

Era mágoa que Chay sentia na fala dele? Ele umedeceu os lábios, e olhou para Kim por um momento.

- Era para ser uma surpresa, eu ia te mostrar, não era para ter sido... - Porchay desistiu de tentar explicar, deu de ombros e desviou o olhar. - Tanto faz, eu não era o único escondendo coisas aqui.

Escapou antes que ele pudesse se conter. E claro, ele se arrependeu do que disse na mesma hora.

Porchay nem arriscou um olhar na direção dele, de repente sentindo pavor da sua possível reação. De Kimhan apontar o óbvio: que ele estava exagerando, que estava sendo irracional, afinal, Kim podia namorar e trazer sua namorada para casa a hora que quisesse. Que direito Porchay tinha de se sentir mal com isso?

- Do que você...

- Kim, eu não me sinto bem! - Disse apressado, não conseguindo esconder o nervosismo. Ele não queria falar sobre isso, ele não queria saber. - Quero ir para casa logo, por favor.

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⏰ Última atualização: Jan 05 ⏰

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