Ally
Eu estava muito nervosa, só eu e ele ali dentro do meu quarto, isso podia insinuar que eu queira sexo, mas na verdade eu só queria privacidade, não tinha pensado nisso quando o chamei para o quarto e fechei a porta, agora eu estava olhando nervosamente para porta pensando se devia abrir um pouquinho.
- se quiser pode deixar aberta. – eu olhei para ele, ele estava sorrindo como se estivesse se divertindo com o meu nervosismo, meu instinto rebelde corajoso veio a tona e eu balancei a cabeça em um não.
- não, ta tudo bem, melhor ninguém escutar nossa conversa, não é mesmo?
- claro – ele foi até o canto onde estava a caminha do salem, que ele nunca usava – você tem algum animalzinho de estimação?
- sim, um gato preto de olhos azuis. – ele ergueu as sobrancelhas para mim e sorriu, eu me sentei na cama, ele veio em minha direção e se sentou também.
- você falou nele com muito carinho, acredito que ele seja muito fofo.
- na verdade ele não é. – abaixei os olhos, ele ficou me olhando enquanto eu explicava – ele é muito protetor, não sei explicar mas é como se ele sempre estivesse me protegendo de alguém ou alguma coisa, ele é o gato menos gato que eu já conheci.
- como assim? – ele inclinou o rosto para o lado curioso.
- bom, ele não come ração, ele não rola no chão ou fica miando por ai, ele não brinca com brinquedos e nem com nada na verdade, ele parece um homem humano, parece entender perfeitamente o que eu digo, ele tem atitudes muito humanas.
- você gostaria que ele fosse mais, gato?
- na verdade não, eu o amo do jeito que ele é. – ele deu o sorriso mais lindo e verdadeiro que eu já vi, fiquei um pouco sem ar, ele se inclinou e me deu um selinho.
- você fica linda falando dele, seus olhos brilham, você o ama mesmo, de verdade, já pensou que pode ser a primeira pessoa a ama-lo com seus defeitos e qualidades? – eu parei e olhei nos olhos azuis a minha frente.
- nunca tinha pensado nisso, na verdade, você me lembra ele. – ele pareceu surpreso, eu ri um pouco sem graça – não me leve a mal, o olhar profundo, o carinho ao interagir comigo, como se eu fosse especial, os movimentos sempre leves, não sei, só parece, ao menos na minha cabeça.
- então eu sou um gato – ele riu – mas que bom que me comparou ao gato que você tanto ama, estou lisonjeado.
- que bom que não levou como ofensa.
- como eu poderia? Para mim, isso quer dizer que você possa vir a me amar como ama o gato, qual é o nome dele?
- Salem.
- uau, significativo, um familiar para uma bruxa então, claro que ele não seria normal. – ele sorriu para mim, eu ri um pouco, ele se inclinou e me beijou novamente, de um jeito doce, de vagar, acariciando meu rosto, quando se afastou eu senti como se tivesse perdido algo, ele me deixava de uma forma que eu não sabia explicar, era gostoso, dava uma sensação de bem estar, de proteção, de amor. – você está meio longe.
- oi?
- desculpe, parece que está meio distante, perdida em pensamentos. O que está pensando? – ele ficou olhando nos meus olhos, e eu olhei para a mão dele que segurava a minha, ele me lembrava alguém, como se eu o conhecesse a anos.
- eu estava pensando que parece que eu te conheço a muito e muito tempo, como um eco do que já se passou em outra éra. – olhei em seus olhos, ele estava serio me fitando.
- também sinto isso, como se eu tivesse sido seu a muito tempo e estivesse destinado a ser novamente. – ficamos nos encarando durante um tempo apenas com as mãos se tocando, até ele quebrar o contato visual e sorrir para mim – isso da um pouco de medo não é?
- é verdade, mas não sinto que seja ruim, só que não teve uma conclusão. Nostalgia é o nome, mas não faço ideia se isso só não é algo do meu coração romântico.
- se fosse, eu não estaria sentindo também não é? – eu sorri e ele beijou a palma da minha mão – você andou tendo sonhos interessantes ultimamente?
- ah, você me lembrou, eu tive alguns, não consigo dormir direito, sempre acordo perturbada, dessa vez havia um lobo que se transformou em humano e me provocou como um vilão de contos de fadas, a mulher de cabelos negros... - ele se inclinou e tocou meu rosto.
