Capitulo 1 - Um gato raro

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Ally

Trabalho em uma escola cheia de crianças e adolescentes dos quais sou obrigada a tomar conta, eram joelhos ralados e perdas de objetos o tempo todo, além do trabalho que a gestão escolar vive me pedindo, ja que sou muito boazinha e prestativa, sempre a garota da qual todos procuravam para ajudar, fosse no que fosse. Nesse dia, estava ajudando a direção a fazer as decorações para uma festa escolar, da qual eles coloram o nome de "festa da prima vera", os alunos iam se apresentar, teria jogos e até mesmo comer e bebes para que as crianças comprassem, a um precinho pequeno é claro, só para ajudar nos passeios escolares dos quais eles planejavam para as crianças, e eu, como sempre, estava fazendo a maior parte do trabalho, sinceramente não sei porque estou trabalhando com crianças, sendo que faço medicina veterinária, não tem nada a ver com crianças, e sim com animais, e apesar dessas criaturas muitas das vezes parecerem animais selvagens, elas são todas humanas, mas aqui estamos nós, fazendo flores de papel coloridas para a decoração, uma das crianças do grêmio estudantil, Liza, esta me ajudando, gosto dela, é uma menina doce, com muita energia, cheia de sardinhas e um cabelo louro acobreado que só a deixa mais simpática, ainda mais com seu sorriso fácil e seu olhar alegre.

- não sei porque não deixam mais alunos vir ajudar, é divertido, e não está tendo matérias tão importantes assim na sala de aula neh.

- sim, mas você diz isso porque é inteligente e consegue acompanhar a matéria mesmo que perca um pouco da explicação, os seus colegas não tem a mesma facilidade não é mesmo?

- sim mas, ah, a gente precisa de mais ajuda.

eu ri com o comentário dela, então percebo que estamos ficando sem papel, eu suspiro e levando da cadeira, estamos em uma sala que foi dada ao grêmio estudantil, é perto do pátio e do portão de entrada dos alunos, então aviso que vou buscar mais e saiu pela porta, tenho q subir as escadas para a sala onde ficam os materiais para pegar os papeis coloridos, enquanto passo pelo pátio, vejo uma sombra preta pela visão periférica e olho para o lado do portão, e lá está um gato preto, adulto, me olhando com um olhar muito astuto, inteligente, eu paraliso no lugar, tento um passo em sua direção e ele não recua, então tento outro, e ele fica firme, me aproximo de vagar, e ele não tira os olhos dos meus, é razoavelmente raro encontrar um gato de olhos azuis geneticamente falando, ainda mais um gato preto tão confiante, que não recua com a aproximação humana, eu chego perto e abaixo para chama-lo, ele parece desdenhar de mim, se senta no chão como eu e continua a me observar, parecendo estar intrigado comigo, então resolvo conversar com ele: "olá gatinho, tudo bem? você é muito bonito" o gato mexe o rabo de um lado para o outro e olha para cada pedaço meu com a pupila dilatada como se ele fosse um grande felino e eu fosse sua presa, ouço um ronronar alto vindo dele, então seus olhos voltam aos meus, eu continuo tentando falar apesar da sensação estranha que ele me causa " seus olhos azuis são um pouco raros em gatos pretos como você, lhe traz um toque magico, posso me aproximar?" eu juro que vi um ar de divertimento nos olhos do gato, então ele se levanta e vem até mim se sentando bem na minha frente, sem se esfregar ou fazer qualquer outro comportamento natural felino, só sentou ao meu alcance e nada mais, sempre com os olhos nos meus, eu levo minha mão até sua cabeça e ele permite que eu o toque, então o ronronado fica mais alto, eu sorrio, seu pelo é extremamente liso e macio, ele não está magro, nem gordo, parece ser bem atlético e saudável para um gato de rua sem dono, mas também parece ser livre demais para ter dono, ouço alguém me chamar, me levanto e me viro, ele não se assusta, ainda com os olhos em mim, fico um pouco relutante em tirar os olhos dele, mas ouço me chamarem de novo e sou obrigada a me virar, a vice diretora, Patricia, me pede para ajudar um a ligar para a mãe de um aluno que está passando mal e sai, quando me viro, o gato se foi.

Por vários dias, eu o vejo por ali, rondando, sempre me encarando e observando, mas ninguém se aproxima dele, ele mal se permite ser visto por outras pessoas, principalmente os alunos, e eu não consigo mais ter tempo de me aproximar daquele lindo animal.


Alec

Em toda minha vida, eu nunca amei de verdade, é claro que tive casos, sexo é uma necessidade humana, afinal, mesmo eu não sendo completamente humano, era uma necessidade para mim também, então me envolvi com várias mulheres ao longo da minha vida, mas nunca senti amor, paixão sim, mas amor, não, e sinceramente, gostava disso, eu vivia minha vida com toda a liberdade, fazendo o que queria fazer, quando quisesse fazer, mas depois de certo tempo, aproximadamente 100 anos, comecei a me cansar disso, tentei ficar com uma pessoa por quem me apaixonei durante um tempo, mas, com o tempo a paixão passou e eu fiquei vazio, então terminei e segui minha vida, busco tentar entender o que significa amar uma pessoa, mas não consegui até o momento, cada pessoa que eu conheço descreveu o amor de uma forma muito diferente, e cada uma mais complexa do que a outra, por isso posso dizer que não entendi esse sentimento ainda, eu passeio pelas cidades, faço o que tenho que fazer, busco o que venho buscar e saiu como se nunca tivesse passado por elas, como homem ou como animal, mas quando vi aquela garota, algo nela me chamou atenção, ela parecia uma garota feliz e normal, mas eu senti em cada célula de seu corpo o seu cansaço e sua solidão, mesmo assim, vi ela doando seu tempo, seu carinho e tudo dela para cada uma daquelas pessoas que nem mesmo se davam conta do que ela passava, não sei o que nela me chamou atenção, não foi sua aparência, não inicialmente, mas depois que prestei atenção nela, vi que ela era linda, ela tinha olhos verdes e, e uma boca linda e carnuda, seu rosto era redondo, a pela branca cheia de desenhos, provavelmente coisas que ela gostava, o cabelo era colorido, um arco íris todo colorido com a raiz mais loura acinzentado, ela era alta, gordinha mas com curvas muito bonitas, totalmente fora dos padrões da sociedade, além das tatuagens ela tinha alguns piercings nas orelhas e no septo do nariz, não foi essas coisas que me chamaram atenção, não, algo nela me deixou muito intrigado, e eu vou descobrir o que foi, mesmo que eu tenha que visita-la em forma animal para o resto de minha vida, nessa escola cheia de pestinhas.

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