My dear heaven [ChanBaek]

Capítulo II.

Capítulo dois: My dear heaven

Escrita por 99bunny99

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Sabe aqueles dias em que você acorda com uma sensação esquisita de que algo vai acontecer? Bom, era um desses dias na vida de Baekhyun, mas ele jamais imaginou que o acontecimento fosse ter uma arma apontada em sua direção por um desconhecido.

Não era como se aquela fosse a primeira vez que lhe confundiam com Baekbeom, e muito menos a última. Era comum a confusão, eles eram idênticos, mudando apenas o fato de que o mais velho era um alfa; o cheiro entregava a diferença.

Mas já estava fazendo o quê, cinco anos — talvez mais —, que não tinha contato com o gêmeo?

Baekbeom era alguém inconstante, sempre acompanhado de pessoas erradas, sempre enfiado em vários problemas. Na verdade, ele era um ímã para isso. E não era como se não tivesse tentado ajudá-lo. Céus, como Baekhyun tentou que o irmão entendesse que a vida que levava era algo ruim, que algo poderia acontecer. Só queria ter a companhia dele novamente, que pudessem voltar a ficar horas acordados apenas jogando conversa fora ou trocando provocações de irmãos.

Baekhyun não saberia dizer quando começou a perder seu irmão. Na infância, era comum o mais velho estar sempre arrumando encrenca ou brigando, mas era coisa de criança, a maioria das brigas eram para lhe defender. Beom odiava quando provocavam o irmão, não media esforços para devolver as provocações, chegando a extrapolar em alguns momentos. Talvez o início de tudo foi quando Beom passou a ignorar o horário de voltar para casa, chegando sempre mais tarde ou até mesmo nem voltando. Talvez Baekhyun tenha percebido o afastamento do gêmeo tarde demais. Ele sempre se culpava por não ter tentado mais, por não ter intervido quando notou as péssimas companhias, por não ter brigado mais quando passou a sentir o cheiro de cigarro impregnado nas vestes dele; deveria ter gritado mais alto quando as detenções passaram a ser constantes. Quando se deu conta de tudo já era tarde demais, Baekbeom já tinha desaparecido de sua vida, sem deixar qualquer rastro para seguir.

Como se nunca tivesse existido.

O ômega sentiu um calafrio percorrer seu corpo, seus olhos ainda estavam focados no revólver, mesmo que agora distante de si. Baekhyun já tinha assistido séries e filmes o suficiente para saber que não adiantava fugir, até porque nem uma rota de fuga tinha. A porta estava trancada, não tinha como pular pela janela e, bom, estavam na sala das aulas de dança, sequer tinha um lugar para ficar escondido, os espelhos nas paredes iriam denunciar qualquer tentativa de esconderijo, e não era como se fosse conseguir se esconder, o alfa em sua frente era tão grande que bastava esticar o braço para o imobilizar. Deveria ter comparecido em mais do que duas aulas de autodefesa. Sua cabeça estava tão nublada, até respirar estava sendo difícil, iria acabar desmaiando por falta de ar.

— Gêmeos… Um alfa e um ômega.

A voz grave do alfa em sua frente soou, preenchendo a sala e quebrando a quietude que se alastrava pelo cômodo. O silêncio era tanto que chegava a ser ensurdecedor. Era agora que iria morrer? Com toda certeza voltaria para assombrar Baekbeom.

— Você… vai me matar? — Baekhyun perguntou, reunindo toda a coragem restante em seu corpo, erguendo seu rosto que estava abaixado até o momento, concentrado no chão amadeirado. 

O alfa negou com um balançar de cabeça sutil e voltou a segurar o revólver, causando pânico no Byun. Mas em movimentos calmos, o maior guardou a arma em seu coldre novamente e afastou as mãos grandes de seu corpo, e Baekhyun entendeu que aquele era o modo dele mostrar que não iria machucá-lo. Talvez não fosse morrer.