XI - não tão hétero.

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— Ai, caramba Jisung! — Karina reclamava enquanto seu amigo trocava os curativos de seu rosto e punho.

Jisung apenas riu.

— Qual a graça?

— Você — Enfaixava a mão da garota — Está tomando jeito, me sinto orgulhoso, sabia? — Karina revirou os olhos com o comentário alheio.

Acontece que ao bater em Seoho naquele sábado a tarde não saiu exatamente como ela esperava.

Os amigos do rapaz tentaram o defender, o que começou uma briga generalizada entre uma Yu e outros três garotos. Claro que ela não ia sair ilesa disso e acabou se machucando, mas não se arrependia nem um pouco pois alcançou seu objetivo quando a polícia chegou no local horas depois.

Karina denunciou os garotos com a violência à Minjeong e usou as mensagens que recebeu da Kim, no início, como provas. Claro que aquilo não era o suficiente, então os rapazes ficariam sobre vista grossa da guarda do bairro.

Já era uma resposta mais do que suficiente para Karina, que poderia dormir em paz sabendo que Minjeong não precisaria mais passar por nada assim.

O gosto amargo do próprio sangue que escorreu de sua boca pelo corte que um dos amigos de Seoho fez, não a impediu de sorrir em deboche para os rapazes ao deixar a delegacia.

Deixando também um Seoho com o nariz quebrado.

Já era segunda-feira e por ter conseguido um atestado médico, não foi trabalhar naquele dia e pediu a Jisung para ir em sua casa após o horário de trabalho. Sendo assim, Han fez questão de trocar seus curativos e ouvir toda a história com detalhes.

Minjeong sequer deu as caras ou respondeu as mensagens de Karina, mas ao menos a Yu se sentia bem em saber que Seoho praticamente não poderia mais chegar perto da Kim.

— Pensando nela de novo? — Jisung se pronunciou após colocar o último curativo e todo aquele silêncio repentino — Não é meio doido como você saiu de uma doida devota do senhor todo poderoso, oh nosso Deus — Ele brincava juntando as mãos e olhando para cima — Pra uma mulher mais determinada e objetiva? Se eu não tivesse certeza que você é hetero, até diria que pensar tanto assim em Minjeong é uma paixão enrustida — Ele riu quando a Yu fez careta ao ouvir aquilo.

— Você é um idiota e eu... Estar mudando, não significa que ainda não vá frequentar a igreja, eu cresci ali e Deus-

— Karina — Ele o olhou com tédio e ela suspirou.

— Enfim... É só que ela não me responde desde quarta-feira — Bufou.

Na verdade, quem a respondeu na quarta foi a tal Minji, namorada da Kim.

— Esquece isso, vai sufocar a menina e você quer a amizade dela de volta e não ser um espírito obsessor — Ele bufou — E eu estou com fome, Srta. Yu — Se levantou de onde estava — Quer sair pra comer algo? Ou comprar.

Karina suspirou e deu de ombros, sem animação mas concordando com o amigo.

(...)

— Amor a gente pode comprar aquela torta? Eu amo aquela torta! — Minji falava empolgada, balançando sua mão entrelaçada a de Minjeong.

A Kim tinha o rosto quase completamente sarado dos machucados se não fosse por seu olho ainda um pouco esverdeado.

Mas aquilo não estava a incomodando, na verdade, a única coisa que a incomodava era saber que Yu Karina foi a sua casa no sábado e almoçou com sua família.

Pior ainda foi ver Beomgyu empolgado a falando sobre a garota que era a maior causa de todo aquele caos.

E como tudo que está ruim, pode ficar ainda pior, Minjeong também ficou sabendo de uma briga na pista central de skate de seu bairro.

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