I

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Mavie Klein

— Tô nervosa. — Diz Caroline assim que fecho meu armário.

— Nervosa porque? — Pergunto enquanto caminho com ela para o pátio.

— Ah... sei lá, sinto que esse ano vai ser muito diferente, mas não de um jeito bom. — Ela da uma pausa e suspira pesado. — O que me dá calafrios.

— Se acalma, diferente do que você está sentindo em relação a esse ano, eu sinto que na verdade esse será o ano da mudança. Sinto que coisas novas estão por vir, e que o destino surpreenderá a nós duas. — Digo olhando em seus olhos, depois de sentarmos em um dos bancos.

— Tomara que seja isso mesmo. Mas enfim, já tem ideia de quem será nossos novos professores? — Puxa assunto.

— Na verdade não, o conselho misturou tudo, tanto os alunos quanto os professores. Alguns que davam aula para o ensino fundamental II agora vão dar aula para a gente, e várias pessoas que ano passado estudavam juntas agora estão todas separadas. Foi muita sorte nossa ter caído novamente na mesma sala.

— É que a sorte anda do nosso lado desde quando nascemos, não sei o que seria de mim em uma sala sem você. — Me abraça de lado.

O sinal toca...

— Bem... vamos!? — Diz se levantando, e afirmo com a cabeça me levantando em seguida.

Andávamos devagar nos corredores de sala de aula para que consigamos identificar a nossa.

— Eu tenho quase certeza de que fica no terceiro andar no final do corredor. — Digo.

— Vamos lá ver, qualquer coisa pedimos informação para algum funcionário. — Assinto.

A escola funciona da seguinte forma: 1°andar - térreo onde temos a recepção, pátio, refeitório, armários, sala AEE, enfermaria, sala dos professores, diretoria, quadra fechada, quadra aberta e banheiros. 2°andar - primeiro ano, laboratório de ciências, biblioteca e banheiros. 3°andar - segundo ano, sala de informática, sala maker e banheiros. 4°andar - terceiro ano, sala de música, sala de matemática/português e banheiros. 5°andar - auditório, sala de jogos, sala de idiomas e banheiros.

Sim grande que só a porra, e olha que ainda estamos em reforma ou seja não está totalmente pronta.

— Finalmente achamos. — Disse.

— Bom agora é só entrar e sentar. — Ela agarra minha mão e entramos juntas.

Olho a sala inteira, haviam poucos alunos ainda o que nos dava a chance de escolher melhor nossos lugares. Dos poucos estudantes que estavam aqui alguns estudaram conosco ano passado outros vieram de outra sala e uns que eu nunca nem tinha visto.

— Não quero sentar na frente, nem no meio e nem no fundo. — Diz Caroline ao observar os assentos vagos.

— Assiste a aula lá fora então. — Ela revira os olhos com minha fala. — Quero sentar nas fileiras que ficam encostadas na parede.

— Então sentamos nessa aqui na janela. — Caroline.

— Mas essa é bem a fileira da direção da mesa dos professores.

— Idai, pelo menos é encostada na parede que nem você queria. E eu não irei ir para a outra lá do outro lado da sala.

— Tá, tá. Mas a gente vai sentar nas últimas cadeiras, você na penúltima e eu na última.

— Tá bom.

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O primeiro dia de aula foi tão rápido que quase não vi a hora passar. O sinal da escola já tinha tocada e estávamos todos guardando o material para ir embora.

— Ainda está com mal pressentimento sobre esse ano? — Perguntei depois de fechar minha bolsa.

— Sim, infelizmente. — Coloca sua mochila nas costas e faço o mesmo.

— Tenta ignorar, deve ser só algo da sua cabeça.

— Vamos meninas? Todos já foram. — Disse a professora Márcia de ciências na porta da sala.

— Claro, já estamos indo. — Digo.

Saímos da sala descendo as escadas para o térreo, o barulho de alunos conversando era muito alto quase não conseguia escutar Caroline tagarelando do meu lado.

— Quem é aquele professor ali? — Olha em direção a sala dos professores me fazendo olhar também.

De lá saia um professor alto com pouca barba, piercing labret preto, tranças também preta. Ele usava uma calça jeans larga e a camiseta também.

— Não faço a mínima ideia, mas é um gato. — O encaro.

— Não nego. — Ri. — Vamos embora logo.

Saio de meu pequeno transe e percebo que o mesmo me encarava de volta com as sobrancelhas levemente arqueadas, coro no mesmo instante.

Caroline pega na minha mão e vamos até a saída da escola, costumamos fazer isso quando estamos em lugares muito lotado para não nos perdermos uma da outra.

— Me deixa em casa? — Pede ela assim que saímos.

— Virei uber agora amor? — Recebo um tapa em resposta. — Brincadeira, mas você não vai pra sua casa agora não.

— E tu quer que eu vá pra onde?

— Para a minha uai, deixa de ser lerda menina. — Outro tapa. — Mais um tapa e corte esse seu cabelo feio. — Ameaço.

— Vem filha tenta a sorte então, te dou um gancho de direita, e outro de esquerda que tu cai durinha no chão. — Faz pose de lutador.

— Escrota, te amo.

— Infelizmente não é recíproco amore. — Debocha. — Brincadeira, te amo também.

— Ridícula, vamos logo que meu pai ja tá aqui na frente. — Caminhamos até o carro.

— Caroline, é para te deixar na sua casa? — Pergunta assim que entramos.

— Não tio, Mavie me obrigou a ficar com ela. — Ele concorda com a cabeça.

— Como se você não quisesse também né putiane.

— Olha o jeito que você fala com a menina Mavie. — Meu pai me repreende.

— Você não viu nada tio. — Provoca, e apenas a mostro o dedo do meio.

O resto do caminho foi em um silêncio confortável.

Notas

Capítulo pequeno apenas pra servir de degustação.
Obrigada por lerem até aqui amores, não se esqueçam de votar, comentar, me seguir aqui e também no insta @kaulitzadas_
beijos beijos.




𝗧𝗲𝗮𝗰𝗵𝗲𝗿ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora