II

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Mavie Klein

A semana passou em um piscar de olhos, hoje já é sexta-feira. A escola está ótima, virei amiga de quase a sala inteira, tudo está caminhando muito bem.

Nesse momento estou enfrente o espelho terminado de escovar o cabelo. Caroline já né ligou diversas vezes dizendo que iremos nos atrasar, mas nem dei muita trela para ela.

— Caralho. — Digo após meu celular tocar novamente, e a tela acender com o nome de Caroline brilhando. — Fala cachorra. — Atendo.

— Já tá pronta?

— Sim, terminei o cabelo já. Vou só pegar a mochila e saio de casa.

— Tá bom. — Desliga.

Pego minha mochila como havia dito, e desço saindo de casa. Ao abrir a porta tomo um susto ao ver Caroline parada na frente com cara de cu.

— Que susto ridícula. — Ela sorri forçado. — Tá fazendo o que aqui? Eu que iria passar na sua casa.

— Minha mãe disse que não era para continuar esperando porque você iria atrasar de mais, e que se ela recebesse ligação da escola dizendo que estou chegando atrasada eu ficaria de castigo. Ai tive que sair de casa, fingir que estava indo pra escola e vim pra cá. — Solta um longo suspiro no final.

— Nossa Carol, desculpa de qualquer forma amiga. — Ela sorri amigável. — Vamo acelerar o passo, pra não ligarem pro seus pais.

Os pais de Caroline eram bastante rígidos com ela, na maioria das vezes que saia comigo era escondido, já que nunca deixavam. Nem na minha casa ela pode ir, inclusive quando foi depois da aula na segunda ficou de castigo também e saiu ontem.

— Puta merda corre. — Ela diz.

Então olho para frente e vejo o segurança já fechando o portão. Saímos correndo que nem loucas, tenho certeza que as pessoas que passaram por nós enquanto isso pensaram que estávamos fugindo de um assalto.

— Meu Deus tio, deixa a gente entrar por favor. — Digo assim que paramos em frente ao portão.

— Estão atrasadas meninas, já passou do horário de entrada, não posso deixar vocês passarem.

— Tio, por favor. A gente não conta pra ninguém, fica só entre nós, apenas dessa vez. — Caroline.

— Lamento, mas não poderão. — Ele sai de perto do portão.

— Puta merda, o que vamos fazer agora? — Fala desesperada. — Minha mãe vai me matar. — Passa a mão pelo cabelo.

— Calma caralho, deixa eu pensar.

— Ah, sim! E você quer pensar no que Mavie? Porra, eu falei pra você que íamos nos atrasar. — Se estressa.

— Me segue. — Saio caminhando.

— Você não está pensando em fazer o que eu acho que vai fazer né!? — Diz me olhando chocada.

— Ah, pode ter certeza que sim. Eu vou primeiro me dá pezinho. — Tiro a mochila das costas e a jogo por cima do portão.

𝗧𝗲𝗮𝗰𝗵𝗲𝗿ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora