Victoria Sinclair
A estrada até o acampamento serpenteava por entre colinas verdejantes, e as árvores altas projetavam sombras dançantes no asfalto. Minha irmã e eu, acomodadas no banco traseiro, tentávamos suportar a monótona trilha sonora do rádio. Contudo, em um ato de rebelião contra o tédio, conectei meu telefone aos fones de ouvido e logo fui envolvida pelas batidas animadas de músicas que transformaram o carro em um pequeno refúgio musical.
A expectativa pairava no ar quando o carro estacionou abruptamente. A voz firme de minha mãe cortou o ritmo da melodia: "Chegamos! Vamos, peguem suas malas". Desembarcamos ansiosas, o acampamento Nightwing à nossa frente, um cenário de promessas e desafios.
Na sala da diretora, encontramos um espaço acolhedor, com móveis de madeira desgastada e fotografias antigas adornando as paredes. As malas foram abandonadas desordenadamente, interrompidas pelo chamado autoritário da coordenadora pelo mega-fone. Antes de seguir para a reunião, troquei meu tênis por uma bota preta, antecipando a possível lama do acampamento.
Na sala, a diretora, uma figura de cabelos grisalhos e vestimentas que revelavam uma noção peculiar de moda, iniciou seu discurso agradecendo a presença de todos como se estivéssemos ali por opção. As regras foram expostas, cada uma delas mais excêntrica que a anterior. O murmúrio de descontentamento se misturava ao desconforto, mas o compromisso com a experiência prevalecia.
Com o término da "palestra", dirigimo-nos aos quartos. O crepúsculo conferia ao acampamento Nightwing uma atmosfera mágica, com a silhueta das árvores contra o céu tingido de tons quentes. Ao sentar na cama, o peso da jornada começou a se manifestar. Tomei meus remédios, uma mistura de tranquilidade artificial, e, ao fechar os olhos, mergulhei em um sono profundo, deixando para trás as incertezas do primeiro dia no acampamento e antecipando as surpresas que o amanhã prometia. Espero que essa versão atenda às suas expectativas.
A manhã no acampamento Nightwing iniciou com o perturbador som saindo da caixa de som nos dormitórios, um despertar que, de alguma forma, parecia mais invasivo do que a luz do sol penetrando pelas cortinas. Conscientemente, a necessidade de começar o dia prevaleceu sobre meu desejo de prolongar o sono.
No banheiro, mergulhei em minha rotina de skincare, consciente do ambiente compartilhado pelos demais campistas. A água do chuveiro caindo era uma melodia relaxante, contrastando com a agitação matinal ao meu redor. Minha irmã, sempre pontual, já estava de pé, personificando o que nossa família considerava o "exemplo" de disciplina.
Vesti uma roupa confortável, escolhendo deliberadamente minhas fiéis botas como companheiras. Cada passo era uma afirmação sutil de minha identidade em meio à uniformidade que o acampamento muitas vezes impunha.
O refeitório, um lugar onde o dia ganhava forma, tornou-se meu próximo destino. Encontrei uma cadeira vazia e comecei a saborear o café da manhã, perdendo-me nos pensamentos enquanto as conversas ao redor criavam uma sinfonia de vozes.
A abordagem de um garoto, com um distintivo corte na sobrancelha, interrompeu meu devaneio. ━━ Posso me sentar aqui? ━ perguntou, sua expressão revelando uma mistura de curiosidade e cautela. Concordando com um gesto, compartilhamos uma refeição em silêncio antes de ele decidir sondar sobre minha experiência no acampamento.
━━ É a sua primeira vez aqui? ━ indagou, e respondi afirmativamente com um aceno e um sorriso forçado. Não era má educação, mas sim uma regra matinal estrita que ditava meu comportamento.
Minha irmã, conhecida por sua desenvoltura matutina, se juntou a nós. ━━ Oi, Vic ━ cumprimentou, provocando o olhar perplexo do garoto. — Está tentando falar com ela em plena sete da manhã? — continuou, divertindo-se com a situação. ━━ Boa sorte! Ela não fala nem com a Taylor Swift de manhã ━ adicionou, mencionando uma das minhas cantoras favoritas, enquanto começava a saborear sua maçã e outros alimentos.
Ao longo do café da manhã, a mesa foi gradualmente ocupada por outras figuras do acampamento, incluindo alguns que já conheciam Javon. Tentativas esporádicas de puxar conversa comigo foram prontamente desencorajadas por minha irmã, que fazia questão de alertar sobre minha peculiar "regra matinal".
Quando o relógio apontou nove horas, eu permanecia na mesa, mesmo após ter terminado meu café. A dificuldade em me desvencilhar do meu assento na parede era um sintoma de uma manhã que se desdobrava de forma atípica. Frustrada, não pude conter minha irritação quando a tentativa de comunicação com uma pessoa distraída falhou repetidamente.
━━ SERÁ QUE EU POSSO SAIR DAQUI? EU JÁ PEDI UMAS QUINHENTAS VEZES!? ━ exclamei, expressando minha frustração. O silêncio se instalou à mesa, e os ocupantes do assento rapidamente se dispersaram para abrir caminho. Minha irmã, com um pedido de desculpas pelos meus modos matinais, justificava que a paciência não era uma virtude que eu cultivava nas primeiras horas do dia.
Assim, o primeiro ato matinal no acampamento Nightwing se desenrolou com suas peculiaridades, prometendo mais desafios e descobertas ao longo do dia. Em meio às dinâmicas complexas do grupo, minha "regra matinal" tornava-se uma característica que os colegas aprenderiam a respeitar, mesmo que fosse uma excentricidade matutina.T
Oi, bem-vindos (a)
Espero que gostem dessa fanfic!
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𝙳𝚎𝚊𝚍𝚕𝚢 𝙼𝚊𝚜𝚔𝚜 - 𝙹.𝚆
FanfictionEm 1978, Victoria Sinclair, uma jovem rebelde, encontra-se no intrigante acampamento Nightwing. Enquanto um misterioso assassino mascarado aterroriza o local, a confiança se desfaz. Em meio ao perigo, Victoria se apaixona por Javon Walton, entrelaça...