- eu tive um sonho com um possível passado, não sei se era meu mas... como era essa mulher? Longos cabelos negros e lisos, pele pálida, alta, magra?
- sim, você parece ter visto ela... - eu estava tensa, era como se ele tivesse vendo-a em sua mente mas pela tensão no corpo dele, era a mesma mulher que ele havia sonhado. – estranho sonharmos com a mesma mulher.
- muito – ele baixou os olhos para nossas mãos, seu rosto estava sério, então seus olhos voltaram aos meus – tenho a sensação que logo nós saberemos o porquê.
Ele se inclinou e me beijou novamente, mas dessa vez, sem se conter, o desejo estava fortemente presente, ele me puxou para si, e eu me libertei, meu puder sumiu assim que minha mão tocou o peito dele, em pouco tempo estávamos nos tocando e nos beijando com fervor, os lábios dele percorriam da minha boca até minha orelha e pescoço, uma das minhas mãos seguravam seu cabelo enquanto a outra percorria suas costas, os músculos retesados e deliciosos, as mãos dele estava uma em minha cintura me puxando para corpo enquanto a outra estava em minha nuca me puxando para seus lábios, o frenesi da atração entre nós estava no máximo, ele me deitou na minha cama e eu se veio por cima de mim, uma de suas mãos subiu pelas minhas pernas até minha cintura por baixo do vestido, enquanto sua boca ia em direção aos meus seios, meu corpo se movia de maneira a sentir mais e mais o dele, minhas mãos o puxava em minha direção, minha boca beijava toda a pele que alcançava e minhas mãos famintas o tocava por baixo da camiseta, até que um barulho alto nos fez parar, minha mente voltou a funcionar e eu percebi que por pouco não tiramos a roupa um do outro. Ele olhou em meus olhos sem folego, eu olhei para ele, ele sorriu e se sentou, dando espaço para que eu me sentasse também.
- acho que eu deveria ir embora não é?
- não precisa, se não quiser. – eu me surpreendi comigo mesma por dizer isso, eu o queria, eu não deveria, mas queria ele ali comigo, olhei para ele que parecia estar surpreso com minha resposta.
- eu quero ficar mas, só se você realmente quiser. – ele ficou me olhando e eu apenas olhei para ele.
- fique. – ele olhou para a porta, parecia em duvida, então alguém bateu na porta, e ambos pulamos um pouquinho, ele riu. – o que é?
- ah, Ally, por um acaso, o salem está ai com você? – era a voz do Ravi, parecia preocupado, eu me levantei e abri a porta.
- não, o que houve? – agora eu estava preocupada, o Ravi olhou para o Alec e o cumprimentou com a cabeça, depois me deu um olhar significativo que me deixou corada.
- não vi o gato desde que cheguei, então fiquei um pouco preocupado.
- acho que não o vi desde que cheguei também.
- desculpa me intrometer mas, gatos machos quando encontram uma fêmea acabam passando a noite fora, não fique tão preocupada Ally. – eu olhei para ele, ele tinha razão, Salem ainda era um gato apesar de ser tão diferente.
- você tem razão, que pena, queria que você o conhece-se – me virei e o toquei como se ele realmente fosse meu, o que havia comigo? O bom é que ele simplesmente me abraçou como se eu também fosse sua, me senti deliciosamente excitada com isso. Quando olhei para o Ravi ele estava com um olhar de deboche malicioso para mim, corei novamente. – acho que temos que jantar, que tal uma pizza?
- eu topo. – gritou a Candy da sala, que ouvido bom ela tinha.
- também topo, mas é melhor comprar três hoje, estou morrendo de fome. – Ravi piscou para mim e foi para a sala.
- vamos socializar agora? – Alec riu baixinho para mim, eu sorri e revirei os olhos para ele.
- A gente precisa comer, então acho que sim, você vai ficar? – ele me puxou para ele e me beijou.
- vou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Magia Felina
RomanceAlly é uma garota de 20 anos sobrecarregada e solitária, ela vive sua vida sozinha em uma cidade nova desde que começou a faculdade de veterinaria, sua familia se resume a si mesma ja que perdeu a mãe para uma doença terrivel a pouco tempo, e seus a...