1990

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Uma musiquinha para "sentir a vibe..."
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Ao abrir o bloco de notas desgastado, o cheiro de papel envelhecido invadiu meus sentidos, trazendo consigo uma melancolia familiar, como se estivesse desenterrando segredos que nunca deveriam ter sido descobertos

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Ao abrir o bloco de notas desgastado, o cheiro de papel envelhecido invadiu meus sentidos, trazendo consigo uma melancolia familiar, como se estivesse desenterrando segredos que nunca deveriam ter sido descobertos. Estava de pé, ao lado de uma calçada estreita, onde o sol já começava a se esconder atrás dos prédios antigos. O barulho de um carro passando apressado levantou poeira e fez com que uma das páginas quase se soltasse, revelando a primeira inscrição:

_____________

"Coisas que não posso lhe dizer."

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Minhas mãos, levemente trêmulas, folhearam aquelas páginas como se carregassem algo sagrado, cada linha parecia um vestígio de uma história não contada. Na primeira página, duas caligrafias. A primeira, delicada, flutuava suavemente pela folha, quase como se as palavras quisessem ser sopradas, em segredo, por quem as escreveu.

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"Talvez te amar seja minha maneira de me perder."

Ass.: Sua maior admiradora.

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O queixo caiu sutilmente, enquanto meus olhos percorriam a frase, repetindo-a em minha mente. Uma declaração simples, quase frágil, mas que parecia carregar o peso de mil noites insones, de sonhos nunca compartilhados.

"Quem teria escrito isso?" - pensei, sentindo a fragilidade das palavras se misturar à frieza do ar. Uma frase tão delicada, e ainda assim devastadora. Como se o amor, ao invés de um refúgio, fosse o portal para um abismo sem fim.

Eu me perguntei: Será que essa pessoa sabia o que estava pedindo ao se perder assim? Amar... e perder-se. Existe algo mais profundo do que se entregar tão completamente que você não sabe mais onde termina e o outro começa? Ou será que ela jamais encontrou o que buscava, e apenas se afogou em suas próprias ilusões?

O vento virou as páginas por mim, revelando o que parecia ser uma resposta apressada. Abaixo daquela frase delicada, outra caligrafia surgia, com letras rudes, traçadas com uma urgência quase desesperada. As linhas eram irregulares, rabiscadas, como se cada palavra fosse uma batalha entre o que se queria dizer e o que não podia ser silenciado. Havia até alguns desenhos desleixados nas bordas — corações partidos e flechas atravessando-os.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝑬𝒏𝒂𝒎𝒐𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora