Quando fechou os olhos, Alice imaginou que fosse o seu fim. Despecar de um predio de 20 metros era morte na certa, mas e quando você estava caindo do mais alto céu? Pelo menos, ela julgou que a morte fosse rápida. Mas depois de um tempo sem sentir impacto algum, a menina decidiu olhar ao redor, sem acreditar que alguém pudesse ficar tanto tempo no ar, a menos que voasse.
Foi uma surpresa e tanto descobrir que seu corpo flutuava a centimetros da terra, como uma bolha de sabão. Ela se perguntou como aquilo era possível, mas ao se lembrar da conversa com o duende risonho, decidiu apenas aceitar que coisas paranormais eram verdadeiras. E se tudo fosse um sonho, não faria mal aproveita-lo.
Assim que a mulher estendeu a ponta dos dedos para tocar a terra, seu corpo caiu, batendo no solo. Não foi dolorido, mas o impacto a garantiu que não se tratava de coisas da sua cabeça. A curiosidade foi a emoção que prevaleceu, dentre tantas naquele momento, dando ânimo e forças para que a menina caminhasse por entre o que se assemelhava a uma floresta comum. A falta de magia ali quase a decepcionou. Devo admitir que esperava mais de um mundo sobrenatural.
Em questão de segundos, sua opinião foi para o ralo e Alice se arrependeu de te-lo pensado. A sua frente, apenas 17 metros, se encontrava uma criatura tão grande quanto um urso, com mais de 7 metros e parado em somente duas patas, se é que aquilo eram patas. Os pés possuiam somente 3 enormes dedos em formato de garras, e seus braços eram dividos em 3. Dois laterais como em qualquer humano e 1 em suas costas. Suas mãos eram iguais a seus pés, tirando a quantidade de dedos e sua forma, que variava de uma para outra.
Conforme seus olhos passeavam pelo corpo do monstro, ela contou varios espinhos espalhados por seu corpo, tào grandes quanto estacas. Mas o que lhe deixou paralisada de terror, foi seu rosto. A criatura possuia 4 chifres em tamanhos diferentes, olhos sem escleras e dentes sem cor, que mais pareciam parte de sua pele. Uma longa e espinhosa calda se movimentou, detrás do monstro que encarava Alice como a um esquilo.
A única reação que passou pelos neurônios da garota, fora o de colocar as mãos em frente ao rosto, como se tentasse tampar aquela visão e gritar. O urro que aquela coisa soltou, foi tão alto, que os passaros de perto voaram e os pequenos animais se esconderam. Seus passos foram lentos e se encaminharam na direção da menina. Não deveria ter acresito naquele duende! Nas histórias eles sempre mentem! Burra! E como último ato, a jovem envolveu os braços em sua própria cabeça. Se não morri da queda, com certeza agora eu morro.
Mas a pancada, ou o estraçalhar daqueles dentes não chegou até ela. Na verdade, a única coisa que ouviu foi um grande estrondo e depois uma lufada de ar com pedaços areiosos de terra.
Algo encostou em seu ombro, fazendo a mulher saltar de onde estava sentada e começar a gritar em plenos pulmões.
— SOCORRRO! UM MONSTRO! UM MONSTRO! ALGUÉM!! POR FAVOR!! — Enquanto gritava, uma voz masculina tentava se sobressair sobre a dela, o que fez Alice imaginar que a aberração falava. — ELE VAI ME COMER! CALA A BOCA! CALA A BOCA MONSTRO!
— PARA DE GRITAR! — Ao ficar mais forte, a jovem se virou para trás e olhou para a direção da voz. Um homem, que lhe lembrava muito os famosos caubows, a encarava, com raiva. — Que isso moça? Ta ficando doida?! Como pode ver um demônio e ficar sentada que nem idiota? Quer morrer?!
— Um...um...o que? — Ela não conseguia dizer nada naquele momento. O rapaz era muito bonito, mas continha uma arma enorme nas mãos. Parecia lançar grossas flechas, mas Alice nunca tinha visto ou ouvido falar dela.
— Um demônio! Vai me dizer que nunca viu um?
—...não.
— Não? Em que mundo você vive?! Sinto dizer, mas nesta floresta eles andam como moscas! É melhor sair daqui. Mas se queria morrer, deveria ter ficado quieta. Assim eu teria deixado ele mata-la. — O homem apontou para o monstro que se encontrava com 3 flechas fincadas em seu peito, grossa como galhos de uma grande árvore.
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Nas Mãos Do Medonho
RomanceQuando Alice menstruou pela primeira vez aos 23 anos, médicos não encontraram nenhuma explicação para a demora. Mas, junto com sua nova condição, surgiu uma habilidade incomum: ela começou a ver símbolos flutuando sobre a cabeça dos homens. Uma noit...