Arigata-meiwaku

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   A entrada do Metropolitan Museum of Art brilhava, famosos vestido roupas elegantes, fotógrafos tentando conseguir as melhores fotos, entrevistas, risadas falsas, era noite de Met Gala.

Deis que Anna Wintour havia tomado a posse do evento, o Met Gala se tornava cada vez mais icônico e requisitado por todas as pessoas, todos queriam comparecer ao evento, os anônimos se imaginavam naquele glamour e os internautas gostariam de saber o que ocorria dentro daquele Museu, o porquê do evento ser tão privado. Ser convidado ao Met Gala era uma honra.

Jennie e Rosé, naquele ano fizeram parte da restrita lista de Anna Wintour, as duas estavam tão ansiosas por aquilo, Jennie até conseguia colocar um sorriso no seu rosto. Era a primeira vez das duas no evento, sabiam que isso significava muita coisa, sabiam que isso era um lembrete que elas finalmente conseguiram.

Rosé vestia um lindo vestido Yves Saint Laurent, feito especialmente para ela. A sua quebra de contrato com Karl Lagerfeld estava sendo um sucesso, Rosé se enquadrava muito melhor no estilo do Saint Laurent, só se decepciona com o fato de que não poderia desfilar com Jennie com tanta frequência como antes.

E sobre a garota, Rosé ansiava para poder olhar para ela, queria saber como era o seu vestido, seus sapatos, o quão linda ela estava. Jennie era como uma pintura renascentista, tão espetacular que você deseja olhar por horas para cada canto do quadro.

Os flashes iluminavam todo o local, Jennie se esforçava para fazer as melhores poses que seus dez anos de modelo a ensinaram, os flashes das luzes a deixavam atordoada, aquele vestido apertado parecia que iria estourar com uma só andada. Jennie tinha que respirar fundo para que não começasse a chorar, não aguentava tantas pessoas olhando para ela.

Naquela multidão, confusão, seus olhos se encontram com os de Roseanne Park e foi como uma explosão de sentimentos. Jennie não conseguia entender, não conseguia entender como a novata fazia com que ela sentisse todo o seu corpo formigar. A dopamina tomando conta de tudo ali.

Rosé, mesmo a consideráveis metros de distância, fazia com que ela se sentisse diferente.

Roseanne queria falar com Jennie, ela estava tão linda, mas exitou, com medo de como a mulher a trataria, então, apenas adentrou o evento e deixou Jennie, confusa, sozinha, com aqueles sentimentos.

Jennie precisava se desculpar com a garota, ela ansiava por aquilo, Rosé não tinha culpa se o mundo a odiava. Jennie percebeu que ninguém tem culpa se ela é uma erosão em forma de gente.

Tentou fugir dos fotógrafos, se desculpou com seu noivo e foi em direção a onde Rosé tinha ido.

Viu a garota com seu cabelo loiro inconfundível entrado no banheiro, por tanto, fez o mesmo.

Roseanne havia sentindo o zíper do seu vestido estourar, e correu o mais rápido que pode para o toalete para tentar consertar isto. Jennie ao adentrar, percebeu que Rosé estava em uma luta contra o seu vestido, em uma forma falha de tentar consertá-lo. Jennie viu ali uma oportunidade de se redimir.

— Você quer uma ajuda? — perguntou e Rosé deu um pulo para trás.

— Oh, Jennie, que susto! Eu não tinha visto você aí... Mas enfim, eu ficaria agradecida — Rosé se virou pra Jennie que começou a tentar consertar o zíper.

— Você não trouxe nenhum stylist com você? Acredito que vai ser bem difícil de consertar.

— Não... Eu não trouxe, mas obrigada por tentar.

— Na verdade, tem uma forma, mas vou queimar um pouco do seu vestido — Rosé engoliu seco — É o único jeito.

— Ok, pode tentar.

Jennie afastou o cabelo loiro de Rosé dando mais visão da sua pele. A pele de Rosé parecia leite de coco, era tão sedosa que Jennie sentia vontade de tocar, uma vontade incontrolável, queria tocar mesmo se fosse minimamente.

Afastou estes pensamentos estranhos, e pegou o isqueiro que havia trago para acender o seu cigarro e começou a queimar a rebarba do vestido que era provavelmente o que estava impedindo com que o zíper prendesse.

Como previu, era isso. Disse para Rosé que conseguiu.

— Nossa muito obrigado Jennie, sabe como é, esses vestidos nos apertam tanto que qualquer coisinha eles já quebram.

— Pois é... Sabe, não precisa me agradecer, eu fiquei te devendo”, deis daquele dia... — Rosé balançou negativamente a cabeça.

— Deixe disso, você não ficou me devendo nada, fiz aquilo com bondade.

— Eu sei, mas, te tratei mal, e... — Jennie tentou pronunciar a a palavra desculpa mas parecia que havia um nó na sua garanta que a impedia de dizer isso — Me senti na obrigação de fazer isso.

Arigata-meiwaku, que significa uma situação que uma pessoa fez por você por algo que você não queria que fizesse, mas, que ao fazer, ficou devendo um favor.

— Ah, que legal, Jennie, mas não precisava disso, de verdade. Somos amigas, não? É isso que amigas fazem uma pela outra.

Amigas” aquela palavra, Jennie parecia não enteder, entretanto, ela reconhecia que esta palavra estranha com certeza não era um sinônimo para ela e para Rosé, e sabia que Rosé achava o mesmo.

Mas a mais nova não se importava, queria fazer aquela palavra ter sentindo, queria que aquela palavra se tornasse sinônimo para o nome delas. Queria que Jennie reconhecesse isso também.

— Amigas? É, acho que somos amigas — disse Jennie e Rosé sorriu satisfeita.

L'appel Du Vide | ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora