Capítulo 4

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─ Um brinde as recém casadas! ─ O esqueleto de terno disse levantando o copo com cerveja todos no bar gritaram animados.

─ Me conte quem é você, sua história ─ S/n perguntou sentada na mesa redonda, os pais de sua...noiva? Estavam ali, Jenna a olhou e suspirou.

─ É uma longa história ─ Jenna disse.

─ Bom, se me permite, Cameron! Conte a história de minha família ─ Disse Edward, ao ator mais novo que morreu no auge da carreia.

─ Com todo prazer ─ Disse Cameron sorrindo, ele então subiu no balcão todos olharam para o jovem ─ Para aquele que não me conhecem eu sou Cameron Boyce, hoje irei contar a história daquela bela dama ─ apontou para Jenna ─ Todos conhecem a história, uma trágica história de romance, paixão e assassinato a sangue frio.

─ Essa história é boa ─ Alguns falavam ao redor de S/n.

─ Caros defuntos, a sua atenção ─ O moreno começou a cantar se virando para a plateia fechando a sombrinha ─ Ou quem de vocês tiver audição ─ Os mortos riram – Vou contar uma história melancólica demais, de uma noiva cadáver sedenta de paz.

─ Vai, vai chegar sua vez, a morte virá não importa o freguês ─ Alguns esqueletos apareceram cantando em coro - Você pode até se esconder e rezar, mas do funeral não irá escapar.

─ A nossa garota era mesmo um pitel ─ O moreno continuou cantando descendo do palco girando a morena em seu próprio eixo ─ Mas um dia encontrou um sujeito cruel ─ Vaias vieram de todos os cadáveres e alguns esqueletos presentes no bar ─ Ele era bonito, mas sem um tostão e a pobre garota gamou no vilão ─ Jenna abaixou o olhar com um suspiro triste.

Cameron soltou a morena e voltou para o palco de forma misteriosa e assustadora causando risadas nos que assistiam seu show.

─ O papai disse não! ─ Continuou, as luzes piscaram ─ Ela não quis ouvir, então os pombinhos tramaram fugir.

─ Vai, vai chegar sua vez a morte virá não importa o freguês ─ Os esqueletos voltaram a cantar sendo acompanhados por todos no local, exceto por aquele a quem a música era cantada e aquele cujo sua história era narrada ─ Você pode até se esconder e rezar, mas do funeral não irá escapar.

─ Eles então combinaram de se encontrar, no meio da noite um segredo guardar ─ Cameron roubou o pano pendurado onde as garrafas estavam ─ O vestido da mamãe serviu muito bem ─ O moreno colocou o pano sobre a cabeça como um véu - Quem tem amor não precisa de bens.

O moreno jogou o pano longe, que foi pego pela moça sem um dos braços que sorriu apaixonada, o moreno desceu do palco novamente, se posicionou atrás da garota viva pondo as mãos nos ombros da mesma.

─ Exceto umas coisas por precaução ─ Cantou pondo o queixo no ombro da garota viva ─ Como as joias da casa, um anel de um milhão ─ Balançou os dedos como se mostrasse a joia cara.

S/n olhou para Jenna incrédula vendo a menina sorrir-lhe triste, arrependimento exalava da mais baixa.

─ Junto ao cemitério, sob o Flamboaiã, um nevoeiro escuro - Fumaça começou a preencher o local e a voz de Cameron ficando cada vez mais sombria conforme as luzes normais ficavam mais fracas e as coloridas rodavam a plateia ─ As três da manhã, ela pronta para ir, mas e o galã? ─ O coral começou a dançar e suas sombras repetiam seus movimentos na parede no fundo do palco.

Na plateia do bar a nevoa falsa cobria os joelhos de todos os mortos que assistiam num misto estranho de raiva e animação, esse último talvez pelo fato de Cameron estar cantando.

─ E então? - O coral perguntou, as luzes se intensificaram momentaneamente.

─ Ela esperou ─ Cameron respondeu abrindo as mãos ao lado do rosto.

─ E então? ─ A batida da música batia mais forte a cada pergunta.

─ No meio das sombras, seria o rapaz? - O garoto pôs a mão na testa se curvando para trás numa pose dramática.

─ E então? ─ A agonia na voz do coral aumentou assim como a nota que acompanhava a pergunta.

─ O coração batendo ─ Cameron avisou pondo as mãos no peito.

─ E então? ─ A música desceu um tom devagar.

─ E então queridos, tudo ficou escuro ─ As luzes se apagaram e um grito fino foi ouvido.

A música voltou a tocar e as luzes se acenderam revelando o moreno sentado em cima do piano, as pernas cruzadas e uma das mãos pousada sobre o joelho.

─ Quando ela abriu os olhinhos estava morta então ─ A mão esquerda do rapaz girava elegantemente no ar ─ As joias roubadas, que desilusão ─ Retirou um lenço do bolso fingindo enxugar as lágrimas ─ A garota jurou que iria esperar por um amor verdadeiro que iria a livrar ─ Cantou lentamente, desceu do móvel desfilando até a morena ─ Sempre assim esperando, seguia-se em paz, até que chegou a distinta moça ─ Colocou o braço ao redor do ombro da de terno preto ─ Juntou-se a ela e a história real da Noiva Cadáver chegou ao final ─ Girou soltando a garota e subiu no palco novamente.

─ Vai, vai chegar sua vez a morte virá não importa o freguês ─ O coral cantava seguido da plateia ─ Você pode até se esconder e rezar, mas do funeral não irá escapar.

Gritos e aplausos foram ouvidos, a iluminação voltou ao normal e os esqueletos do coral sumiram assim como a névoa.

Com o final da música os presentes no bar voltaram a beber e jogar sinuca, conversando despreocupadamente sobre seus assuntos da morte.

[...]

─ Aonde está ela?

─ Sua filha não vai vim para o ensaio? ─  Sra. Greengrass perguntou.

Batidas soaram na porta. O empregado tratou de abrir, revelando o Lord Barkins de terno preto. Logo atrás vinha o mensageiro.

─ Repita o anúncio de hoje cedo ─ Lord Barkins disse de nariz em pé. Sem ao mesmo dizer uma palavra aos mais velhos.

─ S/n Miller foi vista está noite na ponte com uma mulher misteriosa, de cabelos castanhos, e então sumiram.

─ Me dói muito, ser portador dessa notícia ─ Lord Barkins disse.

─ Mulher misteriosa? ─ A mãe de S/n se perguntou confusa ─ Mas ela não conhece ninguém, de cabelos castanhos.

─ Bom, caso precisam de um minha ajuda é só me chamar, para qualquer coisa ─ Lord Barkins disse ─ Foi bom revê-los ─ Terminou e abriu a porta saindo da casa.

─ O que será de nós agora ─ Lamentou a Sra. Greengrass.

─ Senhorita, não deve ser nada demais, logo ela aparece ─ Disse o Sr. Miller.

─ É bom mesmo que ela apareça Sr. Miller, precisamos da noiva para o casamento de sexta feira ─ Disse a senhora Greengrass.

─ Iremos encontrá-la

─ Encontre ela, e tudo ficará bem ─ disse o Sr. Greengrass ─ Ou será um imenso constrangimento para todos nós.
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𝐀 𝐍𝐨𝐢𝐯𝐚 𝐂𝐚𝐝𝐚𝐯𝐞𝐫 ᴶᵉⁿⁿᵃ ᴼʳᵗᵉᵍᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora