Prólogo

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"Você é a luz. Seja eterno e preserve o mundo." Dizia seu pai, o criador de tudo que é vivo e imóvel. Ainda assim, diante da responsabilidade atribuída a ele. Lux não compreendeu a verdadeira essência de seu propósito.

- Pai, não o compreendo - confessou olhando para cima, mas a grande luz que estava sobre ele sumiu. Diante disso, Lux abaixou a cabeça e seus cabelos, branco como a luz do sol, emolduravam um rosto com traços suaves e expressivos. Sua pele é clara e parece banhada pela luz celestial, e suas vestes são feitas de tecidos brancos que emana uma luminosidade reconfortante. Seus olhos refletiam a luminosidade das estrelas, brilhando em tons de azul-celeste.

Ao concentrar-se, suas íris brilham intensamente, e uma aura etérea o envolve. Gradualmente, os contornos das pessoas e do ambiente se desfazem, revelando uma visão amplificada e radiante. Ele enxerga a verdadeira essência das pessoas, suas emoções e intenções, representadas por cores e brilhos sutis. As auras brilhantes das almas puras irradiam calor e luz, enquanto tons sombrios denotam a presença de más intenções ou pesares profundos.

O ambiente se transforma em um espetáculo de luzes, onde cada elemento ganha vida própria, desde o vento até as construções, todos pulsando em harmonia com a energia vital do universo.

Essa visão celestial permite que Lux compreenda mais profundamente as necessidades das pessoas e do mundo, capacitando-o a agir com sabedoria e compaixão. Ainda assim, se encontrava confuso diante das palavras de seu pai, o criador do universo.

- Lux! - A voz o chamando ao longe, fez ele olhar para trás e observou a figura se aproxima devagar. Ela possuí uma estatura esguia e graciosa, envolta em vestes sombrias que parecem absorver a luz ao seu redor. Seus cabelos negros como a meia-noite caem em longos cachos ondulados contrastando com a palidez de sua pele. Seus olhos são profundos e mistérios, de um tom escuro e brilhante, como se refletissem as estrelas em uma noite sem lua, capazes de prender e intrigar quem ousa encara-los.

- Tenebres - falou cauteloso.

- Sabia que o encontraria aqui, de novo - ela olhou para cima e fechou os olhos ao respirar fundo, e então, os abriu - Papai, não tem falado comigo ultimamente. Ele tem falado com você? - Lux olhou para ela.

- Sim, pouco antes de chegar - respondeu - O que ele disse a você na última vez? - Tenebres ficou refletindo se deveria ou não contar a ele, por fim, disse o que julgou necessário.

"...encontre o equilíbrio." - Foram suas palavras, eu não entendi, mas ele não voltou a falar comigo desde então - Lux a olhava - por que? Ele disse algo enigmático para você, ao invés de ser claro com as palavras?

- Sim, me disse para ser eterno e preservar o mundo. Só não sei do que se referia

- Ele não consegue ser claro e objetivo?

- Talvez, ele não possa..

Lux e Tenebres ficaram ali, refletindo sobre as palavras enigmáticas do pai. Aquelas instruções vagas e misteriosas ecoavam em suas mentes, mas eles não conseguia decifrar seu verdadeiro significado. Ele sempre falava em enigmas, como se estivesse limitado por algum tipo de restrição ou profecia.

Lux e Tenebres permaneciam lado a lado. Apesar de suas naturezas contrastantes, a conexão entre eles transcendia a separação da luz e da escuridão. Eles trocavam olhares cúmplices, sem precisar de palavras para entender um ao outro. Em silêncio, compartilhavam um elo que ia além de suas essências opostas. Seus gestos e expressões revelavam uma harmonia ímpar, uma sincronia que desafiava as expectativas. Enquanto o mundo ao redor clamava pela separação entre luz e escuridão, eles desafiavam essa noção, mostrando que, juntos, podiam ser mais do que suas definições isoladas. Era a união de suas forças que trazia equilíbrio e significado ao universo ao redor.

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