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Eu só preciso relaxar.

Mas isso é meio difícil quando o enjoo me atinge em cheio novamente. Choramingo enquanto me ergo, parando de organizar alguns guardanapos na parte inferior do balcão.

— Isso é patético — resmungo.

Agarro uma garrafa de whiskey, mas o bom senso me atinge e eu desisto, pegando uma garrafa d'água. Não tenho plano de saúde para ficar piorando meu mal estar com bebida.

— Ei, Tori — Makenna, minha colega de trabalho mais velha, me cumprimenta animada. Kenna está sempre animada. Isso é meio irritante, mas eu gosto dela mesma assim. Ela tem a idade que minha mãe teria se estivesse viva e isso automaticamente (e tolamente) faz com que eu simpatize com a loira.

— Ei, Kenna — forço um sorriso, bebendo um pouco de água cautelosamente. Felizmente, meu estômago não reclama.

— Pobrezinha. Está com uma cara péssima. Ainda se sentindo mal? — Ela se senta a minha frente, me encarando com pena.

— Sim — respondo, me virando e observando minha aparência abatida na parede espelhada.

— Sabe, querida... — Ergo meu olhar imediatamente e viro-me para ela. Seu tom não é nada bom e sua expressão pior ainda — eu fiquei assim também... Quando estava grávida de Kelsey.

Sinto meu corpo ficar tenso com suas palavras.

— Não, essa não é uma opção para mim — nego — o último cara com quem eu dormi... Bom, ele é estéril.

Ele e todos os vampiros, graças a Deus. Bom, não Deus, mas...

— Homens mentem, Victoria — ela diz sabiamente.

Oh, eu sei. Sei bem.

— Eu tenho certeza que estou segura.

— Vocês usaram proteção? — Questiona.

Memórias daquela noite fazem minhas bochechas arderem. Eu deveria ter usado proteção sim, mas algo como capacete e todo o equipamento adequado porque acordei com hematomas e arranhões no outro dia. Klaus não ficou intacto também.

— Não — admito, com vergonha, mesmo que eu saiba que está tudo bem. Mas Kenna é humana e não sabe do sobrenatural — mas ele estava limpo, eu sei. Impossível eu pegar algo ou engravidar.

— Garota — nega com a cabeça — nada é impossível. Por favor, faça os testes.

— Não é necessário — nego, mas ela insiste. Apenas para acalmar seu coraçãozinho materno, me comprometo em ir na farmácia na hora do almoço e depois ir ao hospital providenciar exames para ver se estou limpa. Infelizmente, Kenna me acompanhou durante minha pausa e me fez comprar três testes de gravidez diferentes. Eu reviro os olhos e dou risada sozinha no banheiro enquanto faço os testes, imaginando ela fuxicando a lixeira para ver se eu fiz mesmo.

Meu riso morre ao ver o primeiro resultado.

— Nem fodendo — sussurro, encarando o positivo com horror.

Faço os outros testes e eles dão positivos também.

Nada faz sentido. Eu só transei com o Klaus e tenho certeza, ele é um vampiro. Damon estava reclamando sobre ele constantemente e até Stefan passou no bar em uma das noites para encher a cara e se distrair que o loiro estava na sua cola. E foi assim que eu conheci Klaus, já que ele seguiu Stefan. Então Damon apareceu, porque ele estava seguindo Klaus e os três brigaram. Klaus ficou e os irmãos foram embora.

— A primeira é por minha conta — digo ao loiro parado a minha frente, que encara a saída com ódio. Damon e Stefan abandonaram ele aqui após uma discussão com muitas farpas trocadas e sobrou até para Elena, que nem aqui está.

— Obrigado — Klaus direciona seu belo olhar para mim, me analisando de cima à baixo. Me viro para as bebidas, sabendo que meu traseiro também merece ser analisado. É uma das minhas melhores partes, afinal. Escolho um dos whiskey mais caros e dói um pouco no meu bolso, mas é um investimento a se fazer. Klaus pode ser um pedra no caminho dos Salvatore, mas é inegavelmente gostoso e eu seria ótaria se não aproveitasse a chance.

— Você parece um homem de whiskey — entrego a ele, que sorri um pouco.

— Acertou em cheio. Aprecio pessoas perceptivas — bebe um pouco, sem desviar seus olhos dos meus.

— Bom, eu também percebi que você não está usando anel... Solteiro? — Sorrio maliciosa.

Ele sorri de volta e essa foi minha perdição.

— Então? — Kenna me pergunta com expectativa.

Após o choque, voltei para o bar, onde alguns poucos colegas arrumam o salão.

— Eu estou grávida — assim que as palavras saem da minha boca, minha visão embaça, me fazendo balançar instável.

— Tori! — Kenna me segura, me ajudando a sentar em uma cadeira próxima.

— Eu estou bem — minto, piscando forte algumas vezes, tentando retomar o foco. Odeio me sentir doente.

— Você vai ficar — garante — vai ser difícil, claro que...

— Obrigada, mas não acho que consigo ouvir um discurso agora — a interrompo, me levantando lentamente — eu preciso processar tudo isso e descobrir o que diabos está acontecendo.

— Bom, não tem muito mistério. Sexo sem proteção é igual a bebê ou doenças. Ou e doenças.

— É um pouco mais complicado que isso — faço uma careta.

— E como você vai descomplicar? — Questiona, estreitando o olhar com desconfiança.

— Eu tenho meus meios.

— Oh, querida — se levanta também, praticamente agarrando meu braço — Você sabe, há alternativas além do aborto. Adoção é uma delas. E eu sei...

— Não estou falando disso — reviro os olhos sem paciência, me soltando dela. Makenna me olha magoada, mas parece aliviada — não vou machucar o bebê. Se é que existe bebê. Vou fazer um teste de sangue ou ultrassom, algo confiável.

— Muito bem  — assente em aprovação. — Você é tão madura e focada. Queria eu ter sido assim na minha primeira gravidez.

Gravidez. Eu posso estar grávida. Ugh, o vômito vem com tudo dessa vez. Deixo Makenna falando sozinha e corro até o banheiro, vomitando até não restar mais nada.

 Deixo Makenna falando sozinha e corro até o banheiro, vomitando até não restar mais nada

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USEM CAMISINHA!!!!

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