🪐Capítulo 10|Sem voltas

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No Reino-Mãe, o Rei Yukimura estava inquieto. Diante de um período extenso de espera, aguardava ansiosamente a concretização de algo que há muito esperava. Encontrava-se na sacada do castelo, observando o céu estrelado em busca de respostas e alívio para suas inquietações.

O Rei, com a mente repleta de expectativas, buscava nos astros algum indício, alguma indicação de que o tão aguardado estava prestes a se realizar. O vasto firmamento noturno parecia transmitir uma calma tranquila, mas os pensamentos do Rei eram turbulentos como as estrelas no céu.

Cada brilho estelar parecia oferecer uma promessa, uma sensação de serenidade ao Rei Yukimura, mesmo que sua ansiedade persistisse. A espera prolongada o deixava agitado, mas ele compreendia que o tempo, como as constelações no céu, seguia seu próprio curso.

Assim, na sacada do castelo, o Rei respirava fundo, buscando consolo na beleza celeste enquanto aguardava o desenrolar dos acontecimentos. Sabia que, em algum momento, a espera chegaria ao fim, e o que tanto almejava se concretizaria, guiando seu Reino para um novo destino.

No silencioso aposento, o Rei Yukimura voltou-se, adentrando o quarto. Seus passos ecoaram suavemente, contrastando com a cena dramática à sua frente. No centro do ambiente repousava uma cama, sobre a qual jazia uma mulher pálida, imersa num bloco de gelo, sua inconsciência evidente.

O Rei, com olhos repletos de preocupação, tomou assento ao lado dela. Seu semblante refletia uma mescla de angústia. Respirou fundo, buscando reunir forças para enfrentar o que estava diante dele.

A mulher, envolta na frieza do gelo, parecia uma imagem de fragilidade. Sua condição despertava questionamentos, ansiando por respostas que ainda não estavam ao alcance.

O Rei, em seu silêncio, expressava uma determinação resoluta, uma vontade feroz de encontrar uma solução para aquele estado de torpor. Seus olhos fitavam a mulher, enquanto sua mente trabalhava incansavelmente na busca por uma maneira de restaurar sua vitalidade.

-Por favor, apenas mais um pouco, meu amor-, disse o Rei com uma voz serena e carregada de emoção, dirigindo-se à mulher adormecida no gelo.

-Estamos tão perto... Logo estaremos juntos novamente.- Seu tom continha uma mistura de esperança, ternura e determinação, como se cada palavra fosse um juramento de que eles superariam aquela situação difícil e se reuniriam mais uma vez.

No ambiente envolto pela quietude, um soldado adentrou, interrompendo a contemplação do Rei Yukimura ao lado da mulher adormecida no gelo. Sua chegada foi marcada por palavras carregadas de urgência e importância.

-Meu rei,- disse o soldado com um tom de respeito, -o Coronel Seal chegou com prisioneiras.

O Rei Yukimura, após absorver a notícia sobre a chegada do Coronel Seal com as prisioneiras, levantou-se. No grandioso salão do trono, o Rei Yukimura adentrou com a majestade costumeira, sua presença imponente ecoando pela sala. Sua figura imponente contrastava com a agitação crescente que começava a tomar conta dele. Assentado no trono de autoridade, a inquietação se apoderou gradualmente, traída pelo batuque rítmico de seu pé no chão polido.

O ambiente, impregnado de solenidade, testemunhava a dualidade do Rei: sua majestade real e a crescente ansiedade enquanto aguardava a chegada das prisioneiras trazidas pelo Coronel Seal. Cada batida ecoava como um relógio impaciente, uma súplica silenciosa por respostas diante do enigma que se desenrolava à sua frente.


Diante da expectativa palpável na sala do trono, a porta se abriu com solenidade, e o Coronel Seal adentrou, acompanhado pelas três prisioneiras. O Rei Yukimura observou com atenção enquanto o grupo se aproximava, a tensão no ar era quase tangível.

As prisioneiras, ajoelhadas diante do trono, demonstravam uma mistura de apreensão e respeito diante da imponência do Rei. Seus olhares transmitiam um misto de curiosidade e temor, tentando compreender a razão por trás daquele encontro inesperado.


-Finalmente, tenho vocês diante da minha presença-, proclamou o Rei em um tom sereno, porém firme. Sua voz reverberou pelo salão, carregada de autoridade e curiosidade sobre a presença das prisioneiras ali.

-Então, você é o Rei...-, proferiu Lyx, em um tom que carregava um misto de surpresa e ponderação. Sua voz revelava uma mistura de curiosidade e cautela ao dirigir-se diretamente ao soberano.

-Com vocês aqui, finalmente poderei alcançar o que tanto desejo-, disse o Rei com um tom decidido, porém enigmático.

-Trazer a sua mulher de volta à vida?- indagou Lyx, suas palavras carregadas de um tom perspicaz e surpreso

-O que você...?- disse o Rei, surpreso, interrompendo-se antes de completar a frase.

-Eu posso te ajudar com seu desejo,- disse Lyx, em um tom sereno e confiante.

-Como você poderia me ajudar?-indagou o Rei, sua voz carregada de curiosidade e uma ponta de cautela.

-Eu posso te levar ao princípio da criação, aos gestores de tudo, às singularidades-, afirmou Lyx.

O Rei Yukimura, cauteloso diante da proposta extraordinária de Lyx, questionou com firmeza: -E como eu posso ter total certeza desse fato?-. Sua voz refletia uma mistura de ponderação e anseio por garantias diante de uma oferta tão transcendental.

Surpreendendo a todos, Lyx se levantou e quebrou as algemas que a prendiam, exibindo um gesto de liberdade e demonstrando uma habilidade surpreendente. Seu ato ousado parecia ser uma resposta tangível à pergunta do Rei, uma demonstração prática de seu poder e conhecimento, oferecendo uma prova palpável de suas habilidades.

Nesse momento de luminosidade e encantamento, Lyx avançou em direção ao Rei, um brilho radiante emanando de suas mãos, moldando-se na forma de uma flor resplandecente. Sua presença irradiava uma aura de mistério, enquanto as palavras que proferia carregavam um peso significativo.

-A minha singularidade é a vida-, afirmou ela, numa voz serena, mas carregada de significado profundo. Sua oferta para trazer de volta aquilo que o Rei ansiava, Nyx, estava condicionada a um elo com seres além da compreensão comum, os guardiões do universo.

A flor luminosa que Lyx criou era uma representação tangível da vitalidade que ela controlava. Sua oferta trazia consigo uma esperança palpável de um renascimento, mas também a exigência extraordinária até os seres que controlavam os destinos cósmicos.

O Rei Yukimura, diante dessa revelação e desafio, experimentava uma mistura intensa de emoções: esperança, fascínio e uma determinação crescente. A proposta de se conectar com seres de tal magnitude representava uma jornada incerta, mas também a promessa de trazer de volta a vida que se encontrava adormecida.

-O que você quer, em troca?- questionou o Rei, com um tom ponderado e cauteloso. -Seu reino,- disse Lyx, sorrindo, em resposta à pergunta do Rei sobre o que ela desejava em troca.

The Sirius | Uma jornada para vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora