Eli e Christian acordaram com Holt batendo na porta.
- Levantem-se, Cláudio quer passar as ordens. - disse sem abrir a porta.
O grupo havia passado os últimos dois dias investigando mais informações sobre as coisas que estavam acontecendo. Descobriram que Alfredo, o mercador, tinha patrocínio do bispo de Perobia e tentavam controlar o comércio da vila para adquirir todo o lucro possível para si. Alfredo também pagava impostos ao bispo, mas convertia esses valores em preços absurdos de alimentos e itens básicos e taxas de proteção de cada cidadão. Tudo isso sob a proteção legal de Luciano, que controlava a pequena força de exército que tinha a sua disposição para obrigar as pessoas a pagarem as taxas, além de cobrar impostos sobre qualquer coisa e prender os que se rebelavam contra essas cobranças. No dia anterior, um arauto havia aparecido na praça da igreja e anunciado, contra sua vontade, que haveria uma taxa de uma moeda de prata pela utilização do poço. O grupo de cidadãos que assistia esse anúncio se revoltou, atacando o arauto, mas foram repelidos violentamente no mesmo instante pelo grupo de soldados que se fazia presente. Eli e companheiros nada puderam fazer, pois suas ordens eram apenas observar.
Os quatro se encontraram na frente da porta de Cláudio, Christian foi quem bateu e foi recebido em um instante por Holt, que pediu que entrassem e se sentassem. Cláudio olhava alguns mapas e documentos sobre a pequena mesa que havia pedido ao taberneiro. Levantou os olhos e encarou, com um pesado suspiro, seus subordinados.
- Hoje é o dia que tomaremos ações. Eli, você ficará responsável por Alfredo, precisamos dele morto para que o restante possa agir. Christian, Helena e Sophia, vocês cuidarão dos soldados na cidade, precisamos minar a força deles para não haver represálias contra os cidadãos. Holt, você vai viajar até Perobia e falar com a duquesa Rubi, já enviei mensagens a ela, vai receber você assim que possível, precisamos deixá-la alertar em relação ao bispo e suas ações. - Ele parou por um instante, observando os mapas novamente, então olhou para os quatro jovens. - Eu quero tudo isso até o pôr do sol, a noite cuidaremos de Luciano.
Os cinco concordaram em silêncio e sem dizer uma palavra saíram do escritório improvisado.
...
Christian comandava o grupo com as suas duas companheiras. Os três estavam no campanário da igreja onde podiam observar melhor a vila. Contaram cinco grupos de três soldados patrulhando as ruas e vielas da vila. Quinze homens. Havia mais seis em torno da praça, próximo a igreja, esse distraído e isolado dos outros que patrulhavam a região do mercado e mais afastada do pequeno centro. Se decidiram por começar com esse grupo. Christian fez um sinal e os três desceram pela torre, saindo por trás da igreja.
Helena e Sophia deram a volta por fora da praça, entre as casas para não serem vista, com espadas em punho, preparadas para o sinal de Christian. Esse ia pela frente da igreja, olhou de canto as suas companheiras tomando posição e agiu.
Cambaleando como um bêbado, se aproximou dos guardas que jogavam dados e não prestavam atenção nele. Fingiu um tropeço e caiu por cima do soldado mais próximo, cravando sua adaga embaixo da axila, fazendo-o cair e ficar ali, sangrando. Antes que o restante dos soldados pudesse entender o que acontecera, as duas garotas atiravam facas de arremesso, derrubando mais dois soldados. Ao verem dois companheiros caírem, o três guardas restantes finalmente entenderam a situação e sacaram suas espadas. Avançaram os três contra Christian, que com um ágil movimento de pés saiu para o lado, sacando sua espada a tempo de defender um segundo golpe. Helena foi a próxima a entrar na luta, se aproximou correndo por trás dos guardas, distraídos pelo combate, e trespassou um deles pelas costas com sua espada. Um grupo de soldados que estava passando pelo mercado notou o movimento e correu ao socorro dos companheiros, um deles teria pegado Christian desprevenido se Sophia não tivesse chegado a tempo e aparado o golpe. Mais uma vez estavam em desvantagem.
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O Caminho de um Assassino
FantasyEli cresceu na Mão Dourada, uma guilda de espiões e assassinos. Treino e aos dezesseis anos foi iniciado, começando suas aventuras em busca de recuperar aquilo que sua família perdeu muitos anos antes. Mas no meio do caminho, ele se vê em meio a um...