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Sunny Leclerc
Melbourne, Australia

O podium tinha acontecido há alguns minutos, ainda estava eufórica pela vitória do meu irmão, estava super feliz e animada por ele ter conseguido ganhar a corrida, ninguém ali merecia aquela vitória mais do que ele.

Estava andando pelo paddock para ver se encontrava algum rosto conhecido ou alguma amiga minha para poder conversar antes de ir embora, já que tinha que esperar meu irmão terminar os afazeres dele para poder me deixar no meu hotel.

Avisto uma pessoa conhecida de longe, Max, ele estava sentado em um canto afastado de cabeça baixa, parece que está chorando. Imagino que seja porque ele terminou a corrida em segundo lugar. Max era uma pessoa complicada.

Solto um suspiro e tomo coragem pra caminhar até ele, estava preocupada.

— Max? — Pergunto chegando mais perto do loiro que estava sentado e me abaixo ficando na altura dele. — Tá tudo bem?

Ele ergue seu rosto para cima e em poucos segundos noto uma carranca e cara de poucos amigos. Chorando ele não estava, mas pelo visto feliz também não.

— O que você quer?! — Ele questiona com um tom ríspido não fazendo tanta questão da simpatia.

— Achei que estava chorando, de longe parece. — Respondo o olhando e dou um sorriso amigável. — Quer conversar? Está assim por conta do segundo lugar?

Ele não diz absolutamente uma palavra apenas continua a me encarar com seus olhar vago e vazio. Parecia mais triste do que frustrado.

— Não. — É tudo que Verstappen vem a dizer após o silêncio que ele mesmo criou entre nós dois.

— Não seja ranzinza, Verstappen! Conversa comigo, eu não mordo. — Desisto de ficar abaixada e me sento no chão, de frente para o loiro.

— Não quero conversar, Sunny! — Ele exclama voltando a abaixar sua cabeça entre os braços como se eu não estivesse ali.

— Mas agora eu já sentei aqui... — Murmuro olhando para o piloto na minha frente, então o cutuco. — Vamos Max, posso te contar como foi meu dia?

Não obtenho uma resposta, apenas o ouço bufar e se afastar um pouco para o lado sem mudar sua posição e nem olhar para mim.

— Vai embora, Sunny. — Ele responde novamente com o tom de voz mais baixo dessa vez.

— Não fala assim comigo. Você quer um abraço? — Pergunto sorrindo, mesmo sabendo que ele não podia ver e cutuco ele mais uma vez.

— Não. Já disse para sair daqui. — Max fala com um péssimo humor e levanta uma de suas mãos, mostrando seu dedo do meio para mim e me deixando incrédula.

— Voce me trata direito, não tá falando com seu pessoal que você fica sendo grosso o tempo todo não. — O respondo e solto um suspiro pesado. Era necessário ter paciência com Max. — Não vou sair daqui, ou você conversa comigo ou eu vou ficar te enchendo, você decide.

Verstappen vem a se levantar com uma péssima expressão facial e me encara por alguns segundos, antes de me dar as costas e começar a caminhar.

— Já disse para me deixar em paz. — Ele resmunga enquanto o sigo e reviro meus olhos com seu ato infantil.

— Você não cansa de ser idiota e de tentar afastar as pessoas que querem te ajudar? Para de agir feito uma criança birrenta, você já tá velho. — Falo e seguro o braço dele para ele parar de andar.

— E quem disse que eu quero ou até mesmo que eu preciso de ajuda!? — Ele exclama parecendo indignado e puxando seu braço de meu aperto.

— Precisar de ajuda você precisa né.. — Murmuro e logo percebo o que tinha dito, negando com a cabeça. — Por que você se fecha tanto para os outros? Tava sentado no meio do paddock todo capenga e agora tá aí se fazendo de difícil.

Ele arqueia suas sobrancelhas enquanto me olha e sorri de uma forma meio cínica.

— Você não sabe nada sobre mim. — Max responde me dando uma olhada do topo da minha cabeça até a ponta dos meus pés.

— E alguém sabe? Você trata todo mundo como se você fosse superior. Igualzinho você está fazendo agora, me olhando de cima a baixo. — Retruco sua fala cruzando os braços e fazendo uma cara feia.

— Não tenho culpa que se sinta assim, que reflita sua insegurança em mim! — Ele exclama de um jeito mesquinho enquanto o olho cada vez mais incrédula.

— Acorda pra vida Verstappen, você não é melhor do que ninguém aqui, e você sabe muito bem disso, por isso sempre fala com esse ar de superioridade que nem você mesmo acredita. — O respondo soltando um suspiro pesado. Detestava ter que falar desse jeito com os outros. — Agora, da pra parar de falar desse jeito comigo ou é muito difícil?

Ele revira seus olhos azuis e da uma risada sem graça me deixando sem entender o que era isso.

— Nem tudo é sobre você. — Ele responde fechando a cara novamente e me olhando feio.

— Sabia que seu sorriso é muito bonito? — Mudo completamente de assunto olhando para Max, que agora parecia confuso. — Deveria sorrir mais, é bem bonito.

Ele tinha suas sobrancelhas franzidas e seus braços cruzados enquanto me olhava. Estava me sentindo até mesmo meio intimidada.

— Você só pode estar brincando... — Ele resmunga parecendo indignado.

— O que foi!? Agora não pode te elogiar também? — Reviro os olhos e apenas volto a ignorar a reação do loiro. — Mas é sério, seu sorriso é muito bonito.

Ele revira seus olho e eu arqueio as sobrancelhas. Max era um homem difícil.

— Não preciso que fiquei me bajulando. — Ele responde novamente com seu olhar de indiferença.

— Eu sou uma das únicas pessoas aqui que não te bajula, se eu falo algo é porque eu realmente acho, e não para inflar seu ego. — Respondo olhando o mais alto que continuava com seu olhar em mim.

— Não preciso que ninguém infle meu ego! — Ele fala dessa vez parecendo ofendido e negando com a cabeça várias vezes seguidas. — Como eu já disse antes voltarei a repetir: Você não sabe nada sobre mim.

— Ok, se você acha. — Respondo dando de ombros. — Cansei de tentar ser legal com você hoje, fica aí sofrendo sozinho.

Dou um último sorriso para Max antes de virar de costas e começar a me afastar. Já tinha aguentado grosseria o suficiente por um dia.

daylight !¡ max verstappenOnde histórias criam vida. Descubra agora