Vila De Wellviolet

Prólogo

Vila de Wellviolet

Prólogo- Às margens do rio

Sob o suave brilho da lua prateada, à margem do rio Óia'kalt, Siymidelly contemplava o céu enquanto Nusmor, a Deusa da Beleza, se manifestava em um resplendor suave. Era uma cena que não surpreendia os habitantes mestiços das sereias e aqueles dotados de poderes mágicos, especialmente quando se tratava de Nusmor.

A deusa irradiava encanto tão intenso quanto as representações em pinturas e contos que a celebravam entre os povos, suas tranças adornadas com pingentes dourados reluziam na escuridão, enquanto sua pele escura captava a luz da lua. Siymidelly mal podia acreditar que testemunharia sua deusa em uma noite como aquela.

— Siymidelly, alma pura, filha da minha beleza e vontade — disse Nusmor, admirando os olhos da sereia. Siymidelly movia as barbatanas de sua cauda na água.

— O que desejas de mim, Du'ly Nusmor? — perguntou Siymidelly, a voz embargada pela emoção.

— Sabes que a Vila de Wellviolet está em perigo, os reinos estão mergulhando no egoísmo. No entanto, minha filha, Everorah, será a ponte entre os reinos divididos por Argunst — fez uma pausa significativa. — E ela será gerada em teu ventre. Tu serás a mãe de nossa prosperidade e salvação.

Siymidelly soltou um grito abafado e contemplou como uma sereia mestiça poderia dar à luz a filha de uma deusa, destinada ao título de salvadora. Um turbilhão de pensamentos inundou sua mente e, emocionada, ela questionou:

— Ó Deusa Nusmor, agradeço pelo presente divino. Como minha filha unirá esses reinos?

Nusmor, com um sorriso celestial, simplesmente respondeu:

— Ela enfrentará desafios, encontrará aliados improváveis e, com coragem, unirá o que está fragmentado. O rio Óia'kalt será testemunha de sua jornada enquanto estiver na vila.

As palavras divinas ecoaram pelo vento, marcando o início da saga que transformaria Siymidelly na mãe de Everorah, a personificação da união e salvação dos reinos.

— Não te preocupes, tudo ocorrerá no devido tempo e lugar, tu saberás o que fazer — comentou Nusmor, antes de desaparecer como fumaça na escuridão.

Siymidelly mal podia acreditar no que estava por vir; seria a mãe de sua própria salvação. A ideia parecia inconcebível, mas ela sabia que não era uma criança comum que nasceria. Era a filha de Nusmor, agora destinada a ela.

A sereia lançou um último olhar para a lua antes de mergulhar nas águas quentes do rio, nadando em direção ao fundo, com receio do futuro que os aguardava.