Olhos de Capitu

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"Você chegou na festa
Como se estivesse entrando num iate
Seu chapéu estrategicamente caído sobre um olho
Seu lenço era cor de tâmara
Você tinha um olho no espelho
Enquanto se observava, se achando"

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-NÃO PAPAI, EU NÃO ENTENDO POR QUE EU PRECISO ME ENFIAR EM UMA FAZENDA, ISSO É TÃO INJUSTO.

A manhã na casa dos Hernandez começava caótica, o motivo? Por conta das notas e da má conduta de Martin Hernandez em sala de aula na faculdade o jovem ômega estava sendo obrigado pelo pai a ir passar o verão em uma fazenda no interior, coisa que o jovem estava detestando.

Afinal, todos os seus amigos estavam indo para Los Angeles em uma viagem conjunta e ele estava sendo obrigado a ir pôr os pés na lama.

Em seus vinte anos Martin era um dos ômegas mais bonitos e prestigiados, o homem era loiro com olhos amêndoas, sua pele era branca e macia como a pele de um bebê, seu cheiro era de chocolate com canela e apaixonava qualquer um que sentisse. O jovem era considerado uma beldade onde morava e tinha motivos para isso.

Martin era sexy sem se esforçar, era elegante só de andar, era belo só por respirar.

O jovem ômega era mais belo do que uma pintura de Van Gogh poderia retratar, era mais belo do que as canções de Chico Buarque poderiam ressoar, era mais belo do que os olhos de Capitu. Sua beleza era tão rara e estimada entre todos que o jovem ômega era colocado em altares por onde passava.

Ele fora mimado por seus pais, por seus professores, por seus amigos e por toda cidade por onde passava. Martin era como um Deus, se fosse um poderia facilmente ser comparado com Eros, o Deus do Erotismo.

Mas, assim como os olhos de Capitu Martin era dissimulado, ele era rebelde e tinha um ego altíssimo, ele não aceitava ouvir um não e era acostumado com tudo sendo do jeito que ele queria.

Afinal, se ele pedisse para um alfa se jogar aos seus pés milhares obedeceriam na mesma hora, então como não ter um ego enfiado? Somente seu toque era capaz de eletrizar os corações de todos, seu olhar intenso era capaz de queimar uma pessoa de dentro para fora.

Deveria ser crime possuir tanta beleza quanto Martin possuía.

Mas, pela primeira vez na vida seu pai estava lhe dizendo um não, estava lhe mandando fazer algo, estava lhe forçando a fazer algo. A situação era tão estranha para Martin que ele não conseguia raciocinar, como alguém poderia não fazer algo que ele mandava?

Ele sabia que seu pai estimava muito suas notas, afinal, ele seria responsável por cuidar das várias fazendas que sua família possuía e era sua obrigação ir bem nas aulas, mas ele prometera que iria se esforçar mais no ano que vem e fez uma carinha de cachorro abandonado ao pai.

Como isso não foi o suficiente para acalmar as coisas?

-Você vai sim, Martin, tu e yo tenemos que aprender isso, usted no puede irse mal na faculdade e não pode concertar tudo com um sorriso, você vai ser responsável pela fortuna da família Tin, tienes que aprender y de esforçar e precisa aprender a ser mais humilde, então você vão embarcar no voo para o Brasil, no quiero saber se a ti no te gusta la idea e pare de gritar estás me dando nos nervos mi hijo. - Matias não facilitou nem um pouco as coisas para Martin.

A Patricinha e o Cowboy - BRAARGOnde histórias criam vida. Descubra agora