Hoje está completando uma semana que não vejo Jimin, e neste curto período de tempo, não atendo nenhuma de suas ligações e não respondo suas mensagens.
Eu sou um garoto mau — como o próprio Park costuma dizer —, mas infelizmente, não tem nada a ver com nosso lance de sugar daddy e sugar baby. O motivo é simples, insegurança de minha parte. Esse sentimento ruim tem me acompanhado desde o dia em que meu namorado levou-me para jantar em um restaurante, e era para ser um jantar romântico, porém, estraguei tudo quando uma ex-colega da faculdade do meu daddy apareceu para cumprimentá-lo.
A mulher era muito linda e não foi isso que me incomodou, mas sim a conversa que eles embalaram com certa facilidade; ela mostrou ser uma pessoa muito culta — alguém como Park — e alguém que eu gostaria de ser, pelo menos quando estou com ele. Levantei-me, dizendo que iria ao banheiro e não retornei à mesa. Fui embora para casa.
Uma atitude infantil, eu sei. Contudo, não pude evitar, acabando por chorar ali, do lado de fora, e, quando cheguei em casa, mergulhei de ponta-cabeça em meio às minhas inseguranças, castigando o pouco de ego que ainda tinha. Eu, que cheguei a pensar que a diferença de idade não iria atrapalhar em nada no nosso relacionamento, mesmo com as pessoas dizendo que isso ia acabar acontecendo, cedo ou tarde.
A verdade é que, ao colocar na balança, pesa muito, principalmente para o meu lado, pois, ainda que eu tenha maioridade, pareço um adolescente imaturo. Visto-me como um adolescente, penso como um e minhas atitudes são de um garoto de treze anos, ou talvez, um dessa idade tenha mais maturidade que eu.
Admito.
Desde o início, Jimin demonstrou não se importar com esse fato, visto que, para ele, esse é um dos meus mais fortes atrativos, pois assim, nossa "brincadeirinha" ganhava mais veracidade. Ele me trata muito bem, é carinhoso, me dá toda atenção e tenho certeza que não seria capaz de me trair, nem com o homem mais lindo do planeta. Porém, ainda sinto-me inseguro. Pode parecer clichê, mas não é com ele o problema, e sim comigo. Não consigo lidar com esse sentimento, muito menos sei como afastá-lo, e sinto-me tão insuficiente, que chego a pensar que não o mereço.
— De novo não!
Pela milésima vez, Jimin está me ligando. Coloco o celular em modo silencioso e volto a me arrumar, passando base no rosto com a ajuda de um pincel, conferindo, em seguida, no espelho da penteadeira, o resultado. No entanto, mesmo após uma camada grossa de corretivo, ainda se viam as minhas olheiras. Ignorar meu namorado está acabando comigo e pergunto-me como ele deve estar, com algo dizendo-me que pode estar pior que eu. Park paga de machão, mas no fundo é uma manteiga derretida, um cara do tipo que chora vendo filme de romance. A culpa toma conta de mim e acabo atendendo sua chamada de vídeo.
— Baby? Amor? Meu Deus, por que diabos não atende minhas ligações e não responde minhas mensagens? Fui até sua casa várias vezes, mas não atendestes sequer a porta. O que está acontecendo? Está doente e não quer me falar?
Em meio a tanto questionário, não sei qual pergunta responder primeiro, então posicionei o celular e continuei a produzir-me, colocando um dos meus colares prediletos, além de alguns anéis.
— Está todo arrumado. Vai sair, amor?
— Irei a uma festa com Taehyung — digo sem ânimo, pois não estou mesmo em clima de festa, entretanto, meu amigo fez questão que eu fosse, mesmo estando a par de minha situação com meu daddy. — Park, eu quero terminar. — As palavras saem dos meus lábios, mas não tenho coragem de encarar a tela do celular. Sou mesmo um covarde.
— Terminar o quê, baby?
— Nosso namoro. O que mais seria, Park? — Suspiro cansado, porque realmente estou. Essa situação está acabando comigo.
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Daddy-Jikook
Fanfic✓Concluida. Por três anos consecutivos, Jeon Jungkook ficou em recuperação na mesma matéria: matemática. Sim, a temida matemática, com todas aquelas fórmulas e gráficos. Porém, o loiro não considerava-se tão ruim com os números; o que realmente atra...